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Lorena 🍇

Abro o olho sentindo um encômodo de leve na barriga.

Olho ao redor, vendo estar em uma sala de hospital. A porta foi aberta e uma mulher atravessou ela.

— Oi, Lorena. Meu nome é Lívia, a médica que cuidou de você. — olho para ela sem entender nada que estava acontecendo — Você está sentindo algo?

Lore: Uma leve dor no pé da barriga. — ela assentiu, anotando algo no caderno que tinha em suas mãos — O que aconteceu? O bebê tá bem? — as lembranças veem na minha mente.

Lívia: O Trovão tá ali fora, o pai do bebê, né isso? — assenti — Uma mulher também, ela se identificou como a sua amiga. Quer que eu chame eles para saber junto a você ou não? — arrumo minha posição naquela cama.

Lore: Pode chamar... — ela assentiu, indo até a porta e chamando por eles. Os dois entraram logo em seguida e Mirele veio correndo até mim, me abraçando.

Mirele: Tá tudo bem? — me solta, olhando para mim.

Lore: Comigo eu acho que tá, mas com o bebê eu não sei... — olho para Trovão, que me olhava de braços cruzados — Agora você pode falar? — falo com a doutora.

Lívia: Posso sim. — senta na cadeira ao meu lado.

Travão: Manda o papo doutora, o pivete tá bem? — reviro os olhos escutando aquelas palavras saírem da boca dele. Pivete.

Lívia: Bom, por um milagre o feto está bem sim! — dou um sorriso mais verdadeiro da minha vida. Pra quem não queria o bebê... — Quero só ter a certeza. — olho bem para ela — Você teve alguma batida na barriga? — sinto o olhar de Trovão em mim.

Lore: Foi quase isso... — não achei apropriado dizer que isso foi por uma briga. Principalmente pela louca da ex mulher do pai do bebê.

Lívia: Olha, sendo bem sincera, seu bebê é muito forte! Mais um pouco e você perderia ele. O sangramento provavelmente foi devido ao susto que você levou, às vezes isso pode ser psicológico. — respiro aliviada — Mas tenha muito cuidado, isso não é normal de acontecer. Até porque agora você tem uma gravidez de risco. — ergo a sombrancelha.

Trovão: Esse bagulho é muito sério? — olho para ele.

Lívia: É, mas graças a Deus a dela não é tão séria. Só vai ter que ficar de repouso por uns dias e tomar cuidado para não se assustar, estressar etc... — assenti — Você já tomava algum remédio?

Lore: Quando eu descobri a minha gravidez eu tive febre, vomitei, fiquei com o corpo mole e outras coisas... fui para o hospital e foi lá que eu descobri que estava grávida. Lá eles passaram alguns remédios e vitaminas para mim.

Lívia: Então não é de hoje que você tem a gravidez de risco, já é desde o começo. — concordo — Quinze dias de repouso, tá bom? — vem até mim e limpa minha barriga com um papel. Não tinha percebido, mas tinha um gel ali — Vou passar a receita com remédios e vitaminas, nada de chás, bebidas alcoólicas e cigarro, ou qualquer tipo de drogas lícitas e ilícitas. — assenti — Você já começou o pré natal?

Lore: Não. — nego com a cabeça.

Lívia: Então já tem que começar, tá bem?

Lore: Tá bom. — começa a explicar tudo, me dá os medicamentos e a receita. Pouco tempo depois eu tive alta e sai do posto.

Trovão: Aí, Lorena. — olho para trás, e me virei para ele. — Um menor vai providenciar os remédios todinho pra tu e vai te levar pra casa. Mas antes me explica o que aconteceu lá. — respiro fundo e Mirele sai de perto da gente.

Lore: Olha, eu deveria ter batido pra valer nela, mas pensei no filho que ela tinha na barriga! Ela já veio na maldade, enquanto eu tentava não bater nela, a filha da puta deu um chute do caralho na minha barriga. Ainda chamou meu filho de demônio e ficou rindo da minha cara, enquanto eu estava sangrando! Pode ter certeza que se eu ver ela em algum lugar e essa ridícula soltar alguma gracinha pra mim, eu não penso em porra nenhuma, então é melhor você segurar ela! — ele fica calado — Só pensa no teu filho que tá na barriga dela. Pelo menos dele eu tenho pena! — passo a mão pela cabeça.

Trovão: Já é, pô! Ela não vai mais fazer isso com tu não, fica suave, vou dar um jeito. — assenti me virando para sair dali, mas logo senti ele me puxar pelo braço — Quero tu de repouso, hein Lorena? Bagulho é que tu tá com meu filho aí dentro. — olho para ele e sinto sua mão na minha barriga, fazendo meu corpo inteiro se arrepiar com o seu toque — Foi mal mermo pelo o que aconteceu hoje, não vai acontecer mais não. Fica suave que tu e o nosso filho vão sempre estar protegidos. — dou um sorriso involuntário. Meu Deus, isso não tá normal não...

Sinto umas borboletas na barriga e olho nos olhos dele, que fazia o mesmo. Ele coloca a mão no meu cabelo e coloca para trás.

— Qual foi, Trovão? — ele se vira e eu olho para o homem.

Trovão: Coé, Câmbio? — o homem olha para mim.

Câmbio: Vai resolver teu b.o logo, teu pai tá puto e estressado. — desvia seu olhar de mim.

Trovão: Marca cinco que eu vou. — o homem se vira e sai. Não fui com a cara dele, nem um "oi" falou.

Trovão: Menor chegou ali. — aponta para um carro branco — Ele vai parar numa farmácia e vai te dar o dinheiro, aí tu compra os bagulhos.

Lore: Não precisa... — nego.

Trovão: O filho também é meu, minha obrigação é essa mermo! Se for pra ficar de cu doce é melhor nem abrir a boca! — fala do seu jeito carinhoso e eu reviro os olhos. Bipolar do caralho.

Lore: Como você muda de humor rápido, né? — cruzo os braços.

Trovão: Mudo mermo! — bufo — Quero repouso, nada de ficar em festinha, se liga! Se eu te pegar na curva tu vai ver só. — ri, debochada.

Lore: Tu se ilude muito. — me viro e começo a andar. No final, ainda virei minha cabeça e mandei um beijinho para ele.

Li seus lábios, que falou "vai te fuder, diaba do caralho".

Fui até Mirele e ela me olhou rindo.

Mirele: Eu vi, hein! — ergo a sobrancelha — Vocês combinam tanto cara, imagina quando forem realmente um casal. — reviro os olhos.

Lore: Nos teus sonhos, isso sim! Poderia até falar que dele eu quero distância, mas pelo o meu ver daqui para a frente eu não vou ter nem um pouco de distância. — ela rir.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora