109- Cavalheiros do apocalipse

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⚠️AVISO DE GATILHO⚠️
Esse capítulo contém cenas que podem vir a servir de gatilho para quem considera violência um assunto sensível e/ou assédio sexual. Se você não se sente confortável, considere se realmente prefere ler. <3

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❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
   Suas mãos passaram pelo tecido veludo vermelho tão vivo quanto sangue, ajeitando a colada roupa que descia até um pouco abaixo de seu joelho, com uma fenda mostrando um pedaço de sua coxa direita, além da alternância entre seus ombros; um estava exposto e o outro possuía uma manga que descia até o seu pulso.

   O abrir abrupto da porta a fez observar pelo espelho envolto por uma bordada esverdeada; brilhante como esmeraldas; mas seu olhar tomou um brilho muito mais potente quando sentiu no ar o cheiro repugnante da bebida, o álcool envolvendo o seu perfume recém colocado e impregnado no seu cabelo recém preso em um elegante coque baixo.

   — Você está atrasado. — cortante como uma espada e tranquila como um veneno, avisou virando-se. — E cheira que nem um porco depois de um dia chuvoso.

O homem fez descer por uma vez só o resto do líquido que havia em sua taça, rindo ao jogar-lá em um canto qualquer do quarto, rindo perante o barulho do vídeo quebrando, como se tivesse acabado de ganhar na loteria e, ao observar a mulher, cambaleou até ela, agarrando-a pela cintura e a empurrando até a parede de bruta maneira que fez seu joelho esquerdo fraquejar, a prendendo com seu corpo e pondo suas mãos sobre sua cabeça, igualmente segurando seus pulsos quando avançou para a beijar.

— E você... você cheira que nem uma puta de luxo. — retribuiu com a arrastada voz soprando contra a boca da mulher que comprimiu os lábios e virou a cara perante o cheiro ardente do álcool. —

Sentindo o rosto dele afundar-se em seu pescoço, como se quisesse a tomar para si sem o condecoro de ao mínimo observar que ela enfim havia ficado pronta após horas de preparação, debateu-se para se soltar dele, assim que conseguiu o fazer, deferindo um forte tapa contra sua face, o suficiente para levar a mão dele até o local, mas não o suficiente para necessitarem chamar um maquiador para a cobrir.

— Sua filha da puta...

Antes que ele pudesse a prensar novamente contra a parede e a por em situações deploráveis demais para a mulher explicar, a mesma trocou suas posições e o pôs contra a parede, com seu antebraço fazendo força contra o pescoço que pareceu perder todas as suas palavras.

— Pois eu acho bom você começar a respeitar a "filha da puta" aqui, porque, sem ela, a sua bunda ainda estaria em cima de mais processos que as suas patas podem contar.

— E sem mim, a sua bunda infértil...

Antes que ele completasse a frase, a parte descoberta da perna dela acertou-lhe locais que o punham em péssimas situações dolorosas demais para conseguir falar, já tendo experienciado mais vezes do que gostaria, mas, nessa noite, após alguns segundos, o homem exibiu um sorriso devasso de quem havia divertido-se.

— Eu acho bom você começar a me tratar com um pouco mais de educação, porque já estou envolvido demais para me mandar embora. — sussurrou-lhe cínico como se nem sentisse o latejar que possivelmente comprometia sua linhagem; como sempre. —

— E eu acho bom você começar a me tratar com um pouco mais de educação, porque já tirei pessoas muito mais envolvidas do que você do meu caminho. — retribuiu com um doce, curto e desafetado sorriso. —

   Menos com menos dá mais, e, ali, haviam duas personalidades menos, e um curto beijo que levou a mulher à apenas ajeitar um pouco do batom vermelho vivo que escapuliu do canto de seu lábio, mas o homem rir vendo que necessitaria bem mais do que isso para o seu.

Road Trip III - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora