30.

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Lorena 🍇

Duas semanas se passaram e estou indo na paz de Deus.

Trabalhando com sempre, mas aproveitando também. Nem só de trabalho eu vivo. Espero um dia não ser uma pessoa chata, que só pensa em trabalho e não tem tempo pra nada. E quando arruma um tempo, é para pensa no trabalho e ficar em casa.

Pretendo trabalhar muito pra poder ganhar meu dinheiro, mas não quero de jeito nenhum deixar de viver a minha vida. Sou nova e ainda tenho muito o que viver, e velho pra mim é apenas nos cinquenta anos, enquanto essa idade não chegar, vou continuar vivendo a minha vida. Até porque, foi pra isso que ela foi feita, pra se viver!

Eu estava me preparando para um pagofunk que iria ter no jacaré, como sempre Mirele me chamou e eu vou. Eu estou indo porque quero aproveitar, quando disse que sei dar o meu valor, sei mesmo. Não estou indo na intenção dele, dessa vez, pela primeira vez eu não quero ir para ver ele. Quero ir pra me divertir.

Mirele: Tu não sabe de uma! — abre a porta com tudo e entra no meu quarto.
— Eu tô passada. — olho curiosa para ela.

Lore: Fala logo! — pergunto.

Mirele: Rato acabou de me falar que Trovão tem uma mulher! — olho pra ela de boca aberta — Ele deixou escapar e falou que não era pra te contar, falei que não ia, mas claro que ia, como falei agora. — continuo de boca aberta.

Lore: Gente, mulher? Fiquei com macho casado? — ela assentiu — Ele não me falou nada cara. — ainda estava surpresa, talvez não surpresa e sim furiosa — Que escroto ele foi, que nojento!

Mirele: Pois é, pior que Rato ficou puto quando acabou soltando, fez maior auê pra eu não contar. Mas eu tô nem aí pro bofe, vou deixar minha amiga ser trouxa não. Se quiser ser amante tem que ser amente consciente. — nego com a cabeça. Já fui amante na vida, mas me arrependo de verdade. Levei maior esporro da fiel e ele não fez nada, deu moral pra ela. E olhe que sempre dizia que ia largar ela pra ficar comigo, enfim iludida, mas nessa época eu tinha uns dezessete anos, agora é outra história.

Me arrependo de algumas coisas que fiz antigamente, passei por vários papéis que eu nunca passaria de novo. As vezes isso foi pra me ensinar a ser quem eu sou hoje. Não sou perfeita e nem santa, tenho vários defeitos, defeitos que até afastam algumas pessoas de mim. Mas eu não preciso me humilhar por ninguém, muito menos fazer papel de trouxa.

Agora que estou sabendo disso, tenho a pura certeza que não quero mais nenhum envolvimento com ele. Se eu não me passaria por aquele papel, por esse é que eu não passo mesmo! Aproveito que vou pra lá e tiro a limpa com ele. Quero ver o quão escroto ele vai ser.

Também estou falando isso, porque depois do auê que rolou quando eu fui na casa dele, Trovão no outro dia veio atrás de mim, todo bipolar de verdade. Ele chegou com uns papos que eu fiquei com uma vontade de ficar com ele. Eu quase não resisti, com ele eu não consigo. Mas fui forte e com isso, ele foi embora dizendo que não ia ficar implorando uma transa pra mim.

Antes dele ir embora naquele dia, depois de eu ter enchido o saco dele, ele me explicou que veio fazer uma missão aqui, mas também não quis me falar mais nada, quanto mais eu perguntava, mais ele negava. Acho que queria me matar e me xingar, só não xingou porque sabia que se eu já não iria transar com ele, se ele falasse algo de errado é aí que eu não iria mesmo.

Mirele sai do quarto e eu ainda fico lá pensando em tudo. Bofe nem pra dizer que tinha mulher, né? Pra vocês verem como homem é escroto.

Tiro aquilo da cabeça e termino de me arrumar. Assim que terminei, parti pro Jacarezinho com Mirele. Quando chegamos e tava lotado. Parecia até baile, inclusive, quero voltar pra um daqui, baile daqui é muito bom.

Rato brotou do nada e começou a agarrar Mirele. Até pareciam um casal, que pena que os dois são complicados. Rato já vaio me abraçar, porque sabe que eu não gosto de abraço.

Lore: Não vem! — esquivo do abraço dele, mas ele me abraça forte — Tira teu boy daqui Mirele! — ela ignora e começa a beber — Tu é muito chato, não dá. — ele me solta, rindo.

Rato: Respeita teu cunhado, azeda. — Mirele para de beber e olha pra ele no deboche — Quié? — ela ignora novamente e volta a beber — Grilinha chata do caralho.

Lore: Igual você. — sorri — Por isso dão um casal foda, quando vem o pedido? — falo baixo pra ele escutar.

Rato: Quando ela parar de vacilar.

Lore: E tu? Não agora de vacilar não? — ele olha pra ela.

Rato: Só paro quando ela parar.

Lore: Ela diz a mesma coisa. — ele nega com a cabeça — Na real, algum dos dois tem que criar maturidade e parar de fazer merda, e o outro também. Não é um parar, é os dois, ao mesmo tempo e no mesmo momento. — ele assentiu.

Rato: Complicada essa peixe cru. — ela chegou perto da gente.

Mirele: Falando de mim? — ele nega.

Rato: Altos bagulho aqui. — ela da de ombros.

Lore: Tá melhor do tiro? — falo com rato.

Rato: Melhor que nunca. — nego com a cabeça e ele começa a gastar com nós. Pense num palhaço. Olho pro lado e minha atenção foi toda no Trovão, que estava ao lado de uma mulher linda.

Ela era toda linda de corpo, provavelmente tinha silicone. A bunda enorme e bem artificial, mas mesmo assim era bonita. Deveria ser a mulher dele. Rato assim que viu, negou com a cabeça e começou a puxar assunto comigo.

Ué gente, pra quê esconder? Não tenho nada com ele, foi apenas transa, o que não irá acontecer mais.

Ignoro tudo e comecei a beber.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora