04.

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Lorena 🍇

Já estava em casa, na minha boa caminha, tomada banho e confortável. Vejo alguém abrir a porta e eu olho, vendo meu padrasto parado ali. Me cubro com o lençol, pois estava apenas de pijama.

Lore: Podia ter batido na porta, né Fabiano? — falo.

Fabiano: A casa é minha e eu faço o que eu quiser. — ele fala alto e eu reviro os olhos. É por essas e outras que eu quero me livrar daqui. Só quero conversar com a minha mãe direitinho e comprar alguns móveis.

Fabiano: Cadê tua mãe? — pergunta.

Lore: Não sei, não tenho um GPS nela. — tiro o olhar dela e volto a olhar para o meu celular.

Fabiano: Fala direito, porra. — ignoro sua fala e continuo mexendo no meu celular.
— Desde manhã ela não pisa aqui.

Lore: Pois é né, ela trabalha, tem horário para ir e para largar. — ele respira fundo e passa a mão na barba — Enquanto tu tá dormindo depois de uma noite inteira bebendo, ela tá trabalhando, e se ela não chegou até agora, é porque está trabalhando.

Fabiano: E tu? Deveria tá trabalhando, mas tava na praia, ou comendo macho, ou se amostrando pra eles. Quero puta na minha casa não. — escuto aquilo e volto a olhar pra ele. Nem estava acreditando no que tinha acabado de escutar.

Lore: Oi? — levanto meu corpo, sentando na cama para olhar bem para ele — Me respeite, porque eu nunca dei nenhum motivo pra você está me chamando de puta! Tá achando que é quem? — ele me olha sorrindo.

Fabiano: Se eu pagar pra tu fuder comigo, tu vem na hora, puta.— escuto aquelas palavras saírem da sua boca e sinto nojo da cara dele.

Lore: Vai tomar no cu! Tu acha que eu sou o que? Seu nojento! Eu tenho nojo de você, namoral! — me levanto, puta. Minha vontade é ir pra cima dele e quebrar ele no pau — Sai do meu quarto! — grito e ele sorri, achando engaçado tudo aquilo — Sai! — grito mais alto.

Fabiano: Saí da minha casa, a casa é minha! — grita e eu concordo com a cabeça. — Eu saio a hora que eu quiser dessa porra, porque a casa é minha, caralho! — bate a mão forte na porta, fazendo eu tomar um susto com o barulho. Estava começando a ficar com medo.

Lore: Se preocupa não, eu vou sair. — falo, sem olhar para ele.

Fabiano: Quando? — fico calada, ainda sem olhar pra ele — Te dou uma semana pra tu ir embora daqui, pra eu não ter que ver a tua cara de puta! — grita e sinto uma vontade enorme de chorar, ma sem seguro. Queria mesmo era ir pra cima dele, mas eu sei que iria apanhar, e do jeito que ele é nojento, poderia até tentar fazer algo a mais comigo.

Lore: Menos que isso tu nunca vai me ver nessa casa. — ele sorrir — Por mim eu nem estaria aqui! Mas eu vou sair, fica tranquilo.

Fabiano: Bom mesmo. — sai do quarto e eu ando até a porta e fecho ela com tudo. Que ódio, desse nojento!

Tranco a porta e coloco a mão no rosto, respirando fundo. Se eu ia no final do mês eu vou agora, não vou ficar me passando por isso por causa da minha mãe. Ver um homem me chamando de puta e aguentar? Não vou. Foda-se minha mãe, foda-se tudo. Nessa porra eu não fico mais!

[...]

Mirele: Então amanhã mesmo tu vem, Lore. — fala para mim. Eu já tinha contado tudo que aconteceu pra Mirele. Já era outro dia, e eu estava na casa dela conversando sobre o que aconteceu. Assim que acordei, já vim para aqui, não queria de jeito nenhum olhar na cara daquele homem.

Lore: A gente tem que ver sobre as contas. — ela me olha e bufa.

Mirele: Vai ser dividido, como a gente falou. — prende o cabelo em um coque.

Lore: Tem certeza que não vai se incomodar? — pergunto.

Mirele: Eu? Me incomodar? — revira os olhos — Vem com teus cu doce não, tu sabe que eu não ligo e a gente tá planejando isso a muito tempo. — fala.

Lore: Tá, tá bom. — prendo meu cabelo — Só tô esperando minha mãe chegar pra conversar com ela... já tentei várias vezes fazer pra ela se separar desse traste, mas parece que gosta de sofrer. A questão é que ela não quer ser ajudada e eu não vou ficar no pé não. — pego meu celular. Se ela gosta de passar por isso, problema é dela, eu que não vou.

Mirele: Verdade. — concorda comigo.

Lore: As vezes parece mais que eu que sou a mãe dela, do que ela é a minha mãe. — jogo a cabeça para trás.

Mirele: Gosto muito dela, mas ela é muito imatura. Parece uma adolescente. — senta do meu lado.

Lore: Enfim, só espero que ela entenda. Não vou ficar o resto da minha vida morando lá e sendo expulsa de casa. Levando altas passadas na cara. E sendo chamada de puta.

Mirele: Está mais que certa!

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora