92- Alemanha e França

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❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
   Os funcionários, em toda a sua estada naquele palácio, nunca imaginaram que temeriam tanto serem atropelados, mas, por praticamente todos os corredores, eram obrigados a desviar rapidamente, porque sim, seriam atropelados caso não o fizessem.

O barulho frenético de três pares velozes de pés mesclavam-se com o som das risadas ofegantes e a súplica cansada, fazendo o piso de mármore rezar por salvação, porque sabe-se lá até onde isso poderia ir.

Esta não era uma cena muito incomum de ver-se nesse palácio. Sempre havia correria, independente da estação do ano ou do que estava em jogo nesses passos apresados. Geralmente era a dignidade de alguma das altezas imperiais, que haviam batido o recorde de babás pedindo demissão e punham seus pais em uma complicada tarefa, muito mais complicada do que gerir um Império:

Gerir cinco filhos.

Passando correndo por um dos corredores sagrados daquele palácio, fizeram a melodia do piano parar, podendo previamente escutar um bufar frustrado antes do som da porta se abrindo com a imagem da cabeça do futuro Imperador para fora.

— Eu estou tentando treinar aqui, será que vocês poderiam fazer menos barulho, por favor? — Walter indagou cansado. —

E isso logo fez a porta da frente rapidamente abrir-se, dessa vez com a cabeça da princesa sendo posta curiosamente para fora, como se procurasse onde estava sua velha amiga.

— O que os pestinhas aprontaram dessa vez? — Rilla perguntou para o seu irmão, já sem rastro de onde a bagunça foi. —

Posteriormente, a porta ao lado da sua também se abriu, com a cena de uma certa lady pondo sua cabeça para fora e buscando que ensinamento teria que provir agora para a futura, talvez perdida, geração.

— Para onde eles foram? — Déli questionou soando quase preocupada. —

Ao tempo que essas perguntas eram feitas por crescidos seres de treze anos, Jem corria com seus pulmões de quatro anos trabalhando em dobro, ofegando, mas não deixando de rir ao olhar para trás e encontrar suas pequenas irmãs com seus pulmões de dois anos e quase quatro meses tentando o acompanhar, Di, rindo conjuntamente, e Nan, parecendo estar prestes a chorar.

Era um sábado, dezoito de dezembro, praticamente já estavam em suas férias de final de ano, agasalhados com suas lareiras necessitando serem usadas e os aquecedores igualmente ligados, pois o inverno chegava assim, com os flocos caindo e pintando de branco o jardim do novo palácio da família imperial, uma construção que bateu recorde ao ser construída em menos de dois anos.

Todavia, essa neve não impediu que Jem descesse as escadas levando vantagem por suas pernas maiores, carregando consigo o doce que pegou emprestado do Calendário do Advento de Nan até o jardim, o que fez sua irmã abraçar seu próprio corpo e pedir o seu chocolate de volta.

   — Eu sou mais alto do que você. — Jem vangloriou-se dando a língua para ela e erguendo seu braço onde mantinha o bombom de prisioneiro. —

   — Bitte, Jem! — Nan, usando as melhores palavras que seu pequeno eu de dois anos conseguia falar, pediu pulando para tentar alcançar o seu presente. —

   Di, em contrapartida, parecia estar achando bastante estimulante a brincadeira, rindo ao também tentar alcançar o bombom, não levando tão pessoalmente quanto sua irmã que considerou que era claro que ela não levaria igual a si, já que Di continuava com o seu presente intacto.

   — Não vai ganhar plesente do São Nicolau! — Nan lançou-lhe a maldição, com uma voz prestes a partir-se em choro. — Klampus puxar seu pé!

Road Trip III - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora