102- Inesquecível rosto

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❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
   O domingo amanheceu tão tranquilo quanto um deveria ser.

   Na noite anterior, depois da euforia que se pôs no palácio com o retorno de Harry, Anne adormeceu no braço dele, escutando sobre suas aventuras nas pirâmides do Egito e vendo o álbum com as fotos do homem e de Cole nos lugares mais inusitados do vasto mundo.

   O Duque até disse que sairia para deixá-los dormir em paz, entretanto, Gilbert pediu para ele ficar, garantindo que não tinha problema e sabendo que sua esposa acordaria feliz ao lado de seu melhor amigo.

   Tirando Diana e Jerry, a vida de sua Anne muito resumia-se à trabalho, filhos e marido. Blythe sempre considerou que sua esposa deveria de ter momentos igual teve com De Quinta na noite passada; um momento de descontração para ela e apenas ela. Por isso, Gilbert aninhou-se no outro canto da cama e viu, com agradecidos olhos, sua amada dormir feliz abraçada ao braço de Harry, que nem um bicho preguiça abraçado em um galho.

Descobriram que o homem manteve seus hábitos matutinos, pois, ao acordarem em seu horário precoce para acalentarem suas filhas chorosas, o Duque nem importou-se de se levantar conjuntamente, não podendo estar mais ansioso para ver as suas sobrinhas, as quais deixou como mínimas criaturinhas que praticamente caiam a cada passo, mas que reencontrou como falastronas e andantes bebês.

   Foram tantos minutos, quase migrando para horas, com Harry babando naquelas meninas tão adoráveis, que seu coração provavelmente já havia derretido e espalhado-se por todo o seu corpo, levando todo o seu ser amar mais um pouquinho aquelas encantadas pessoinhas que ficaram o olhando receosas com aquela enorme diferença entre castanho e mel-azulado de seus olhos, mas logo acostumaram-se com a visão de seu tio, gostando dele.

— É o tio, Harry, filhas. — Anne docemente explicou.— Lembram que a mamãe e o papai sempre contavam dele e do tio Cole para vocês? Como eles estavam viajando pelo mundo?

Quer dizer, não lembravam, tinham dois anos e cinco meses, mas concordaram apenas com acenos, como se ainda houvesse algum resquício de memória sobre o assunto.

— Que tal dar um abraço no tio De Quinta? — Gilbert ofereceu pondo Di cuidadosamente em pé na cama. —

Ajudou-lá à chegar até o homem na fofa superfície que dificultava o seu andar, praticamente caindo em cima de seu tio, rindo o abraçando, igual seu papai havia sugerido. Logo Anne também ajudou Nan realizar o mesmo processo, pondo um sorriso naquele homem que pareceu um menininho segurando o mundo em seus braços.

— Elas são as pessoinhas mais encantadoras desse mundo. — apontou rindo como se um sorriso não fosse o bastante para expressar sua felicidade em estar abraçando aquelas pequerruchas. — Se importam se eu sequestrar suas filhas? Eu estou fielmente considerando fazer isso.

   Anne e Gilbert se entreolharam rindo. Rindo com a certeza de que tinham feito um ótimo trabalho.

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   Desceram para o café da manhã com Jem tendo acordado, caminhando de mão dada com seu tio que respondia cada incansável pergunta do curioso falastrão, ao contrário do que Anne e Gilbert pensaram ao pediram para James acalmar-se um pouco, não cansando nem um pouco Harry, o qual ria principalmente daquelas perguntas infantis como: "por que as pirâmides não são redondas? Ou quadradas?!"

   Quando chegaram em seu destino, a mesa já estava cheia tanto de pessoas tanto de comida, a qual Rilla, Walter, Déli e Noah devoravam como se não tivessem ido dormir tarde ontem, enquanto Jerry e Diana pareciam dois zumbis meio acordados meio adormecidos.

Road Trip III - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora