145- Uma vida sem amor não é uma vida

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❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
   Gilbert se ajoelhou no mármore com detalhes em ouro para conseguir propriamente ajeitar a gravata torta de Walter, precisando refazer todo o nó e por a gola da camisa social no lugar correto, fazendo uma nota mental para si próprio não esquecer de ensinar seu filho alguns truques que aprendeu nos últimos meses.

   Enquanto levantava-se, um serviçal passou pelas portas de madeira maciça que os guardas haviam aberto, realizando uma precisa reverência, ao tempo que Blythe ajeitou o seu próprio terno e tranquilizou Rilla, a qual o olhou questionando se não tinha nenhuma falha extraordinária em seu vestido preto simples ou em seu cabelo perfeitamente alinhado.

   — A senhora Gardner os aguarda na sala de estar, senhores. — o funcionário avisou, dando um passo atrás e os indicando a passagem com sua mão espalmada. —

   E não tardou muito para estarem sendo direcionados ao local onde a mulher de cabelos castanhos se levantou, realizando uma muito bem treinada reverência, perfeitamente alinhada com um "majestade". E a "majestade" muito quis a fazer proclamar determinado respeito pelos seus filhos também, mas Gilbert sabia não ser hora.

   — O que devo a honra da visita? — a senhora indagou oferecendo as poltronas para eles se sentarem. —

   Mas ela mesma interrompeu o seu sentar, ao notar que nenhum dos três superiores pareciam estar dispostos a realizarem tal.

   Ao sentir Rilla e Walter apertarem mais um pouco a sua mão, Blythe respirou fundo, sabendo que talvez fosse melhor para suas crianças se tivesse apenas ligado e informado que iriam passar naquele Palácio com um único e bem delimitado objetivo. Mas não queria correr o risco de avisar que iria, e ser recebido com uma intimação de passagem de guarda, ou qualquer coisa do tipo.

   — Rilla e Walter vieram visitar o pai.

   A senhora estalou sua língua no céu de sua boca, ao abaixar o olhar e assentir, como se então entendesse a situação.

   — Já estava na hora, afinal. — ela comentou caminhando calmamente em direção ao carrinho com algumas xícaras e um bule de chá. — "Desculpas", eu imagino que vieram suplicar para o pai de vocês. Mas não se preocupem, meus queridos. O que a mãe de vocês fez, não...

   — Por que vocês não vão na frente? — sorrindo calmamente, Gilbert ofereceu para Rilla e Walter quando sentiu suas mãos serem um pouco mais pressionadas pelos dois observando atentamente o que queriam que chamassem de "vó". — Tenho certeza que algum funcionário pode mostrar o caminho, certo?

   Prometendo que os alcançaria antes mesmo de chegarem, Blythe entregou para eles os pequenos buquês que trouxe dentro de seu terno e esperou que seus filhos já estivesse mais afastados, para conseguir propriamente falar com mulher que bebericava seu chá em pé.

   — Ontem foi aniversário dos dois. — Gilbert seriamente avisou se aproximando. — Mas acho que você sabe disso.

   — Não sabia que estariam por aqui, se tivessem me avisado...

   — Você faria a mesma coisa que fez em todos os últimos anos. — ele não se deu trabalho de ouvir qual mentira seria proferida, apenas observando o local à sua volta antes de voltar seu olhar até ela. — Então, eu não só lhe peço como responsável dos dois, mas demando como seu Imperador, que você não tenha a covardia de falar qualquer coisa sobre a mãe deles. Porque ela foi mais mãe, avó, avô, tio, tia, primo e prima, do que sua família inteira já foi para eles.

   — Sim, senhor. — ela teve a dissimulação de calmamente responder. — Mas podemos retomar o tempo perdido, com o meu direito a guarda deles. Os retirar um pouco do ambiente perfeito de ilusão que a assassina do meu filho e do pai deles criou. De fato, a majestade está certo em reivindicar o direito dos meus netos de conviverem com a família paterna, a única que eles tem e sempr...

Road Trip III - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora