17.

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Lorena 🍇

Aquele dia foi tudo e mais um pouco.

Quando alguém diz pra eu eu não fazer alguma coisa, eu vou lá e faço, afronto mesmo. Sempre fui assim, desde pequena e dessa vez não iria ser diferente. Estou a caminho do jacaré.

A mãe da Ayarla me chamou para o chá revelação e eu vou! Não vou fazer essa desfeita. Ayarla até conversou comigo esses dias. Ela é super maneira, e como eu quero provocar o bofe, estar junto dela vai me ajudar demais! Mirele não veio comigo porque foi ver a mãe.

Eu tava com um vestido colado rosa, porque era pra ir com a cor que você achava que era o neném. Eu nem tinha uma roupa bonitinha azul, por isso vim de rosa, mas eu acho mesmo que é um menino. O Uber me deixou bem na entrada do morro. Então tive que subir o morro todinho. Nem sabia onde era, mas marquei de encontrar Ayarla na praça.

Fui perguntando pra as pessoas e quando cheguei lá, partimos pro chá. Quando chegamos não tinha tanta gente assim, mas tinha várias pessoas.

Ayarla: Vamo até a minha mãe. — concordei e fui seguindo ela. Já aproveito e dou a fralda na mão dela.

Michele: Oi, Lorena, amor. Que bom que você veio! — sorri pra ela e entreguei a fralda na mão dela. — Obrigada, meu amor.

Lorena: De nada. — chego perto dela e aliso a barriga dela. Ela estava linda, com um vestido metade azul e metade rosa.

Lore: Será que a menina vem? — ela rir.

Michele: Tenho nem ideia do que seja, mas se vim com saúde tá ótimo! — assenti.

Lore: Quais vão ser os nomes?

Michele: Pra menino, Riquelme e pra menina, Marília.

Lore: Nomes lindos! — fico conversando um pouco com ela, até Ayarla me puxar pra falar com o pai dela. O dono do morrão. Ela que me explicou que ele era quem comandava aqui.

Ayarla: Essa daqui é Lorena, pai! — olho para o homem alto e forte na minha frente. Ele era muito parecido com o Trovão, mas parecia ser muito mais velho.

Pedra: A famosa, Lorena! — fala simpático e eu sorri pra ele.

Lore: Famosa? — pergunto e ele concorda. Olho pro lado e bato o olhar no de Trovão, que por coincidência, estava vindo na nossa direção. Tirei o olhar dele rapidamente, já pensando na merda que vinha pela frente. Ele parou do lado do Pedra e me olhou cruzando os braços.

Trovão: Quero bater um papo sério contigo! — fala sério e direcionado a mim.

Lore: Comigo? — pago de doida.

Trovão: Paga de doida não. — Pedra olha pra ele sem entender.

Lore: Na verdade eu não estou pagando de doida, realmente eu não sei! — continuo pagando de doida e ele bufou, fazendo Pedra rir.

Pedra: Maneirona tu. — olho pra ele e acabo rindo. Trovão pareceu ficar puto.

Trovão: Vou me estressar não. — leva a mão até o queixo e alisa o cavanhaque — Me segue, o meu papo com tu é sério! — fala mais sério que antes. Fudeu! Simplesmente, fudeu! Ele saiu andando e eu continuei ali. Eu não ia, eu sei que vai dar errado.

Trovão: Melhor tu vim logo. — olho pro Pedra.

Lore: Ele é todo ignorante, né? — pergunto.

Pedra: Mas morde não, fica sussa. — nego com a cabeça e volto a olhar pro orgrinho andando.

Lore: Vou ir, antes que ele me leve a força. — ele rir e eu fui saindo, seguindo ele. Já até sei o que ele quer, mas nem ligo, eu em! A mãe dele me chamou e eu vim! Inclusive, acabei de conhecer o dono do morro, que por sinal, não é ele. Quero ver eu não pisar aqui.

Ele estava atrás da casa, encostado na parede, fumando maconha. Quase todo momento que vejo esse bofe, ele tá de cara fechada e fumando.

Lore: Me chamou aqui por causa de que? — paro na frente de e ele me olha. Ele provavelmente acha que é menino, pois tava com uma camisa azul da Hugo Boss.

Trovão: Falei o que pra tu dá última vez? — soprou a fumaça e eu revirei os olhos.

Lore: Também quero saber. — debocho — O que tu falou? — ele não demonstrou nenhuma reação.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora