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❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
Na madrugada deste mesmo dia, Anne e Gilbert já estavam acordados no quarto de seu hotel, andando de um lado para o outro com Jem no colo.

Eram quatro da manhã e eles já haviam tentado de tudo. Acharam que poderiam ser fome, mas ofereceram todas as comidas daquele hotel e nada do pobre bebê parar de chorar para os seus pobres pais dormirem. Logo depois de checarem a fralda que ainda estava seca, partiram para a terceira coisa que poderia fazer um bebê chorar: cólica.

- Você acha que é cólica? - após horas desperto, Gilbert perguntou não revelando nenhum sinal de cansaço em sua voz, apenas preocupação. -

- É choro de cólica. - andando de um lado para o outro pegando coisas do Jem, ela precisamente afirmou. -

Blythe pareceu quase comicamente confuso com tal ouvido materno muito bem treinado, parando por um segundo para tentar prestar atenção no que ela classificou como "choro de cólica".

Quando viu, estava apenas parado ao lado dela, sem saber muito bem o que fazer enquanto Anne fazia massagens na barriga do bebê que dolorosamente chorava a ponto de ficar vermelho, murmurando pequenas palavras amorosas para o seu filho, mas, após muitos minutos, ela afastou-se coçando sua cabeça parecendo muito bem desesperada pelo seu bebê.

- Não funcionou. - concluiu aflita apontando para o pequeno que continuava a chorar. - Isso sempre funciona, por que não funcionou?

Percebendo que Anne estava tão angustiada a ponto de estar aérea navegando na preocupação que tomava conta de si, Gilbert apenas pegou o menino no colo e foi até ela enquanto o ninava tentando ajudar.

- Talvez não seja cólica, querida. - compreensivelmente sugeriu. -

- É cólica. - ela mais uma vez afirmou, tendo plena certeza do que falava. -

- Podemos tentar oferecer mais comida para ele.

- Não, Gil. É cólica.

O homem concordou. Se Anne estava falando que era cólica, era cólica, fazendo ele olhar para o seu bebê sentindo a dor que não queria que o pequeno estivesse sentido, agora o único problema era como curar, porque, com Rilla e Walter, Anne nunca precisou de algo a mais além da massagem mágica.

Saber que o seu filho estava sofrendo apenas complicava a situação. O choro de dor do bebê era como bebida alcoólica para uma pessoa que nunca bebeu. Facilmente embriagava e fazia eles perderem o seu senso lógico. Estavam desesperados. Assim, o bebê daqui a pouco desidrataria de tanto chorar.

E chegou a um ponto que Anne começou a chorar junto com ele, e Gilbert, muito sem jeito, também queria chorar, mas não podia, porque quem cuidaria de tudo se todos estavam chorando?

- Será que a vista vai acalmar ele? - ficando muito desesperado, sugeriu qualquer coisa que veio a sua cabeça. -

E lá estavam eles, em um hotel de luxo literalmente na Praça Vermelha em Moscou com um bebê que pouco se importava com a vista ou não.

- Está frio, Gil, não podemos levar ele lá fora. - apontou chorando enquanto fazia carinho na cabeça de seu pequeno. -

E estava frio mesmo. Eles não entenderam ô porquê de chamarem aquilo de primavera, porque nas suas visões francesas e alemãs aquilo definitivamente era um inverno extremamente rigoroso, com temperaturas negativas e ainda por cima neve! Perderam as contas de quantos casacos estavam.

- Talvez se fosse a praia ele se acalmasse. - Blythe apontou passando a mão frustradamente em seu cabelo, e ele não sabe como conseguiu conter aquelas lágrimas, mas conseguiu. - Mas não tem nenhuma praia por perto, ao menos se tives...

Road Trip III - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora