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Lore 🍇

Sigo os passos de Victor, até entrar naquela sala. Olho para a mulher sentada em uma cadeira, ela estava sem o seu cabelo e com uns roxos na cara.

Victor se vira para mim e eu não olho para ele, vendo que era a mulher da foto.

Ela estava de olhos fechados, até Victor se aproximar dela e chutar a sua perna, fazendo ela se acordar de susto. Ela encara ele e depois olha para mim.

Trovão: Tá achando aqui com cara de hotel? — vejo medo em seu olhar — Dormir, tu vai dormir no inferno — eu fico calada, calada eu estava e calada ficaria.

Ele nunca foi de me envolver nessas coisas do tráfico, nunca me levou pra esses lugares e sempre quis me deixar ao máximo longe disso.

Trovão: Agora abre a porra da boca. Manda o papo na frente dela. — aponta com o dedo para mim, mas sem me olhar. A garota fica calada, apenas me olhando com uma cara feia — Anda, caralho! — grita com ela e a garota abre a boca.

— Essa foto já faz um tempo, antes mesmo dele assumir você. — escuto aquelas palavras saírem de sua boca — No dia que ele foi pra festa, eu vi ele lá, tentei render papo pra ele, mas ele não quis, foi aí que eu vi que ele estava usando a mesma camisa da foto que temos juntos. — fecha os olhos — Eu vi que ele não ia render papo, porque era casado, então eu pensei que se mandasse a foto pra você, vocês acabariam e ele ia me querer.

Trovão: Puta que pariu. — vejo ele respirar fundo e fechar e abrir a mão — Cadê o celular dela? — um homem anda na sua direção e da um celular na mão de Victor, que logo entrega para a garota — Coloca na foto e amostra a data da foto pra ela. — ele faz o que ele pede — Chega aqui, Lorena. — não falo nada, apenas ando em direção aos dois e ela leva o celular até mim, mostrando a data da foto.

Foi apenas a confirmação pra eu saber que graças a Deus eu não fui corna.

Trovão: Tu já escutou o que tu tinha pra escutar. — se vira para mim, ele não tava de bom humor naquele momento — Leva ela pra casa e passa na casa da minha família pra pegar o meu filho. — o homem vem em minha direção.

Eu sigo ele até sair daquela sala e logo escuto gritos. Respiro fundo e o homem aponta para o carro e eu nego com a cabeça.

Lore: Não, eu vou esperar ele.

— Qual foi, patroa? Ajuda o mano aqui, patrão deu um comando, tenho que seguir. — coça a cabeça.

Lore: Patroa. — repito o que ele disse — Ele é o patrão e eu sou a patroa, do mesmo jeito que ele manda, eu mando. — ele passa a mão pela cabeça — Não vai dar em nada, garoto, com ele eu me resolvo! — ele não insiste mais, apenas fica ali do meu lado, mas claro, um pouco distante.

Eu escutava gritos e pedidos de ajuda, e aquele som não estava fazendo bem para mim. Mas eu não iria embora, eu queria falar com Victor. Meu coração aperta quando eu escuto um disparo de tiro e os gritos acabarem.

Cerca se 20 minutos eu vejo ele sair de dentro, acompanhando de mais dois. A primeira coisa que ele faz, é me olhar com uma cara nada boa.

Trovão: Eu mandei tu levar ela pra onde, caralho? — fala com o garoto e eu me desencosto da parede.

Lore: Não foi ele, eu que não quis ir. — Victor me olha e respira fundo.

Trovão: Bora logo. — vai andando em direção ao seu carro e eu sigo ele.

Eu estava sem um peso, agora que sabia que pelo menos não fui traída. Eu só queria que ele mudasse o jeito de ser comigo, cansa.

Eu sempre avisei que iria cansar e eu cansei! Mas poucas pessoas vão entender isso e vai ficar do lado dele, mas ninguém estar no meu lugar, para ver o quanto eu tentei aguentar isso e avisei para ele mudar esse jeito, mas não escutou.

Victor precisa de um gelo, um tempo pra ele ver os atos dele, rever o jeito dele.

E ser maltratado é a melhor coisa.

Vocês já ouviram a palavra "desprezo"?

Isso muda muitas coisas.

Mas eu também devia desculpas por não acreditar em suas palavras, sei que errei e reconheço.

Mas ninguém deve se confiar, nosso relacionamento surgiu através de uma traição, quem trai uma vez, pode muito bem trair outras vezes. Principalmente ele, dono de um morro, onde todas as mulheres caem em cima dele.

Desde que eu estou com Victor eu escuto boatos, várias vezes são mensagens chegando até mim, mas nunca ao ponto de uma foto dele e de uma mulher, ele estava com o braço ao redor do pescoço dela e ela com a cabeça no peito dele.

Victor não mudou nada desde que eu conheci ele, em questão de aparência, ele é o mesmo, tanto no jeito de se vestir, tanto no corte de cabelo, e na hora, eu não fiquei preocupada em ver se a foto era de agora ou de antes. A única coisa que ele mudou, foi em algumas atitudes, de resto continua o mesmo.

Eu entro dentro do carro e ele logo entra também. Ele não em olha em nenhum momento, estava de cara fechada, apenas da partida no carro.

Lore: Victor. — chamo por ele, vendo ele continuar sem me olhar.

Trovão: Fala.

Lore: Desculpa por não ter acreditado nas suas palavras. — tiro o olhar dele e olho para a janela — Mas tenta entender meu lado... se fosse uma foto minha, talvez eu nem estaria aqui.

Trovão: Não fode. — volto a olhar para ele — O pior foi tu ter achado que eu ia ter coragem de te trair, papo reto. — nega com a cabeça.

Lore: Tá bom, você parece que esqueceu que ficou comigo mesmo sendo casado e não fez questão de me dizer que era casado.

Trovão: Porra, Lorena. Isso ficou no passado, caralho! — fico calada — Tu também tem que pensar que se eu não tivesse ficado contigo mermo casado, nós não tinha nem nossa família. — continuo calada — Tu quer que eu mude meu jeito? Eu mudo, pô. Mas é difícil, tem que ter calma comigo, né assim de uma hora pra outra não, Lorena.

Lore: Eu sei que não é... — ele para o carro em frente a casa de Michele — Você tava dormindo aqui? — ele me olha.

Trovão: Não, tava dormindo na casa de uma novinha ali. — fecho a cara pra ele e ele fica sério.

Lore: Ridículo! — viro o rosto e sinto meu cabelo ser puxado com força, fazendo eu ir com tudo para trás.

Que saudades dessa puxada...

Lore: Victor... — resmungo, sentindo dor e sinto sua respiração perto de mim.

Trovão: Tu é uma piranha, filha da puta, mandada do caralho, diaba, loira mandada! — escuto sua voz grossa próxima ao meu ouvido e sinto meu corpo se arrepiar — Tu quer me maltratar, né? Quem vai te maltratar sou eu, filha da puta! — com sua mão ainda no meu cabelo, ele puxa mais para ele e eu olho para o seu rosto, fecho os olhos, sentindo o seu lábio frio, tocar no meu.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora