Outra Dimensão [M]

156.

Trovão ⛈️

Deixa ela, pô.

Tava se amostrando, dançando, rebolando com sempre. Como sempre foi.

Eu tava só calado na minha, no meu canto, enquanto Breno tava dormindo no carrinho de bebê ao meu lado, enquanto os cara tavam falando no meu pé do ouvido e eu tava só na minha, afim de fumar um baseado.

Mas nem posso, falei pra todo mundo que hoje não podia fumar, principalmente na frente do meu pivete.

Enquanto não posso é só bebida e música mermo.

Nando: Não sei como Breno consegue dormir nesse barulho todo. — saio dos pensamentos e olho para ele — Fico no ódio quando tô dormindo e tá tendo barulho.

Rato: Mas tem que ser assim mermo, já crescer assim no barulho, sabe como é né. Do jeito que a favela é, naquele pique, pique animação. — bate no meu ombro — Paizão tá só aqui, bolado.

Trovão: Tô na minha, mano. — tiro o braço dele de perto de mim.

Rato: Tá nada, brigou com a patroa e tá nessa aí. — encaro ele.

Trovão: Vem pesar na minha não, porra. — volto a olhar para Lorena, que levava um copo até a boca. Puta que pariu — Olha ele aí. — falo com os três e saio dali, indo em sua direção — Tá bebendo, caralho? — ela engole o líquido devagar e me olha com a cara mais debochada do mundo.

Lore: Já falei pra tu falar direito comigo. — pego o copo da sua mão e levo até o nariz — Energético. — toma o copo de mim — Sai daqui, vai pra lá, vai. — semicerro os olhos — Anda, Trovão. — fico parado — Isso é o cão uma hora dessa, mas eu tenho Deus — se aproxima de mim e coloca a mão dentro do meu bolso.

Trovão: Quer o que?

Lore: A chave do teu carro. — pega do meu bolso.

Trovão: Tu quer pra que? — ela sorrir.

Lore: Vou sair com a minha cunhada e amiga. — bufo.

Trovão: Vai, me dá. — tento pegar da sua mão, que não em da — Lorena.

Lore: Oi, Trovão.

Trovão: Tu não sabe nem dirigir, pô. — ela rir.

Lore: Mas Mirele sabe. — nego com a cabeça.

Trovão: Para de graça. — seguro em sua cintura, que tanta se afastar seu corpo de mim — Nem quebrei o teu resguardo do jeito que eu queria quebrar... — falo baixinho em seu ouvido.

Lore: E nem vai, que a raiva que eu tô de tu, vamos ficar os 10 dias sem transar, até completar os 40 dias. — nego com a cabeça.

Trovão: Se eu quiser que seja hoje, vai ser hoje. — ela gargalha.

Lore: Sonha, bofe. — coloca minha chave dentro do decote do vestido — Hoje o papai de Breno vai ficar com ele, enquanto a mamãe vai sair com as amigas. — segura no meu maxilar e me dá três selinhos. Tento transformar em um beijo, mas ela fica se afastando e eu não deixo, fazendo o beijo iniciar. Seguro em seu cabelo e prendo em minhas mãos, dando uma puxada de leve. Desço minha mãe para a sua bunda e aprofundo beijo, sentindo meu pau querer dar sinal de vida — Não esquece de dar a vitamina dele. — encerra o beijo e me afasta dela — Mirele, porra. — grita pela garota.

Trovão: Isso é o cão, uma hora dessa. — falo pra mim mermo e ando até Lorena — Para, porra. Tu não vai pra canto nenhum não, caralho. — seguro em seu braço fraco.

Lore: Victor. — fala baixo — Deixa eu te lembrar uma coisa. — respira fundo — Eu tenho vinte e um anos, meu pai tá morto, e eu faço o que eu quiser da minha vida. Se eu quiser ir dar o cu hoje, eu dou, porque a vida é minha. Não é porque eu tô contigo que eu tô presa não, porque altas vezes você saia pra churrasco com os seus amigos e eu ficava em casa. Nunca te proibi de nada e você também não vai me proibir.

Trovão: Parece que tu tem merda na cabeça e esquece que tu não é solteira, porra. Tu é casada e tem um filho, caralho. Para de agir com uma criança! — ela rir ironicamente.

Lore: Criança tá sendo você! — passo o cabelo para trás — Eu tô cansada de ficar presa e eu só quero tirar uma noite pra me divertir.

Trovão: Esse é o teu problema!

Lore: Esse é o nosso. — tenta se soltar de mim — Solta meu braço. — solto — Fica tranquilo, eu não vou pra caralho jejum mais não — escuto o chorinho do bebê — Toma — me entrega a chave do carro e vai até Breno, pegando ele no colo e andando para dentro de casa.