Outra Dimensão [M]

147.

Trovão ⛈️

Me desperto com barulhos fortes e abro o olho, assustado. Os fogos são lançados no céu e o som deles ecoam pelos meus ouvidos.

Invasão.

Levanto da cama rápido e olho para a mulher deitada de lado. Ela não tinha acordado ainda. Corro até o guarda roupa e começo a me vestir. Coloco meu colete por cima da roupa e meu fuzil, arrumando ele nas costas.

— Trovão! Trovão! — me viro para o lado, pegando o radinho em cima do móvel.

Trovão: Manda. — falo, com um toque de nervoso.

— Corre, irmão. — escuto a voz do Rato — Tão subindo. — me viro para Lorena, que se mexia na cama.

Trovão: Eu tô indo.

Coloco o radinho na cintura e procuro pela a minha balaclava, ainda escutando os barulhos de fogos.

Lore: Victor... — escuto a voz fina e ao mesmo tempo rouca me chamar — Pra onde você vai? — pego a balaclava e me viro para ela.

Trovão: Invasão, amor. — ela muda a expressão, e nega quando escuta o barulho do fogos — Tão subindo, eu vou ter que ir. — começo a andar em sua direção, que senta na cama.

Lore: Eu tô com medo, Victor. — fala com a voz falhada — Eu me sinto angustiada. — coloca a mão no peito.

Trovão: Eu preciso ir, vida. — toco em seu rosto — Precisam de mim. — ela coloca sua mão por cima da minha — Não vai acontecer nada comigo, pô. Fica tranquila, daqui a pouco eu chego aqui na nossa casa. — vejo seus olhos lacrimejarem.

Lore: Victor... — vejo uma lágrima descer pelo seu rosto — E se acontecer alguma coisa? O que vai ser de mim e de Breno? — nego com a cabeça e sento ao seu lado.

Trovão: Não vai acontecer nada não, Lorena. Daqui a pouco a gente tá junto, eu, tu e o nosso menor. — falo com um pouco de incerteza e limpo a lágrima que escorria no rosto dela.

Lore: Não vai, por favor. — me pede com voz de choro e eu sinto meu coração apertar — Por favor, amor.

Trovão: Eu tenho que ir, loira. — ela me abraça e começa a chorar, me fazendo se sentir mal — Não chora, Lorena. — abraço ela de volta — Vai dar tudo certo. — ela levanta a cabeça com os olhos vermelhos e eu abaixo minha cabeça, beijando a barriga dela — Papai te ama, menor. — levanto meu rosto e olho pra ela — Eu te amo, amor. — seguro em seu rosto, lhe dou um selinho e levanto da cama.

Lore: Você promete voltar? — funga com o nariz e limpa suas lágrimas — Promete?

Eu queria ter a certeza que sim.

Trovão: Eu prometo. — dou um beijo na sua testa — Eu vou mandar uns menor ficarem aqui na frente, não vai pra janela, fica dentro do quarto e come. Qualquer coisa aciona eles — ela concorda — Eu volto pra nossa família. — me afasta — Eu te amo.

Lore: Eu te amo também. — sorriu sem mostrar os dentes e me viro para sair de lá. Abro a porta do quarto e assim que saio, escuto seu choro alto.

A maior certeza que eu queria é que eu vou voltar vivo pra casa, mas isso eu não sei, não tem como eu saber. Essa é a vida do crime, hoje tu tá aqui, amanhã tu pode sair na rua e não estar mais na terra.