88- A árvore e seus frutos

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❝𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 | ♛♚
— A sua o que?!

Após minutos tentando fazer seu marido voltar a mexer-se, dando tapinhas em seu rosto e estalando seus dedos à frente de seus olhos, foi a primeira pergunta que Anne recebeu. Ela calmamente repetiu que sua bolsa estourou, tentando não ter que lidar com um desmaio de Gilbert Blythe enquanto tranquilamente sorria para seu marido cor de folha.

— Que dia é hoje? — ele perguntou levantando-se repentinamente. — Hoje é sábado? Sábado? Ontem foi sexta? Acho que foi. Então é sábado. Elas vão nascer sábado! Sábado. Mas eram para nascer semana que vem, estava marcado! Tem certeza que não é xixi?

Anne levantou-se com a mão em sua lombar, checando a mancha na cadeira e sentindo o líquido quente em suas pernas, apenas com um sútil cheiro característico que a fazia garantir: não era xixi.

— Bom Deus. — Gilbert desesperou-se indo até ela e a dirigindo para sentar-se na cama. — Você está sentindo dor? Não é para você sentir dor quando a bolsa rompe, você está sentindo? Mulher, fale comigo e fale a verdade! Tá sentido qualquer coisa, qualquer mísero incômod...

— Eu estou bem. — o interrompeu sorrindo para ele ao passar a mão em seu preocupado rosto. — Respire fundo, Gil.

E o instruiu a respirar fundo, inspirando e expirando lentamente para tentar o acalmar até seu marido parecer minimamente mais calmo.

— Agora, pegue o celular para mim e acorde...

Antes que Anne pudesse concluir o raciocínio, ele rapidamente a deu o celular com sua mão trêmula, não a deixando completar a frase ao sair avoado pela casa. A mulher só soube que segundos depois escutava a voz de um recém acordado Jem, que riu quando seu pai saiu pela casa batendo panela, abrindo a porta de todos os quartos e batendo uma colher de pau na base do recipiente que fazia um alto barulho estridente que tirou todos da cama, reclamando do homem, principalmente Bash e Mary que tiveram que acalmar Delphi.

— Minhas filhas vão nascer, não arranje briga comigo agora, porque o meu raciocínio lógico ainda não está funcionando. — apontou não conseguindo conter um enorme sorriso. —

E um coro perguntando se a bolsa havia estourado foi ouvido, fazendo uma manada correr barulhentamente até o quarto onde Anne estava recostada na cama, a levando a erguer seu dedo indicador como se pedisse um segundo, falando tranquilamente com o médico enquanto meio abraçava Rilla e Walter que correram até ela.

— Ok, obrigada, doutor. — finalizou com um sorriso, logo desligando o celular e o deixando de lado, levantando seu olhar para sua família. — Ele pediu para irmos para o hospital.

Falas foram sobrepostas altamente uma sobre a outra, sem importarem-se de estavam sendo compreendidos ou minimamente escutados, fazendo Anne crispar os olhos tentando entender ao menos o que algum ou outro falava, até que ela naturalmente levantou-se e parou à frente deles.

— Será que vocês poderiam ficar calmos? — pediu cruzando os braços. — Vão trocar de roupa, por favor, antes que resolvam ir de shorts e camisolas para o hospital.

— Estamos prontos! — Gilbert exclamou entrando no quarto carregado pelo menos três bolsas em cada braço, abrindo espaço entre a pequena multidão. — Todo mundo para o carro.

Anne o olhou de cima abaixo de maneira quase julgadora, tentando o lembrar que ainda tinha apenas um shorts o vestindo, fazendo ele rapidamente retirar as bolsas do braço e vestir o suéter de paspalho que achou em seu armário, falando que agora estava pronto.

Road Trip III - Shirbert e Anne with an EOnde histórias criam vida. Descubra agora