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Lore 🍇

Se passou uns minutos e as dores pioram e eu não estou aguentando mais. Estão vindo cada vez mais forte e mais rápidas. E uma dor insuportável.

Cada grito, é uma lágrima de dor e desespero.

Ele não podia vir agora.

Eu tentei ver se o meninos ainda estavam de frente a casa, mas eles não estão e eu não posso mexer no celular, porque ele não liga. Eu não posso avisar nada a ninguém.

Levanto da cama, já não aguentando mais as dores e gemo de dor, me encostando na parede agachada e com as mão no joelho. Eu suava frio de dor.

Grito alto, quando a dor vem com tudo e eu sinto algo escorrendo pelas minhas pernas. Olho para o chão e nego com a cabeça.

Lore: A bolsa estourou. — ponho a mão no local, sentindo minha mão molhada — Não, Breno. — começo a chorar de dor, sem saber o que fazer.

Minha única saída era ir pra rua, procurar pro ajuda. Começo a andar com dificuldade e abro a porta da casa, saindo para fora. A rua estava sem movimento algum.

Olho para um lado e para o outro e grito de dor. Forço meu olhar, vendo dois homens com o radinho na cara, parecendo que estão se comunicando com alguém. Forço mais a vista, reconhecendo um deles e eles sem aproximam mais.

Ele parece me ver e eu ponho a mão na barriga, respirando ofegante.

Lore: Guilherme! — grito por seu nome, com a voz de dor e de choro e ele vem correndo em minha direção.

Gw: Tu tá maluco? Não pode tá na rua não? — ele para na minha frente e me olha de cima a baixo — Qual foi? Tá tudo bem contigo? — nego é grito mais uma vez de dor.

Lore: A bolsa estourou. — ele arregala os olhos — Me ajuda. — sinto minhas mãos suarem frio — Eu não tô mais aguentando a dor. — ele coloca a mão na cabeça e pega o radinho.

Gw: Manda um carro pra casa do Trovão, urgente porra. — escuto uma "já é" e ele se vira para o homem — Corre aqui. — ele vem em nossa direção — Onde tá a coisas do bebê? — me olha.

Lore: Tá no meu quarto, tá em um cantinho perto da parede, tão todas as bolsas. — faço uma careta — A última porta do corredor.

Gw: Pega tudo lá, o carro já tá vindo.

— Já é. — entra correndo dentro da casa.

Lore: Cadê ele? — Guilherme me olha — Trovão... cadê ele?

Gw: Tá com Nando. — se aproxima de mim, olhando para o líquido em minhas pernas.

Lore: Ele e mais alguns, ninguém sabe deles. — nego — Cadê ele? — pergunto pela terceira vez.

Gw: Eu não vi mais ele. — olho para o carro preto vindo — A última vez ele tava com Nando — o carro para — Agiliza, Chico! — grita e me pouco tempo o menino aparece — Vamo. — me ajuda a caminha até o carro e abre a porta, me fazendo sentar lá.

O garoto bota as coisas no banco ao meu lado e Gw entra no carro.

Gw: Da partida pra maternidade. — gemo de dor baixinho.

Lore: Avisa pro rato, manda ele avisar pra Mirele e diz pra onde a gente tá indo. — falo com Gw e ele confirma.

Me ajuda agora, Deus.

[...]

Mirele (bônus)

Olho para Lorena, que suava por todo o corpo e seus gritos, eram a única coisa que se escutava naquela sala.

Assim que Gw ligou pra Rato, ele me mandou mensagem e eu fiquei super assustada. Até porque ela não me falou nada sobre dor ou algo do tipo, eu ligava e ela não em atendia.

Vim correndo pro hospital.

Rato disse que acha que pegaram Trovão e o pai dele, e estão atrás deles dois, eles são os dois que estão sumidos. Eu não quis dizer isso pra Lorena, só disse que ele e mais alguns não se sabe onde estão.

Mirele: Vamo, Lore. — ela aperta minha mão — Você consegue, Breno quer vir pro mundo. — ela me olha e faz força, gritando de dor.

— Eu preciso ver ele, eu não tô vendo, você precisa fazer força. — vejo a lágrima cair em seu rosto — Vamos, vamos. — a doutora fala.

Lore: Eu não consigo, não consigo. — nega com a cabeça.

— Consegue sim, vamos. Faça força! — olho para a minha mão e ela aperta forte, fazendo força — Eu tô vendo ele! — eu sorrio — Respira por 10 segundos e faz força de novo. — Lorena faz o que ela diz e faz mais força — Ele tá vindo. — ela faz novamente força — A cabeça vai sair! — sinto uma lágrima descer pelo o meu rosto — Ele tá saindo! — vejo Lorena dar seu último grito de força e o choro de neném ecoa pela sala de parto — Ele nasceu, mamãe. — olho para o meu afilhado nas mãos da doutora, todo melado de sangue.

Eu só sabia chorar, escutando aquele chorinho. A doutora vem até Lorena e bota ele em cima do seu corpo e leva ele até o seio dela, que começa a mamar. Lorena olhava aquela cena, sem reação alguma, eu não sabia como ela estava, ela parecia estar desnorteada.

— Ela desmaiou.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora