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Lorena 🍇

Olhei para o mar, sentindo aquela sensação de paz.

Eu tava deitada no peito de Victor. Ele estava só de calção e eu com a camisa dele. Os dois deitados na areia. Às vezes eu nem acreditava nisso, ainda não consigo acreditar, na verdade.

Lore: Quando você vai tomar vergonha na cara e vai me pedir em namoro? — levantei a cabeça, olhando para ele.

Trovão: Já mandei o papo. Nós num tá junto? Pra quê essas viadagem de namoro? — negou com a cabeça.

Lore: Que eu saiba eu sou uma pessoa solteira, que tem um ficante fixo. — ele me olhou sério.

Trovão: Solteira é o caralho, quero tanto tu com esses papo! — ergui a sombrancelha.

Lore: Então me pede em namoro, bofe. Até você não me pedir, eu sou solteira.

Trovão: Bofe. Tu vai ver o bofe.

Lore: Vou? — ele assentiu — Quero ver então.

Trovão: Dou nem moral. — voltei a olhar pro mar.

Lore: Posso te fazer uma pergunta...? — falei indecisa.

Trovão: Manda o papo. — deu uma tapa na minha cintura.

Lore: Tu nunca me falou sobre a tua mãe... — voltei meu olhar pra ele — Não precisa falar se não quiser, eu só tô curiosa. — a expressão dele ficou rígida.

Trovão: Gosto de falar desses bagulho não. — me soltou — Muda o papo.

Lore: É... — tentei mudar de assunto — E o meu cachorro? Você vai me dar?

Trovão: Te dar? Papo feioso, hein.
— revirei os olhos — Sei não, Lorena. De cachorra já tem tu. — olhei pra ele puta.

Lore: Cachorro é você, seu filho da puta! — bati nele — Eu mereço respeito, sou uma mãe de família. — mandei beijo.

Trovão: Quando tá sentando no meu pau a mãe de família fica enfiada no cu, né?

Lore: Você é sujo. Só por causa disso eu te deixo sem transar por uma semana. — ele ficou sério. — Greve.

Trovão: Greve é meu caralho. — negou com a cabeça.

Lore: Pois vamos ver, vai ficar sem transar por uma semaninha.

Trovão: Isso só vale com tu, né? Só contigo que eu não vou meter.

Lore: Comigo por causa de que?

Trovão: Nada não, pô. — sentei olhando pra ele de braços cruzados.

Lore: Se manca, Victor! — ele riu — Quer transar com piranha porque não vai? Hein? Vai lá, tá esperando o que? Acha que eu fico por baixo? Do mesmo jeito que você pode, eu também posso, anjinho! — ele parou de rir.

Trovão: Tu fica com as tuas neuroses na cabeça e fica falando merda, se fuder pra lá!

Lore: Quero ir embora! — levantei com a mão na barriga.

Trovão: Tá vendo como tu surta do nada, porra? Fica com os bagulho na mente.

Lore: Seu problema é me achar com cara de otária. — ri e peguei meu short, colocando — Você vai me levar ou eu vou ter que ir de Uber?

Trovão: Faz o que tu quiser! — olhei pra ele e assenti, pegando minhas coisas.

Lore: Vai se fuder! — gritei. Comecei a andar pela aquela praia na força do ódio. Sério, eu já tô estressada, aí vem esse corno dos infernos pra me atazanar! E o pior é que ele nem é corno. Que ódio!

Fui até a calçada e peguei meu celular, entrando no aplicativo para chamar o Uber. Se ele acha que eu não vou, tá muito enganado, porque quando eu boto uma coisa na cabeça, custa sair, e ele sabe muito bem! Os Ubers não queriam aceitar de jeito nenhum, até porque o lugar é deserto, não tem praticamente ninguém.

Quando eu tava quase desistindo, olho para o carro dele parar na minha frente.

Trovão: Entra logo. — fingi que não escutei — Para de negar voz e entra logo, Lorena. — ignorei novamente — Puta que pariu. — escutei ele desligar o carro — Vem, bora logo. — senti ele na minha frente — Vem, amor. — ri, debochada, olhando pra ele.

Lorena: Amor? Amor é o caralho! — falei puta — Você fala o que quer e acha que todo mundo tem que concordar com as merdas que saem dessa tua boca! — ele cruzou os braços.

Trovão: E tu mandou eu me fuder, e aí Lorena? Olha as merdas que saem da tua boca e eu não faço nada.

Lorena: Quer comparar as minhas com a sua? — ele respirou fundo.

Trovão: Vamo resolver isso em outro lugar, agora vamo pra casa. — me puxou pra levantar.

Lorena: Às vezes eu tenho vontade de te matar! — bufei, começando a dar tapas no peito dele.

Trovão: Muita mágoas no coração faz mal. — segurou no meus pulsos com uma mão e com a outra na minha cintura — Alá, a doida, maluca, surtada e ainda achando que ia de Uber pra casa.

Lorena: E eu ia mesmo. — soltei meus pulsos puta.

Trovão: Vai achando que eu ia te deixar com essa roupa ir de Uber, vai achando mermo.

Lorena: Me solta. — ele negou — Bora, Trovão.

Trovão: Trovão é o meu pau. — falou bolado e eu sorri.

Lorena: Trovãozinho tá bravo? — dei um selinho nele — Ui.

Trovão: Perco a linha contigo. — iniciou um beijo. Fomos para o carro e já partirmos pra casa, o que demorou menos do que quando a gente veio.

Não sei se só eu sinto isso, mas quando a gente vai pra um lugar, demora pra caralho, agora pra voltar, parece que é menos tempo.

Eu em.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora