95.

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Lorena 🍇

Olho para o prato de salgados e a pista de dança. Tinha uma indecisão, ou eu comia, ou eu dançava. No final acabei escolhendo a comida mesmo.

Minha gravidez falou mais alto.

Antigamente eu nem ligaria pra comida, já iria logo dançar. Mirele beijava Rato do outro lado da mesa e eu olhava as pessoas dançarem.

— E aí. — olho para o lado, vendo um menino com cara de ser novinho.

Lore: Oi? — pergunto.

— Te vi aí sozinha, mó bonitona. — pego uma coxinha, enfiando na boca.

Lore: Valeu. — falo, assim que engulo a comida.

— Tá grávida? — olho para ele e logo em seguida para a pessoa atrás dele. Ele se fudeu, ou até mesmo eu me fudi.

Trovão: Tá, inclusive de mim. — o menino olha para trás, assustado.

— Foi mal, Trovão... nem sabia que era tua mina. Foi mal mermo! — falo nervoso e eu olho aquela cena.

Trovão: Já é, pô. Fica suave. — ergo a sombrancelha, vendo o menino ir embora, todo sem graça.

Lore: Que show foi esse? — ele pega meu copo da minha mão e leva até o nariz, cheirando o que tinha dentro — Me dá essa porra. — falo puta.

Trovão: Show nenhum, pô. Só não quero nenhum menor tocando no que é meu. — ri e revirei os olhos.

Lore: Seu? Nunca fui de ninguém e não é agora que eu vou ser. Eu sou minha, isso sim. Se toca, por favor. E me dê meu copo. — ele deu um gole no meu suco e esticou para me devolver — Agora você vai pegar mais suco para mim, pode indo que eu não quero perder o resto da minha paciência com você.

Trovão: Tá se achando muito.

Lore: Te dou dois minutos no máximo.

Trovão: Só vou por... — interrompo ele.

Lore: Por causa do teu filho? — reviro os olhos — Muda o disco, que esse já tá velho e cansado.

Trovão: Tu vai ver só, Lorena... te digo nada. — sai com o meu copo na mão. Sorri, vitoriosa. Só falta dar a pata e latir. Não demora muito pra ele trazer meu suco.

Lore: Obrigada, trovãozinho.

Trovão: Trovãozinho minha pica. Se liga, Lorena! — se vira, saindo e eu ri. O orgro ficou putinho. Nem dou moral, continuei no meu canto, comendo pra caralho.

Mirele: Vamo dançar, Lore. — para do meu lado.

Lore: Volte ao seu love e me deixe de vela. — ela riu.

Mirele: Vamo logo, vidinha. — me puxa pelo braço — Provocar o Trovão... — reviro os olhos e vou seguindo ela para dançar. Fomos indo pro meio do povo e começamos a dançar o funk que rolava.

Mirele: O bofe já botou maior olhão em tu. — entendo o que ela disse e procuro ele com o olhar. Assim que acho, sorri de lado e volto a dançar.

Lore: Deixe ele olhar, só não vai tocar.

Mirele: Não teria tanta certeza, hein...

Lore: Eu tenho e muita! — ela riu. Não demorou muito pro Rato puxar ela pra dançar e eu continuei dançando.

Trovão: Abaixa essa porra. — sinto ele atrás de mim — Bora, Lorena. Abaixa o vestido! — me viro para ele.

Lore: Abaixe seu tom então. — ele me olha bolado — Corpo é meu e eu abaixo quando eu quiser. — cruzo os braços.

Trovão: Meu filho tá aí então é meu corpo também. — riu.

Lore: Você me irrita de verdade, eu não te suporto! — falo brava.

Trovão: E tu acha mermo que eu te suporto? Nem te aturo. — me olha de cima a baixo — Eu vou falar a última vez. — chega mais perto de mim — Abaixa a porra tu vestido. — me arrepio em escutar o seu tom de voz ecoar pelo o meu ouvido.

Lore: Não! — levo minha mão até o meu vestido e levanto o tecido mais para cima. Ele me encara fazendo cada movimento — Assim ficou melhor, né? — debocho ele passa a mão pelo cavanhaque, logo chegando mais perto de mim, agarrando minha cintura com força.

Trovão: Quando eu falar um bagulho, tu faz! — fala próximo ao meu ouvido e eu tento tirar as mãos dele de mim — Teimosa do caralho! — nega com a cabeça — Quero tu se comportando. Vários filho da puta te olhando na maior cara dura e tu aí, pagando calcinha. — tira a mão da minha cintura e vai abaixando, até chegar na barra do meu vestido e começou a baixar o tecido por pelas minhas coxas.

Lore: Sai, me solta. — tento me soltar, o que é em vão, pois sua força era muito maior que a minha.

Trovão: Como você quiser. — leva a mão até a minha bunda e da uma leve apertada na carne. Ele me solta após isso e se vira, saindo.

Filho da puta.

[...]

Batemos o parabéns e eu voltei para o meu lugar e sentei, esperando mais comida para mim e o meu bebê.

Mirele: Já são duas horas da manhã, cara. Nem sabia!

Lore: Parece ser mais cedo. — ela assentiu. Fico olhando ao redor e bato meu olho no palito de dente, conversando com uma mulher. Ou melhor, menina, já que ela tinha cara der ser bem nova. Fico encarando eles, tentando entender o que estava acontecendo. Ela falava toda animada, enquanto ele só olhava pra ela, confirmando com a cabeça.

Cruzo os braços tentando saber o porquê dele está conversando com ela. Não estava gostando nada dessa cena, mas também não conseguia tirar o olho. Era uma sensação que me deixava com raiva só de olhar.

Ela chega mais perto dele e toca no braço do mesmo, que tira o olhar dela e olhou ao redor, parando o olhar em mim. Ele fica me olhando e sorrir, voltando o olhar para a garota. Bufo de raiva, cruzando os braços e tiro o olhar, mesmo não querendo.

Odeio esse filho da puta.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora