Road Trip III - Shirbert e Anne with an E

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↬𝐀𝐍𝐍𝐄 | ♛
Um sorriso bobo estampava o meu rosto, tão largo e tão unicamente feliz que eu não duvidaria que estava sob o efeito de um feitiço.

É de fato muito interessante como, com a chegada dos anos de maior amadurecimento, nós aos poucos perdemos a euforia com o nosso aniversário, parecendo que, a cada ano, passássemos a dar mais atenção na presença dos que amamos do que com a presença de um novo ano. Mas, ter filhos é mágico. Ter filhos é voltar a sentir a euforia infantil que cultivávamos nos dias de aniversários, só que no aniversário de outros, das criaturas que trouxemos ao mundo.

Céus, acho que não há dia mais feliz no ano para mim, e era tão bom saber que eu passaria ele inteiramente com os meus pequenos!

Pequenos. Já não eram tão pequenos assim. Eu não podia meramente acreditar que um dia eu estava com eles em minha barriga e no outro cá estávamos nós comemorando os seus aniversários de onze anos.

Nós. Cá estávamos nós comemorando os seus aniversários de onze anos. Seria "nós" a palavra mais romântica que já ecoou pelas montanhas, oceanos e estradas dessa terra? Em momentos de puro júbilo como esse, somos apenas nós que não querem ser desamarrados.

E esse era um momento de júbilo.

Subi as escadas apressada, talvez eu diria saltitante. Procurei o meu biquíni nas malas que eu não pretendia arrumar nem tão cedo, e logo estava no banheiro colocando-o.

- Quer ajuda? - escutei a voz de Gilbert perguntando do quarto. -

Apressadamente concordei, saindo do banheiro e pondo o meu cabelo para frente, o possibilitando amarrar o biquíni que muito me atrasava.

- Obrigada. - logo agradeci com um enorme sorriso. -

E tentei sair por aí como se eu própria fosse a criança, mas, antes que eu de fato pudesse o fazer, senti as mãos de Blythe segurando a minha cintura e me parando ao trazer-me de volta para si, com um lento sorriso meio riso que foi destinado logo para eu que queria ir fazer as coisas rapidamente.

- Gil, deixa eu ir lá. - com um sorriso ainda animado, pedi tentando me desvencilhar de seus braços. -

- Você precisa pegar mais leve, pequena. - avisou retirando uma mecha que caía em meu rosto. - Temos todo tempo do mundo, as crianças não vão fugir.

Neguei com o meu dedo, conseguindo fugir dele e falar o que toda mãe muito bem sabe:

- Temos menos de vinte e quatro horas e sim, elas vão fugir. Daqui a pouco não vão querer nem passar o aniversário com a gente.

Escutei uma risada de Gil, me fazendo negar em reprovação já no corredor onde ele não me via. Pobre belisário, vai sofrer quando perceber a precedência de minhas palavras e ver seus filhos trocando o paspalho da infância pelos amigos da adolescência.

Recebi a confirmação de que meus pequenos aniversariantes não necessitavam de ajuda por enquanto, logo indo no quarto do irmão mais novo desses, que ainda não entendia muito bem a essência de um aniversário, mas estava animado para ir para a "plaia", e ao menos esse daqui ainda precisava da minha ajuda. Bom, talvez no final Gilbert esteja certo. As crianças não vão fugir. Jem ainda é a nossa poupança, as meninas nosso fundo de garantia.

- Vamos para praia, filho? - ofereci mostrando para ele sua roupinha de banho. -

Talvez eu devesse ter deixado para perguntar isso quando já estivéssemos na praia, porque ele não parou de se mexer em animadas ações enquanto eu tentava colocar a fralda para depois colocar a blusa protetora de raio ultravioleta.