115- Duque Mackenzie e Lady Baynard

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❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
   Era difícil acreditar que aquilo era real.

   Cole Mackenzie inspirou o cheiro doce das árvores que cobriam a sua volta, que seguiam mais longe do que seu olhar poderia alcançar, mesmo que tentasse ver até aonde as folhas verdes iam na composição de montanhas, com uma ultrapassando o tamanho da outra na perfeita pintura que era a natureza. 

   O Sol infiltrou-se nos poros de seu rosto e retirou de si um bom sentimento de acolhimento abaixo daquele céu azulado, tão límpido que parecia a tinta azul que carregava consigo, mesmo não o provindo nenhum real calor.

   Não compreendia nada do que as pessoas falavam em sua volta, apenas conseguia escutar o som de seu sapato pelos blocos de tijolo cinza, descendo as escadas e resolvendo sentar-se calmamente em uma delas, apenas para observar.

   Tijolinhos menores do que o do piso, mas de mesma cor, formavam as meia paredes que contornavam as suficientemente amplas vias de passagem, fazendo o homem ver como de um lado a parede mantinha-se reta, mas, do outro, além de ser um pouco mais alta, havia regiões com parede até em cima e regiões com parede apenas o suficiente para ninguém cair, intercalando exatamente igual uma muralha ou uma fortaleza parecia em sua cabeça.

   Cole pegou seu caderno de desenho e, na calma de um artista, resolveu comumente rascunhar a Muralha da China.

Sorrisos constantemente apareceram em seu rosto conforme via roupas, que ele mesmo lembrava de ter desenhado à mão, sendo usadas pelos mais tipos variados de turistas, indicando, junto com sua conta bancária, o sucesso que todos haviam previsto para a marca de sua família.

Ao menos isso retirava o seu foco daquela constante lembrança que levava todo o seu ânimo ao estar naquele justo local.

   A China já havia o trazido diversas ideias de roupas inspiradas em sua cultura, com suas cores e flores simbólicas sendo um diamante para os designs de moda, com as cores escuras, como o preto, estando em destaque no inverno chinês.

   Nunca havia se sentido tão bem consigo mesmo igual havia se sentido nos últimos longos meses, longe do ciclo vicioso da internet, da mídia e do direto palpite do mundo em geral, podendo ter um descanso de tudo aquilo enquanto ainda trabalhava em uma nova coleção multicultural de roupas, além, é claro, da companhia que o fez tão bem.

   Harry Roberts era o melhor parceiro que poderia ter pedido em sua vida.

   Mas preferia não pensar muito no assunto. Não quando parecia não ser a companhia que o homem pediu em sua vida, ou, ao menos, companhia o suficiente para ele levar para vida.

Sem celular, o que Cole mais sentia falta definitiva era música, que ele costumava ouvir pelos aplicativos diversos, na sua opinião, uma das maiores invenções do mundo moderno, com certeza.

Mas, substituía isso pelo radinho meio surrado que recebeu de presente no meio da estrada. Possivelmente pela altura em que estava, estava emitindo um péssimo som metalizado que estragava toda a aventura de receber músicas aleatórias, extremamente ecléticas, as vezes tendo Sinatra sendo seguido por Shakira, de uma vez só.

   Com um resmungar em reclamação com a persistência do som, largou o lápis sobre o colo, pegando o objeto e dando algumas batidinhas para ver se voltava, imaginando que, em não muito tempo, alguém viria reclamar por ele estar sentado no meio da Muralha da China, e Cole de fato gostaria de terminar aquele rascunho para elaborar mais tarde.

   Além de toda a situação que tentava evitar e se por feliz por estar neste local tão icônico, ter vindo no sábado também não foi a melhor ideia, já que ficava mais cheio de pessoas do que o comum, e, pelo o que havia visto há muito tempo atrás, o comum era praticamente vazio. Juntando tudo isso, concluiu que talvez o melhor fosse tentar sintonizar em outra estação, rodando o botão que fez sons se embaralharem sem o possibilitar escutar nada.

Road Trip III - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora