105- Me ame com ternura

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Me ame com ternura, me ame com doçura
Nunca me deixe partir
Você tornou minha vida completa
E eu te amo tanto

Me ame com ternura, me ame de verdade
Todos os meus sonhos realizados
Porque, meu amor, eu amo você
E eu sempre amarei

Me ame com ternura, me ame por muito tempo
Leve-me ao seu coração
Pois é lá que eu pertenço
E nós nunca nos separaremos
— Love me Tender - Elvis Presley

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❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
Gilbert fora paciente, Anne observou.

Ela ainda estava parada, olhando para ele sem conseguir expressar nada, o que já era bom indício de seu choque, até que cuidadosamente pôs a taça do lado, antes que a derrubasse com sua trepidante mão, aos poucos, com um sorriso começando a alcançar seus lábios, como se pequenos fios os erguessem com um minucioso cuidado para não parecer desesperado.

E isso lá era pergunta que se faça para uma pessoa despreparada?!

Poderia ter tido um ataque cardíaco; queria ter apontado para seu marido, mas os risos discutiram com as palavras e tomaram conta da situação, saindo tão involuntariamente de sua boca que fez Gilbert rir junto, sabendo que não fazia diferença ela aceitar ou não, mas tendo certeza que aquela era resposta o suficiente que precisava para toda e qualquer pergunta de sua vida.

— Foi você que armou isso, não foi? — sentindo sua barriga formigar com as risadas, perguntou apontando para o céu, mais especificamente, para indicar a música que tocava. —

— Graças a Deus, sim. — respondeu não conseguindo não rir ao vê-la tampar sua boca muito mais provavelmente por causa dos risos do que por causa da emoção. — Afinal, ficaria preocupado se fosse outro pedindo isso para você.

— Gil, nós somos casadas há três anos. — não conseguiu evitar de lembrar perante a comicidade da situação. —

Quer dizer, as pessoas normais faziam isso com quantos anos de casados? Vinte? Vinte e cinco? Trinta, talvez!

— O que não nos impede de renovar os nossos votos. — tranquilamente contrapôs. —

Ela riu dizendo que não impedia mesmo, ajeitando-se melhor na cadeira, como se precisasse ver aquela cena melhor para ter certeza de que estava acontecendo.

— Estamos em Vegas, Noite Estrelada. — lembrou no mais amplo sorriso que aquela cidade de fato já viu. — Comete essa loucura comigo?

— Hoje?!

Com um muito certeiro sorrisinho, acenou em concordância, como se não visse menor problema nisso. Todos tem que cometer uma loucura quando vão em Vegas, essa seria a deles.

Renovar seus votos.

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   Sua mão ajeitou-se no pequeno buquê de girassóis que praticamente tornou-se parte de si, e seu braço tentou não atrapalhar o tocar do violão ao o enlaçar com o do outro. Os pés de Anne pareceram deslizar involuntariamente para o lugar onde deveria ir, como se o seu coração estivesse a guiando para o dono de suas batidas, mas, graças a Deus, tinha alguém para se apoiar, porque suas pernas já estavam andando de maneira meio confusa.

   Não era uma longa caminhada, e os oito bancos divididos pelos dois lados eram seus únicos convidados. Era uma pequena capelinha, onde casais apenas apareciam e se casavam, as vezes, embriagados, as vezes, de mentira, e, as vezes, apenas buscando um pouco de desconexão com o corriqueiro.

Road Trip III - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora