Outra Dimensão [M]

11.

Lorena 🍇

Mirele insistiu tanto e olha onde eu tô?

Subindo o morro na garupa de um desconhecido e ela na garupa do Rato. Só quero que ela me deixe sozinha, eu mato ela de verdade, sem brincadeira mermo. Não demorou muito pra gente chegar lá.

A casa era enorme, música tava altona e o cheiro de churrasco tava perfeito. Já deu aquela vontade de um espetinho. Fomos entrando e não tinha muita gente mesmo não. Tinha dois grupinhos de mulheres, e uns homens todos juntos conversando. Alguns estavam na piscina, e algumas mulheres dançando.

Assim que pisamos os olhares já caíram matando na gente. Eu fiquei tranquila e fui indo pra um lugar mais afastado com Mirele. Rato falou que ia falar com os "manos" e se foi pro grupinho.

Mirele: Vai entrar na piscina? — começou a tirar a roupa.

Lore: Vou, só vou no banheiro tirar o absorvente e botar o O.B. — ela assente e eu pego algumas coisas na bolsa. — Sabe onde é o banheiro, Mi? — pergunto.

Mirele: Deve ser lá dentro, entra e pergunta a alguém que tiver lá. — assenti e fui seguindo meu caminho. Entro lá e vou a procura de um banheiro, mas pergunto pra uma mulher que tava lá dentro e ela falou onde era. Fiz minhas coisas e já saí do banheiro de biquíni.

Fui passando pelo corredor com a minha roupa na mão e senti alguém esbarrando em mim. O povo ama esbarrar em mim, não é possível. Me virei para a pessoa e não acreditei no que eu estava vendo.

Lore: Você de novo? — cruzo os braços e olho para ele. Ele me olha de cima a baixo e nega com a cabeça.

Trovão: Puta que pariu, mané... — vira a cabeça pro lado e me olha — Tá me perseguindo, você? — cruza os braços também.

Olho ele de cima a baixo também. Ele tava com a camisa no ombro, cordões do pescoço, rolex no pulso e Kenner no pé. Tinha um radinho na cintura e uma pistola do outro lado. Ele era cheio de tatuagens, tinham alguns lugares vazios, mas a maioria estava cobertos por tatuagens.

Lore: Tô perseguindo ninguém não, bofe. — reviro os olhos — Não seria o contrário?

Trovão: Bofe é o caralho, porra! Já falei pra tu que meu nome é Trovão. Tem problema de audição, você? — fala todo grosso e eu mordo meu lábio, com vontade de rir. — Lorena, né? — olho pra ele desconfiada.

Lore: Como tu soube meu nome? — ele passa a mão pelo cavanhaque.

Trovão: Importa como eu fiquei sabendo teu nome não, agora mete teu pé! — fala autoritário, como se mandasse em mim.

Lore: Fala direito, eu em! — fala no mesmo tom que ele — Tu manda em mim não, saio se eu quiser! — debocho.

Trovão: Tu tem medo da morte mermo não, né? — fala sério.

Lore: Tu já me perguntou isso no dia do baile e eu respondi que não. — sorri debochada — Pede desculpas que eu "meto meu pé". — ele vira a cabeça pro lado e respira fundo.

Trovão: Minha paciência tá se esgotando contigo, e pra eu não destravar bala na tua fuça, vou meter meu pé! — se virou — Toma no teu cu! — começa a caminhar pelo corredor.

Lore: Toma no teu! — me viro, saindo dali. Olhei pra trás e vi ele parado, respirando fundo e fechando e abrindo a mão. Eu que não me meto com esse bofe, todo estressado ele. Mas o que tem de estressado tem de gostoso.

Saio de dentro da casa e chego em Mirele que já tava comendo um prato de carne, com cerveja e do seu lado, Rato dando maior bronca nela.

Rato: Ajo na maior sinceridade contigo e tu fica na vacilão comigo, qual foi Mirele? Mó purão sou contigo, mané. — ele me olha e para de falar.

Lore: Tô atrapalhando? — pergunto.

Mirele: Tá nada, tá é me ajudando. — sorri e Rato nega com a cabeça.

Rato: Quando acabar a resenha passa lá em casa, quero bater um papo sério contigo. — levanta e passou por mim, bagunçando o meu cabelo. — Feinha. — mando dedo do meio pra ele. Rato um dia desses foi lá em casa, passou a noite com Mirele.

Aí batemos um papo melhor, pegamos um pouco de intimidade e ele é super legal. Todo engraçado. Mas ele não parecia nada o pouco do Rato que eu conheci conversando com Mirele. Ele parecia puto. Contei tudo que aconteceu pra Mirele né, ela ficou passada. Ainda falou que era pra eu ficar com ele.

O maluco trata a pessoa mó mal. Não sou cachorra não. Fora que ele não rendeu papo pra mim, mas deixa ele.