107- Banana pra macaco

153 20 37
                                    

━━━━━༺༻━━━━━
❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
   Nesse contexto, Déli ficou mais de escanteio, forçando um sorriso para as pessoas que recorriam seus olhares confusos à ela, que poderia ter tido um exímio sucesso ao nunca ter de fato participado autonomamente de um evento da realeza, mas ainda não tinha aprendido os truques para contornar situações atípicas, rezando para que seus pais estivessem bastante ocupados com os caçulas, porque sabia que receberia uma bronca, principalmente de seu pai, por ter se posto em um assunto da monarquia, a qual os dois sempre esforçaram-se para a lembrar que não fazia verdadeiramente parte.

Ela sabia o discurso que ouviria. Que sua mãe cresceu nesse meio, praticamente como uma princesa, sabia como não era um conto de fadas. Que ambos viram os perrengues que seus padrinhos passaram por serem da realeza e todo um sermão que Diana e Jerry Baynard já tinham pronto, mas Déli achava aquilo uma tremenda baboseira.

Não havia sido obrigada a nada, não nasceu real, ou, imperial, mas nasceu inserida nessa conjuntura, qual era o mal de ajudar seu melhor amigo? E, além do mais, havia aumentando seu ânimo e saciado sua vontade por ocupação.

Entretanto, enquanto todos os outros reverenciavam-se pela saída do príncipe, o olhar de Déli capitou um objeto no chão, estreitando seu olhar para o identificar direito. Era um cartão, e ela sabia que já havia visto aquele cartão em algum lugar, mas...

Noah.

A menina apressou o passo para o pegar, analisando o importante objeto e saindo da sala para procurar um guarda para o entregar à sua dona; Winifred Rose; enquanto a menina teve que voltar para procurar Walter, tendo o perdido de vista e só o encontrando nas escadas, voltando desanimado para casa.

   Hesitou com as palavras não sendo encontradas em seus piedosos lábios, tomando fôlego antes de subir os degraus de dois em dois até alcançar ele, continuando à andar acompanhando seu mais calmo ritmo.

   — Vamos assistir um filme? — ofereceu com um gentil sorriso. — Você e Rilla vão fritar seus cérebros se continuarem nessa rotina.

Enquanto ele meio concordava não podendo garantir à ela que estava animado com esse plano, Déli ia em busca de sua melhor amiga, a encontrando debruçada sobre a escrivaninha, e a própria sentiu sua mão doer vendo a força e velocidade que Rilla pôs sobre o papel, escrevendo como se tivesse que aprender a história mundial até meia-noite.

— Rilla. — docemente chamou, aproximando-se cuidadosamente da ruiva, como se ela pudesse atacar, à qualquer momento, quem quer que tenha ousado atrapalhar seu cansado foco que pedia socorro. — Por que não vem assistir um filme comigo e com Walter?

— Tenho que estudar. — murmurou, rapidamente apontando o cotoco de lápis no lixo que já transbordava com tantas bolinhas de papel amassadas em frustração. — Preciso tirar dez, não vou ganhar uma bolsa para Sorbonne, se não tirar dez.

Déli francamente não soube se deveria avisar àquele persistente ser humano (aparentemente, um robô, na realidade), que Sorbonne muito provavelmente não tinha qualquer curso que combinasse minimamente com Rilla.

A não ser, é claro, que ela quisesse ser médica, ou advogada... o que definitivamente era a cara de Bertha Marília Gardner Cuthbert-Blythe.

— Você tem bastante tempo para Sorbonne ou qualquer outra faculdade que escolher, Rilla. — calmamente a lembrou, afastando a cadeira de rodinhas dela da escrivaninha, mesmo sobre as reclamações. —

Road Trip III - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora