94.

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Lorena 🍇

Lore: Eu tô grávida e sou prioridade, então vamos de carro. — jogo meu cabelo com cuidado para atrás. Ele estava lindo, fiz uns cachos nas pontas.

Rato: Tá achando que gasolina é um centavo? Tá mó caro, tu vai andando e eu vou com a minha mina de moto. — gargalho alto.

Lore: Você tá sonhando muito alto, eu em. — pego minha bolsa — Vamos, Mirele?

Rato: Ela vai me preferir. — ergo a sobrancelha.

Lore: Claro que não, anjo. Eu que sou amiga dela desde mernozinha e tu, que ela conheceu a um dia desses? Se olhe no espelho, por favor.

Mirele: Cara, vocês são um bando de criança. Uma mulher feita dessa, até com filho no bucho tá e um homem velho desse, até cabelo branco tem. — ele cruza os braços.

Rato: Se liga, viadinha. — ela respira fundo e pega a chave do carro — Qual foi? Vai me trocar mermo?

Mirele: Não começa e anda logo que a gente tá atrasado. — sorri, pegando minha bolsa e seguindo os dois. Entramos no carro e Rato foi o caminho inteiro reclamando e falando merda, nem ligava mais. Pouco tempo e já estávamos lá. Era na casa do Trovão, e aparentemente nem todos podiam entrar. Estava cheio de vapores na frente.

Fomos até os vapores e entramos de boa, já que eles conheciam o Rato e alguns deles me conheciam, não sei como, ou talvez sei. A festa estava linda, o tema aparentava ser tudo preto e branco. Mas só sabia que ela tava fazendo dezoito anos, até porque dava para ver em alguns lugares.

Assim que Ayarla viu a gente, já veio na nossa direção. Ela tava lindinha, um vestido branco colado.

Ayarla: Que bom que vocês vieram! — sorriu.

Lore: Tinha que vim, né? — sorri — Parabéns! — ela também sorriu, vindo me abraçar. Odeio abraços, mas também não sou ridícula ao ponto de falar que não quero e deixar a pessoa sem graça.

Mirele: Parabéns, gatinha. — abraça ela.

Rato: Feliz vida pra tu, rã encubada. — Ayarla ergue a sobrancelha.

Ayarla: Quem te chamou? — cruza os braço.

Rato: Qual foi? Faço parte da família a mó cota, desde mernozinho, tenho que participar de tudo. Se liga que eu já te peguei no colo quando era bem menorzinha, e ainda sou teu cunhado, mais respeito.

Ayarla: Problema teu, não mandei tu me pegar no colo. — ele cruza os braços indignado — Cunhado de que? Trovão escutar tu falando essas coisas.

Rato: Isso que dá, pô. Acha que só porque fez dezoito pode perder o respeito com o mais velho. — todas rimos — O respeito enfiou no cu. — nega com a cabeça — Ele precisa saber de porra nenhuma não.

Ayarla: Te deixo ficar aqui e não falo para trovão se me der meu presente. — ele rir — É, vai achando que vem pro meu aniversário comer e beber de graça e não vai me dar presente. — ele ignora, saindo de perto.

Mirele: Olha aqui o seu presente. — entrega para ela — O dele tá junto aí.

Ayarla: Obrigada! — aproveito e entrego o meu.

Lore: Espero que tu goste.

Ayarla: Com certeza vou amar. — sorri — E meu sobrinho, como tá? — olha para a minha barriga — Tô vendo uma marcação nesse vestido aí, hein.

Lore: Não vejo nada, as vezes nem acredito que tô grávida. — ela riu.

Ayarla: Mas nem parece mesmo. Posso tocar? — assenti e ela tocou na minha barriga — Quantos meses?

Lore: Daqui a uma semana faço três meses.

Ayarla: Parece ter mais. — tira a mão — E você, Mirele? Quando vem o baby?

Mirele: Tá repreendido. — levanta as mãos para o céu em repreendimento — De preferência daqui uns longos anos.

Ayarla: Certa. — olha para o lado, assim que chamam ela — Vou só falar com o pessoal, fiquem a vontade, tá bom? — assentimos e ela saiu. Fomos aonde Rato estava sentado e ficamos lá. Rodeio meu olhar pelo local, e ele bate em quem eu menos esperava. Em Trovão, que sai de dentro da casa todo trajado de Lacoste, dos pés a cabeça. Ele tinha correntes de ouro em seu pescoço e o relógio, também de ouro, em seu pulso, como sempre.

Como sempre, gostoso.

Ele vai cumprimentando uns homens e por último, bate o olhar para mim. Sinto ele me encarar de longe de braços cruzados.Tiro meu olhar dele e levo meu copo com suco de laranja até a boca, dando um gole.

Rato: Chega mais, Trovão. — escuto Rato gritar por ele e viro meu rosto para ele, para não ter o favor de olhar para a cara do indivíduo.

Trovão: Qual foi? Quer o que? — escuto ele falar após um tempo e continuo olhando para o lado, encarando algumas pessoas da festa.

Rato: Ih, já chega nesse estresse? Tô nem te entendo, pauzudo. — seguro a vontade de rir, escutando Mirele começar a rir. Mas ainda continuo não olhando.

Trovão: Mané, eu vou enfiar uma bala na tua testa, papo reto mermo. — posso imaginar direitinho a sua cara.

Rato: Esse estresse é por causa de que Lorena tá aqui? — me viro assim que escuto meu nome, olhando para o Rato puta. Tava na minha paz, tentando evitar ao máximo.

Lore: Me tira desse meio, tenho nada haver com porra nenhuma. — ele rir.

Rato: Tem, pô. Ô se tem, que inclusive Trovão tá puto e bolado. — semicerro os olhos.

Trovão: Tenho nada haver com essa mandada não, e se eu tô puto é por tá tendo que olhar pra tua cara, Rato. — respiro fundo, olhando para a cara daquele filho da puta. Não estava nem afim de brigas, mas com ele...

Mirele: E agora começa a briga... — murmura.

Lore: Me erra, por favor! — ele me olha — Mandada é o caralho.

Rato: Ih... se casem logo, pô. Querem que eu chame o padre?

Trovão: Tu tá bebendo o que aí nesse copo, Lorena? — ignora totalmente o que Rato disse e Mirele rir.

Lore: Não te interessa. — ele respira fundo, passando a mão pelo cavanhaque.

Trovão: Só quero que seja álcool. — ergo a sobrancelha.

Lore: Sério, não te suporto. — levanto da cadeira, abaixando meu vestido, jogando meu cabelo para trás e pegando meu copo. Me viro saindo dali e escuto o rato gritar "quer endoidar o cara, azedinha?". Sorri com aquilo e fui caminhando até Michele, que tinha o barrigão lindo.

Assim que ela me viu foi maior festa, começou a comentar da minha gravidez e sobre altas coisas. Gosto dela de graça.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora