Road Trip III - Shirbert e Anne with an E

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❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
Anne e Gilbert nunca acharam que comemorariam a chegada de uma sexta-feira mais do que as crianças, mas lá estavam eles, suspirando e se jogando no sofá depois de uma manhã cheia de aulas.

Parecia cômico, de fato parecia. Enquanto Blythe usava um capacete improvisado com papel amassado grudado com cola, junto com uma armadura, espada e escudo de papelão para representar os povos germânicos da aula de história, Anne estava suja de farinha da cabeça aos pés, após fazer pizza com as crianças para as ensinar sobre frações na aula de matemática.

No final, Gilbert estava certo, todo dia acabava com os dois mortos de cansados. Durante a semana inteira, improvisaram aulas que parecessem ao mínimo legais, e era difícil.

Acordavam muito mais cedo do que os pequenos, preparavam café, limpavam a mesa, organizavam a mesa para o estudo, cuidavam de Jem, deixavam Jem na cadeirinha ao lado, se revezavam para socorrer quando o pequeno começava a chorar, tinham que prender Mercury quando ele começava a latir, improvisavam fantasias para a aula de história, usavam as masinhas do bebê nas aulas de geografia, recorriam a comida na aula de matemática, se valiam do gelo e do mar nas aulas de ciências e se estressavam muito nas aulas de línguas, as quais não sabiam como transformar em legais.

E quando a manhã acabava, sempre sucedida com muitas risadas e sorrisos de seus filhos finalmente engajados no estudo, eles não descansavam, porque aí vinha o almoço e depois do almoço vinha a louça do almoço e depois da louça do almoço vinha a parte de por Jem para dormir e entreter os primogênitos sem interação com o mundo exterior, e todo esse ciclo se repetia na hora da janta, além de terem de dar banho no bebê, de limparem a casa e, por fim, e bem menos importante, cuidar de si próprios.

E, quando tomavam tempo para cuidar de si próprios, era normalmente para ficarem paparicando suas borboletinhas, o constante lembrete de que ainda tinha mais duas para vir e adentrar essa rotina.

Nunca perceberam como eram privilegiados por terem babás e empregados até tal momento, e um aumento definitivamente estava vindo para esses, mas, cuidar de seus filhos e da casa sozinhos era uma experiência que, levando em consideração as suas posições, expandiu muito a visão deles que, pela primeira vez, viveram o seu sonho de independência, ao mesmo tempo que descobriram que não era tão fácil assim.

Mas valia a pena, eles admitiam. As crianças estavam felizes, a casa de De Quinta ainda em pé e a vida lentamente ajustava-se no que eles teriam que se acostumar a viver por um tempo.

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No sábado, Anne teve a satisfação de acordar às nove da manhã, não tendo nem sinal de seus pequenos acordarem por agora.

Espreguiçou-se descobrindo um agradável clima, permitindo que não houvesse a necessidade de por um roupão acima da camisola branca de alçinha, dando uma olhada lá fora e sorrindo com o belo dia que fazia.

Checou Jem que ainda dormia tranquilo, também vendo que Rilla e Walter provavelmente dormiriam por um bom tempo ainda para aproveitarem o final de semana, e ela faria o mesmo, só questionava onde é que um certo Gilbert aproveitava o dele.

Encontrou a pia vazia, com loucas recém lavadas, curiosa dando uma olhada na geladeira só para garantir. Encontrou um copo de chá gelado e pequenos potinhos com iogurte natural misturado com frutinhas.

Sorriu pegando chá, buscando pelo senhor masterchef pela casa e surpreendentemente o encontrando na pequena academia, recostado na parede com o tórax nu, transpirando ofegante enquanto bebia água com uma toalha branca em volta do pescoço, pondo um sorriso interessado na mulher que recostou-se no batente da porta, aproveitando que ele não havia percebido a sua presença e admirando aquele homem só um pouquinho antes de perguntar: