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❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
Gilbert parecia tudo, menos um Imperador, naquele momento.Olhou em volta; ainda parecia o corredor de seu quarto e de seu quarto apenas. Ainda era longo e largo, com o carpete e a parede de mármore claro agraciados pelos arabescos dourados, parecendo as raizes da flor que iluminava o fim do local: a pintura de sua esposa, tão majestosa que conseguia irradiar seu poder e a sua essência só dela.
Mas, dessa vez, a passagem que raramente conseguia ter pessoas o suficiente para ocupar até mesmo a sua metade, tinha pelo menos uns cem soldados, todos utilizando preto, preto por todos os lados, com coletes à prova de balas igual o que o próprio Gilbert vestia, com suas armas, de diversos calibres diferente para várias conjunturas diferentes, apontando diretamente para a porta de madeira maciça de seu quarto.
Talvez, se fosse uma situação diferente, Blythe notasse como pareciam apenas brinquedos posicionados por uma criança, praticamente paralisados e estrategicamente localizados em um silêncio agonizante, mas o homem, bem na parede oposta ao seu quarto, dividia um fone de ouvido com a chefe do batalhão, que passava extremamente sussurradas informações pelo ponto que todos os soldados levavam em seus ouvidos.
Radinho havia ligado para a central de segurança do palácio, e, agora, Blythe justamente escutava pelo o fone o que sua esposa estava fazendo naquele quarto, enquanto todo o resto simplesmente esperava para conseguir um momento propício para resgatar sua Imperatriz.
Ele escutou tudo, escutou ela chorando, escutou ela implorando, escutou o homem a aterrorizando, mas escutar era a única coisa que conseguia fazer. Sentia todo o seu ser negar qualquer lógica, negar qualquer movimento, a não ser o do seu peito tentando subir e descer sem fazer o mínimo barulho, tentando respirar fundo com medo do assassino em formação ouvir o bater desesperado de seu coração.
O ar tenso fez-se igualmente pesado em seus pulmões quando escutou, tanto no fone e tanto fora dele, o trancar da porta, limpando suas mãos suadas em sua calça e contendo um praguejo para si. Sabia que Anne estava conseguindo tempo, a confiança e a distração do sujeito, mas o seu desespero fazia ele apenas querer que conseguissem sua esposa.
Seus olhos não retiraram-se nenhuma vez da porta, mesmo quando vieram com a ideia estúpida de o tirarem dali sem sua Anne. Sentia que, assim, estava pelo menos tentando magicamente sussurrar palavras mentais para sua ruivinha, garantindo que tudo ficaria bem e eles iriam comer miojo enquanto assistiam Irmãos à Obra, desejando por conceito aberto e portas francesas, assim que tudo isso acabasse, igual haviam combinado.
Mas, quando apenas ressoou no fone o som abafado de roupa sendo retirada, Gilbert, como se pudesse sentir a presença de seu filhos em um já firmado instinto paterno, levou seu olhar até o corredor onde os funcionários antes silenciosamente passavam aos montes, mas dessa vez eram suas crianças, que fizeram ele largar o fone de ouvido e cuidadosamente ir até elas antes que Jem corresse até si.
Diana e Jerry estavam com Nan e Di adormecidas em seus colos, enquanto Harry segurava a mão de Jem que levava Finho abraçado fortemente consigo, e Rilla, Walter e Déli os acompanhavam, todos indo em direção ao bunker enquanto outros guardas reviravam o palácio e o seu entorno para buscar qualquer outra ameaça.
— Papai! — Jem vociferou, mas, quando Gil pediu por silêncio ao por o dedo indicador sobre seus próprios lábios, o menino retomou baixinho enquanto seu pai agachava-se à sua frente e à de seus irmãos. — Papai, uns homens vestidos de preto me acordaram. Eles estavam usando aquelas coisas feias dos jogos que você e a mamãe não me deixam jogar, e eu fiquei com muito medo.
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Road Trip III - Shirbert e Anne with an E
Fanfic-TERCEIRA TEMPORADA DE ROAD TRIP- Instagram da escritora: a_meninaperdida ━━━━━༺༻━━━━━ ❝𝐒𝐈𝐍𝐎𝐏𝐒𝐄 | ♛♚ Dez Anos Cento e vinte messes Três mil seiscentos e cinquenta dias Oitenta e sete mil e seiscentas horas Cinco milhões e duz...