72.

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Lorena 🍇

Eu realmente ainda não acreditava que eu estava grávida, que eu iria ser mãe. E ainda não me acostumei com a ideia.

Mas aos poucos eu tô vendo que não é tão ruim. Em outras é, sinto enjôos a todos os momentos, não consigo comer nada que boto para fora, é horrível isso, sério mesmo. Conversei com a minha tia e expliquei tudo o que aconteceu, e ela falou que eu fiz a melhor coisa da minha vida. Com a minha mãe eu ainda não contei, mas só tô esperando o momento certo.

Imagina quando descobrir que o pai é um traficante? E que eu fiquei com ele quando ainda era casado? Do jeito que ela tá fica meio complicado.

E sobre o pai, eu pensei muito sobre isso e resolvi contar. Apesar de tudo ele é o pai, e tem direito de saber. Mas de ele não quiser eu não ligo, vou criar sozinha de nenhum problema. Mas espero que o bebê tenha um pai presente na vida, não apenas com dinheiro, e sim na vida. Coisa que eu não tive muita oportunidade de ter na vida.

Meu medo é perder o meu emprego, depois de engravidar, não sei se eles ainda vão me querer. Sou contratada pelo meu corpo, e quando a barriga começar a aparecer não vão me querer, imagina depois de uma gravidez. Muitas mulheres perdem a auto estima depois de ter filho, e o meu medo é esse.

Tenho fé que tudo isso eu vou conquistar de volta, não é atoa que Deus fez todo esses planos para mim.

— Mas gente, só usei esse short uma vez. — falo comigo mesma, vendo que meu short já não cabia mais em mim. E olhe que só tenho um mês, imagina com dois Mas ainda não consigo ver nada na minha barriga, está normal. Tive que por outro short que cabia certinho.

Mirele: Vai lá hoje? — assenti — Aproveita a carona da mamãe motorizada de pcx. — gargalhei. Rato um dia desses deu uma pcx para a doida, ela só faltou endoidar.

Lore: Vou sim, amor. — me olho no espelho — Eu tô tão gorda, sério mesmo! Meu short novinho não tá cabendo, tive que por outro.

Mirele: Deixa de drama, tá gorda nada, é normal. — revira os olhos — Vamos logo, buchuda. — nego com a cabeça e sigo ela, pegando minha bolsa.

Para provar que realmente tô grávida, fiz um novo exame de sangue, para não correr o risco de achar que eu estou errada. Tenho certeza que vai desconfiar se é o pai mesmo, é sempre assim. Mas ele pode desconfiar o quanto for, não vou fazer exame algum, vai ter que acreditar na minha palavra. Se não quiser, irei saber que é melhor assim.

Subo na moto com Mirele e ela parte para o Jacarezinho. O caminho todo eu fui com medo, Mirele é muito louca pilotando.

Lore: Juro, mais nunca ando de moto com você! — ela rir.

Mirele: Você que é medrosa! — desço da moto, onde ela para em frente a casa do Trovão. — Vou ver meu bofe, qualquer coisa me liga que eu venho correndo, tá mona?

Lore: Tá bom, vai transar logo! — ela rir e sai que nem uma doida de moto. Ando até os seguranças e tive que falar com eles para poder entrar. Pior que condomínio.

Lore: Você pode perguntar para Michele, eu conheço ela, inclusive já vim aqui. — ele me olha desconfiado.

— Pode deixar entrar, Nando, ela já veio aqui, tem rolo com o Trovão. — ergo a sobrancelha.

Lore: Rolo com Trovão nada! Só quero entrar e falar com a Michele, posso anjinhos, ou tá difícil? — ele me olha.

— Com essa marra não pode não! — bufo sem paciência.

Lore: Sério mesmo, tô sem tempo, sabe? Vou ter que ligar para Michele pra ela resolver? — ameaço pegar meu celular.

Nando: Melhor deixar entrar, Guilherme, patrão não vai gostar nada disso...

Guilherme: Entra. — da espaço para eu passar — Abusada essa daí, né Nando?

Nando: E demais! — solto um sorriso para eles. Ando até a porta e bato, vendo ela ser aberta por Ayarla.

Ayarla: Lore? Veio nos visitar? — me da espaço para passar.

Lore: Na verdade não... — olho para o Pedra e Michele no sofá.

Michele: Lore? Que surpresa em ver você! — sorriu, levantando.

Lore: Surpresa? Faz pouco tempo que nos vimos.

Michele: Quase um mês, né? Faz tempo! — sorri e ela veio até mim.

Lore: Boa tarde. — falo com o Pedra que cruza os braços me olhando. Provavelmente não gostou da minha visita.

Pedra: Passa a visão. — Michele bufou.

Michele: Deixa de brincadeira, Rodrigo! — ele rir, levantando também.

Pedra: Fala tu, norinha. — dou um sorriso de leve. Sem deboches, não posso esquecer que ele é o dono do morro.

Lore: Norinha? Isso tá bem longe de acontecer. — Ayarla riu.

Ayarla: Não liga, Lore. Ele é assim mesmo!

Pedra: Vai arrumar a casa piveta. — gargalho — Veio conhecer nossa família?

Lore: Não... queria até te pedir desculpa por ter vindo sem avisar, mas é que o assunto é sério... — os três me olham atentos — O Trovão tá aí?

Michele: Não, saiu faz tempo.

Pedra: Ele foi resolver um b.o pra mim, mas já deve tá voltando. — assenti — Bagulho é sério mermo?

Lore: Sim, mas eu queria primeiro falar com ele e depois com vocês. — ele assentiu.

Ayarla: Fica aí, Lore. Já, já ele deve tá chegando, né pai? — ele assentiu — Quer comer algo? — nego — Se quiser pode esperar no quarto dele.

Lore: Se não for incomodar nenhum de vocês... acho que prefiro esperar ele no quarto.

Michele: Não incomoda! Pode ir, já sabe qual é né? — assenti um pouco envergonhada. Subi as escadas e caminhei até o quarto dele que estava aberto, assim que entrei estava uma zona. Um verdadeiro lixão! Sento no cantinho da cama e pego meu celular, começando a mexer.

Espero que ele não demore...

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora