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Lorena 🍇

Dois dias se passaram depois que contei sobre a gravidez para Trovão.

E depois daquilo, um peso na minha consciência foi tirado. Eu achei que a reação dele seria pior, mas até que reagiu bem. Graças a Deus deu tudo certo... o bebê, pelo menos eu espero, vai ter a presença do pai em sua vida. E espero que eu possa dar uma vida boa para ele, coisa que eu nunca tive condições, quero que ele tenha. E acho que sem o trovão, mesmo que eu arrumasse um trabalho, talvez não iria conseguir. Mas Deus sabe de tudo.

Eu novamente estava por aqui pelo Jacarezinho. Trovão que me chamou, a desculpa dele foi pra falar sobre o bebê e como seria daqui pra frente. Até tentei falar pelo celular, mas o bofe não quis de jeito nenhum.

Sei muito bem que não é só pelo bebê.

Fui caminhando até a casa dele, porque não quis subir de moto, tava afim de conhecer mais o morro, até porque agora esperando um filho do Trovão, terei que vim bastante aqui...

Em todas as vezes que eu vim aqui, as pessoas sempre estão animadas, para todo lugar que vai tem algum bar aberto, pagode. Não que no Chapadão não tenha, mas é que aqui parece ter mais.

Entro em um beco, que na minha cabeça iria cortar caminho e chegar mais rápido lá. Como eu sei que minha intuição não falha, só fui seguindo meu caminho.

— É você, né piranha! — escuto uma voz de uma mulher atrás de mim — Né você que pega homem casado e ainda engravida deles! — paro de andar e me viro, vendo a mulher ou ex mulher do Trovão. Ergo a sombrancelha e ela me olha de cima a baixo.

Como é que ela sabe que eu tô grávida? Sério mesmo, as notícias rolam soltas por aqui. Eu não disse para quase ninguém, além de alguns conhecidos, Mirele, minha tia, trovão e a família. Apenas.

E para o Rato. Se não foi o boca grande do Rato, foi o pai da criança. Mas acho muito difícil.

— Vai negar voz agora, vagabunda? — cruzo os braços não acreditando no que estava escutando.

Lore: Vagabunda? Me respeita, porra! Tu sabe quem eu sou pra tá vindo aqui falar merda pra mim? Se liga, mona! — ela rir.

— Te respeitar? Cadê o respeito comigo quando ficou com macho casado? E ainda mais ter a coragem de ir para a casa dele! Do meu marido, meu marido! Tu quer apanhar mesmo, né? Quer ficar sem esse mega teu aí. Deveria ter vergonha na cara por ter dado o golpe da barriga no meu marido! — fala alterada.

Lore: Mega? Mona, aqui é natural, viu!?— dei um sorrisinho fraco — Diferente do seu. Aqui se puxar, não sai as fitas não, amor. — jogo meu cabelo para atrás — Na verdade eu acho que você que não tem vergonha na cara, sabe por quê? Porque tu fica se humilhando por um macho que te trai, faz tu passar vergonha e os caralhos que chegou no meu ouvido. Se eu fosse você eu teria vergonha na cara. Na minha opinião, se o macho não me quer, eu não vou ficar atrás dele não, diferente de você, né baby? Ainda mais tando grávida e caçando briga na rua, sério mesmo, não cansa de ser trouxa? — ela fica escutando eu falar com cara de deboche — Outra coisa, não preciso dar golpe da barriga em ninguém, diferente de você, que provavelmente fez isso, né? Não vou ficar brigando com você não, até porque não preciso disso! Principalmente por estar grávida, mas se você me bater, apanhada eu não fico.

— Tu não tem nada haver na minha vida, caralho, toma conta da porra da tua vida, piranha da porra! Tu fala essas porra, mas na primeira oportunidade tava sentando pro meu homem e ainda engravidou pra ter o patrocínio. Posso estar grávida, mas não morta, vai apanhar sim!

Lore: Piranha não, amore, isso não! Não devo santificação nenhuma a você, mas vou falar! Sou mulher e assumo o que eu fiz, fiquei mesmo com ele. Mas não sabia que ele era casado, e se soubesse eu nunca teria ficado com ele, sabe por quê? Porque eu tenho uma coisa chamada "vergonha na cara", coisa que você não tem né? Confesso que fiquei sim uma vez com ele mesmo sabendo que era casado, mas me arrependi pra caralho. É como se diz o ditado né, o que eu não quero que façam comigo, não faço com os outros. Tenho muita vergonha na cara, diferente de você, que inclusive tá vindo aqui se rebaixar! Em nenhum momento está pensando no seu filho, só em um homem que bota pra fuder em tu! Que tu diz que é teu e de mais trezentas, não é?

— Vergonha na cara é o que você vai ter agora, depois de apanhar, vagabunda! — chega perto de mim.

Lore: Ameaça não, mona. Bate logo! Não é minha culpa se você é corna! É corna e sabe disso. Quer brigar? Você vai brigar, mas não vale chorar depois! — na mesma hora ela veio pra cima de mim com tudo, tentando puxar meu cabelo, mas eu fui mais rápida e segurei nós pulsos dela — Sabe brigar não, porra? Só quer puxar cabelo? — ela agarrou no meu pescoço, tentando arranhar. Eu estava ao máximo tentando evitar a briga, até porque não era só eu que tinha um filho na barriga, ela também. E os bebês não tem nada haver com isso.

— Você e esse demônio na sua barriga vão morrer no inferno! — na mesma hora que ela falou aquilo eu senti um ódio percorrer pelo o meu sangue. Ela tinha chamado o meu filho de demônio.

Tiro o braço dela de mim e começo a tranferir tapas no rosto dela, que tentava me arranhar a todo custo.

Lore: Demônio é você, filha da puta, vadia do caralho! — ela tenta agarrar meu cabelo. Fui mais rápida e tirei as mãos dela do meu cabelo, logo em seguida sinto um chute forte sendo transferido na minha barriga.

Sinto uma dor forte e olho para a minha barriga, toco na mesma, começando a ficar tonta. Ela começa a rir, fazendo eu olhar para ela. Um sangue foi descendo pela minha perna e logo tudo foi ficando preto...

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora