53.

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Lorena 🍇

Desço e de cara vejo Daniele e Daiane conversando na sala.

Lore: Bom dia. — elas me olham.

Daniele/Daiane: Bom dia. — falam ao mesmo tempo e sorriram. Vou até a cozinha e pego um pão, voltando pra sala e sentando um pouco afastada delas. Também não vou chegar me intrometendo na conversa, vou esperar elas me chamarem. O que não demorou muito.

Daniele: Senta aqui, Lore. — assenti, indo até elas — A gente tava conversando sobre nossos filhos. Você tem? — nego rapidamente.

Lore: Não, graças a Deus, e nem pretendo ter! — ela se olharam.

Daiane: Então seu marido não te cobra sobre ter filhos e tals? — percebo a merda que falei e concordo.

Lore: Eu quis dizer, não agora, sabe? — tento reverter a história — Tô muito nova ainda, acabei de me casar, não quero ser precipitada.

Daniele: Cássio assim que me botou como fiel já me pediu um filho, e eu não tive como negar, né? Primeiro falou que me dava de tudo, e que só queria um filho, então dei.

Otária, ele pediu e tu deu o filho, agora me diz se te ajudou a cuidar? Provavelmente sua resposta é não. Também, provavelmente, enquanto tu não dormia a noite toda cuidando do filho, ele estava farrando por aí, estou certa? Novamente sim. — penso na minha mente, mas fico calada.

Daiane: Meu marido nunca me pediu um filho, na verdade a gente só veio se assumir depois da minha filha. — olho sem entender — Eu era tão apaixonada nele que acabei engravidando do mesmo pra acabar ficando com ele. — outra burra.

Isso é o que acontece com a maioria, inclusive com muitas amigas minhas, que hoje em dia se prenderam ao marido. Elas acham que engravidando vão prender o bofe. Homem quando quer trair, não pensa em filho não, só trai. Muitas levam gaia e sabem, mas não ligam, preferem ficar com o marido. Algumas querem se livrar, mas não conseguem. Outras apanham, levam chifres e vivem presas, mas mesmo assim continuam com eles.

Esse sempre foi meu pior medo de se envolver com envolvido. Por isso não abaixo a cabeça pra nenhum, se me peitar, eu vou peitar de volta sim. Principalmente se vier me bater, aí o buraco é mais embaixo. Posso até apanhar, mas vou bater de volta.

Daiane: E você? O que fez pra segurar o boy? — pergunta para mim.

Lore: Nada, só aconteceu. — elas riram.

Daniele: Tá falando sério? — assenti — O bofe só te assumiu sem tu ter feito nada.

Lore: Sim, ué. — elas pareciam surpresas — Nunca obriguei ele a nada, ele só quis e eu também. — invento qualquer coisa que veio na mente.

Daiane: Passada. — olho para a escada, onde Helena descia.

Helena: Bom dia. — passa pela gente. Deu nem tempo de responder, ela já tava em outro lugar da casa.

Daiane: Essa daí é toda calada, não comentou quase nada desde que chegou. — olho pra ela interessada.

Daniele: Pois é, também tava reparando nisso. Ficou sozinha o tempo todo, ninguém sabe de onde é, e qual homem é o marido dela, mal fica perto deles. — Helena, talvez seja você.

Daiane: Enfim, tu é de qual morro, Lore?— fali que eu falo o Jacarezinho ou Chapadão?

Lore: Do jacarezinho. — preferi não mentir, vai que elas perguntam ao marido. Ontem eu vi elas sentadas no colo de uns homens, provavelmente marido, mas não sabia de onde eram, ou seja, não sei qual é, só sei que é só saber de onde elas são.

Lore: E vocês? São de onde?

Daniele: Penha.

Daiane: Cidade de Deus.

Então só pode ser ou Jéssica, ou Helena. Fomos continuando o papo, até que uns homens desceram e juntos deles, Jéssica também. Ela deu um oi pra gente e se juntou com Helena, começando a conversar.

Aproveitei que ela foi até a cozinha e já fui atrás.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora