81- Pessoa em especial

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❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
Mais cedo do que o normal, Anne espreguiçou-se com um bocejo, resmungando e se ajeitando na cama para possivelmente voltar a dormir, entretanto, ao sentir dedos fazendo carinho em sua nuca, suspirou e sorriu ainda sem abrir os olhos.

Caçando a pele de seu pulso com sua outra mão, beliscou-se sonolenta, assim que franziu o nariz quase comicamente por causa do local dolorido, sentindo a região ser delicadamente levantada, não passando de um pluma para o homem que beijou carinhosamente o local.

— Não me entenda mal, mas tem certas coisas que a sua imaginação fértil não chegaria nem perto de imaginar.

Anne riu do achou ser o convencimento dele, não precisando de olhos abertos para saber onde Gilbert estava e apoiar seu queixo no torso desnudo, suspirando como se apenas aquele contato já fosse responsável por uma imensurável satisfação.

— Não me subestime. — bocejando, mandou desleixadamente. — Tenho hormônios o suficiente para imaginar coisas que nem você gostaria de saber.

Blythe riu chegando perto de presunçoso, sabendo que daria muito para saber onde aqueles "hormônios" estavam levando sua puritana ruivinha, para não falar o contrário.

— Pois eu acho — ele começou, cuidadosamente a deitando de lado, fazendo-a conter um riso de cosquinha ao beijar sua bochecha, descendo para o seu pescoço e parando no lóbulo de sua orelha para sussurrar em um persuasivo tom: — que você também subestima a minha imaginação.

Sorriu-lhe um voluptuoso meio levantar de lábios, suspirando quando seu pescoço recebeu mais um único beijo molhado que fez-a murmurar desamparada quando já não tinha mais aquela contato.

O escutou rir de sua reclamação, muito indignada com a soberba que sabia ser para a provocar, enfim abrindo seus olhos e observando-o com fingido tédio, mostrando se divertir ao contrair discretamente um sorriso em seus lábios.

— Você já foi mais romântico, senhor Blythe. — apontou virando-se para o outro lado para justamente esconder o seu sorrisinho astuto. —

Vendo-a com os olhos mais uma vez fechados, aproximou-se e a virou contra seu peito, admirando sua orgulhosa ruivinha que possuía certo aspecto de quem se achava superior, não demorando muito para quebrar isso com um carinho em seu cabelo que conseguiu a fazer sorrir e mais uma vez revelar aquelas lindas safiras.

— Eu amo ver o tremor de seus cílios quando você acorda. — comentou fazendo-a fechar seus olhos novamente quando passou delicadamente seu indicador nos curtos fios. — São os primeiros raios de Sol do meu dia.

Anne sorriu cativada, fazendo Gilbert enfim poder falar que acordou. Desceu seu dedo e salpicou-os pelas sardas; as estrelas e os planetas; e enfim chegou nos lábios; o Sol; o que o queimava de formas ambiguamente boas ou ruins, dependendo da situação.

Levantou com cuidado cirúrgico o queixo dela, roçando os seus narizes em um delicado beijo de esquimó e beijando com devoção os seus lábios.

Não demorou segundos para os sorrisos contorcerem-se em caretas e eles se afastarem, um mandando o outro ir escovar os dentes, porque estava com um bafo insuportável.

— Me dá o meu roupão aí, por favor, bafo de cachorro. — ela pediu ajeitando a coberta branca fina em volta de sua parte da frente, quando se recostou. —

— Não sei não, bafo de gato. — inocentemente disse pegando o roupão e intercalando o olhar entre ele e ela. —

Anne revirou os olhos indicando que precisava do roupão por óbvios motivos de nudez.

Road Trip III - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora