177- Noite Estrelada

195 14 131
                                    

Agora eu entendo
O que você
tentou me dizer
Como você sofreu
por sua sanidade
E como você tentou
libertá-los

Eles não escutaram,
nem ao menos
sabiam como
Talvez agora
eles te escutem

Pois eles não
conseguiam te amar
Mas ainda assim
seu amor era verdadeiro
E quando não havia
mais nenhuma esperança
Naquela noite estrelada

Você tirou sua vida,
como os amantes
costumam fazer
Mas eu poderia ter
dito a você, Vincent
Esse mundo nunca foi feito
Para alguém tão
maravilhoso como você

— Starry, Starry Night de Don McLean

━━━━━༺༻━━━━━
❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
   Mercury encontrou o descanso eterno rodeado das pessoas que mais amou em sua vida, no final daquele mesmo ano, quando retornaram a Alemanha para as festividades.

   Em algum bom tempo, o doce Golden Retriever conseguiu subir, não no sofá, mas sim aos céus, onde esperavam que ele não tivesse feito bagunça e respingado gotas amarelas de... felicidade (por assim dizer), ao reencontrar sua legítima dona.

   E, após algum tempo parado, superando a perda de Mercury e aprendendo a lidar com o fato de que não teria mais um companheiro de quatro patas em suas viagens, achou que fosse a hora certa de deixar o motorhome estacionado em Wannsee.

   Claro, para pegar um avião e ir explorar o ocidente, com carros alugados no caminho.

   Seu primeiro destino nos Estados Unidos foi o Kansas, onde passou algum pouco tempo, antes de ir descendo os estados e chegar no seu primeiro verdadeiro destino: Nova Orleans.

   O plano depois era ir subindo pela costa estadounidense, até Nova Iorque, onde poderia se encontrar com Di. Mas, confessava, estava apegado o suficiente a Nova Orleans, para atrasar um pouco o seu planejamento improvisado.

   Era uma pena ter chegado depois do famoso Carnaval, mas não tinha importância. Gilbert estava encantando com a vida daquela cidade. As cores de seus inconfundíveis prédios na área mais histórica; o som do jazz dos músicos de rua, presente o tempo todo; a vivacidade das pessoas à noite, amplamente divertindo-se na rua e em bares; os barcos descendo o Rio Missisipi; a quantidade de crua e dolorosa história que aprendeu em suas visitações...

   Em um bom tempo, Gilbert Blythe sentiu-se parte de algo, parte daquele conjunto animado de pessoas. Parecia certo ele estar naquele contexto, com aquela música, sempre que podia, saboreando um Beignet lotado de açúcar no topo.

   Sentia-se um pouco de volta à sua infância, quando ia comer kebab em Neukölln e aproveitava para passar um tempo no piano, apenas presenciando a música e as pessoas que por ela eram rodeadas em alegria.

   Todavia, naquela manhã, Gilbert passou em frente do cemitério Lafayette, no Garden District, indo em direção aos casarões e mansões que chamavam a atenção de curiosos turistas, mas que não o desviaram de seu objetivo: chegar à grande casa branca de dois andares, rodeada por um impecável gramado e cercada por apenas uma cerca de ferro.

   Com três batidas na batidas, Blythe foi rapidamente recebido por Cole e Harry, parecendo que estavam esperando atrás da porta para o assustar, mas os quais não esperaram nem ao menos o homem entrar, para o abraçar fortemente, em conjunto.

Road Trip III - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora