114- Seus filhos

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❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
   Só foram sair do estábulo quando os funcionários e os seguranças notaram a demora pela volta dos Imperadores e foram conferir se estavam protegidos, percebendo, assim, as enormes portas fechadas sem a possibilidade de abrir por dentro.

   Assim que o sinal retornou ao celular de Diana, a mulher já foi recebendo o aviso que o trânsito estava voltando a andar, e que, daqui  a pouco, Rilla, Walter e Déli estariam sãs e salvos em casa, enquanto Anne e Gilbert iam em busca de seus três mais novos.

   De longe, obviamente pareciam pais preocupados indo checar a segurança de seus filhos, mas, convenhamos, estavam muito mais preocupados com o babá em fase de teste e possivelmente com pedaços arrancados pelos seus angélicos filhos.

   Tentaram interceptar seus passos, transformando-os em vagarosos e silenciosos, apenas para localizarem o problema que assombrava todas as possiveis cuidadoras de seus filhos, e como agir sobre ele, porque, quando chegavam, Nan, Di e Jem sempre pareciam doces criaturinhas; mesmo com algum instinto paterno os dizendo que isso não era tão verdade assim.

Pela fresta da porta, com Gilbert tendo sua cabeça acima da de sua esposa, observaram furtivamente a cena que passava-se na brinquedoteca e dava para se escutar à quilômetros de distância.

   Jem corria pelo canto da sala com o giz de cera apoiado na parede, pintando o mármore com vermelhas linhas tortas, ao tempo que Nan estava sentada no chão fazendo uma incomparável birra, gritando aos quatro ventos, enquanto Di jogava desaforamento os brinquedos do baú pela sala, com o babá não sabendo qual dos três tentava conter primeiro.

   Anne olhou para Gilbert e Gilbert olhou para Anne, ambos desencostando-se da porta e se pondo um à frente do outro, não conseguindo deixar de prestar atenção nos sons tenebrosos que saiam daquela sala.

   — Gil.

   — Querida?

   — Eu tenho uma teoria, mas preciso que você escute ela com muita atenção, de mente aberta, pode ser? — sugeriu mudando seu foco à ele. —

   — Desenvolve. — pediu com as sobrevenhas franzidas, sem ter certeza se em curiosidade ou confusão. —

   — Talvez, mas veja que estou falando "talvez", o problema não... não seja com as babás.

   — E com quem seria, então? — mais confuso do que antes, perguntou. —

   Mas, a resposta veio com o choro de Di juntando-se com o choro de Nan, além do apressar dos passos de Jem, e, claro, o cansaço do babá que foi percebível em seu ofegar. Deveria parar o menino antes dele colocar um bigode em Maria Antonieta, impedir a menina de tornar o chão mais cheio de brinquedos do que os capacitava andar, ou acalentar o choro da princesa antes que fosse jogado no calabouço?

   — Não. — Gilbert certamente negou quando leu a resposta nos olhos azuis cuidadosos. — Não, não, não. Não pode ser.

   — Lembre do "talvez".

   — Não, nossas crianças são perfeitas, nem "talvez"! — ele apontou como se fosse óbvio, escondendo-se atrás da porta para os espiar com sua esposa novamente. — São...

   — ...umas pestes.

   — Mas nós passamos três das duas horas que temos livres, só lendo aqueles sites para pais, que ficam falando aquelas coisas não colocáveis em práticas como "só deixem seus filhos usarem tecnológicas uma hora por dia, enquanto viverem sob seu teto"! — argumentou indignado, novamente recostando-se na parede ao cruzar seus braços. —

Road Trip III - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora