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Trovão ⛈️

Papagaio: Visão, Trovão. — pego o radinho em cima da mesinha.

Trovão: Manda.

Papagaio: Tua mina já chegou aqui no morro, me pediu pra deixar ela na casa do Rato e eu vim levar as coisas que ela comprou na tua casa.

Trovão: Já é. — boto ele em cima da mesa, mas pego ao esquecer de falar alguma coisa — Manda alguém ficar na cola dela.

Papagaio: Já é. — coloco o radinho em cima da mesinha novamente.

Quando ela chegar em casa, vou partir pra lá. Saudades já bate da minha loira. Quero ver as coisas do meu pivete. Tô feliz ao lado dela, tá sendo da hora viver isso. Construir uma família, morar com ela. Na verdade, morar ainda não, ela tá vindo aos poucos. Diz ela que tá vendo com Mirele pra vender a casa delas, e pra alugar a casa que era da mãe dela.

Eu fico calado, se eu falar, ela diz que se eu continuar assim, não vai mais morar comigo. Quando ela surta, é foda. Prefiro ficar na minha. Uma hora ou outra ela vem. Mas por enquanto, vai ser naquela casa que eu tô, até achar a casa que nós vai morar com Breno.

Vejo Rato chegar, com um bolo de dinheiro na mão. Ele fala com os caras e anda até mim.

Rato: O rendimento deu menos que o do mês passado. — bota o dinheiro na mesa.

Trovão: Eu disse, porra. Tem algum b.o aí. — ele concorda — A gente vai começar a investigar todo mundo desse caralho.

Rato: Tá dando pra confiar em ninguém.

Trovão: Mas uma hora a casa vai cair. — me encosto na cadeira. Meu pai tá com Michele esses dias, Riquelme tá pra nascer e ele resolveu ficar em casa alguns dias com ela. Quem era pra tá cuidando do morro era Câmbio, mas ele foi pra missão e eu tive que ficar.

Eu e Rato começamos a bater cabeça, pensando nas possíveis pessoas que poderiam estar agindo de trairagem. Mas mesmo assim, vamos investigar cada um. As vezes, o menos suspeito, é o errado.

Rato: Teu radinho tá apitando, pauzudo. — olho pra ele puto — Para com essa cara que eu me apaixono mais.

Trovão: Porra, tu é um viado, na moral. — pego o radinho — Passa a visão. — arrumo a pistola em minha cintura.

Guilherme: Brota, Trovão. Encontrei a tua mulher desmaiada no chão no beco dá dezenove, tô levando pro posto. — engulo a saliva.

Trovão: Desmaiada?

Guilherme: Caída no chão, pô! — olho para Rato, que me olhava.

Trovão: Ela tá sangrando? — procuro a chave da minha moto no bolso.

Guilherme: Eu não reparei, pô. Ela tá de short preto. — respiro fundo — Ela tinha acordado assim que achei ela, mas quando botei no carro, desmaiou de novo.

Trovão: Tô indo, tô indo! — Rato levanta — Vai rápido, porra.

Guilherme: Já é, pô. — boto o radinho na cintura.

Trovão: Fica aí, qualquer b.o, dá teu jeito. — falo nervoso, vendo ele concordar. Saio de lá rápido. Vou até a minha moto e subo nela, dou partida e não demora muito pra eu chegar no posto.

Entro naquele lugar com um nervosismo do caralho. Eu suava pra porra, sentia meu sangue quente. Olho para as cadeiras ali e vejo Guilherme sentado, mexendo no celular. Corro até ele, vendo ele me olhar.

Trovão: Cadê ela? — ponho a mão no peito. Meu coração tava acelerado. A última vez que eu senti isso, foi quando minha mãe morreu.

Guilherme: Eles entraram com ela, disseram que iam fazer uns exames pra saber a situação dela.

Trovão: Não disseram mais nada?

Guilherme: Tô aqui faz dez minutos e não falaram nada até agora. — me viro, indo até a recepção. Pergunto sobre ela e dizem que ela estava sendo atendida e me pediram para esperar um tempo. Ando até Guilherme e sento ao lado dele.

Trovão: Foi tu que tava na cola dela? — ele nega.

Guilherme: Outro menor, mas ele teve que resolver um b.o com a família e me avistou na rua, me pediu pra ficar de olho nela, aí eu fui. — cruzo os braços — Fui atrás dela e quando fui ver, ela tava entrando em um beco, quando entrei depois de um tempo, tava ela lá caída no chão.

Trovão: Depois me passa a fita do menor, quero bater um papo com ele. — ele assente e logo eu avisto a amiga dela entrando no posto. Ela vem ate mim parecendo estar nervosa.

Mirele: Ela tá bem?

Trovão: Não sei, disseram porra nenhuma. — ela senta ao meu lado e eu passo a mão pela minha cabeça. Eu só queria saber se aconteceu algo com meu filho e com ela.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora