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Lore 🍇

Hoje era o dia.

O dia de Victor ir atrás do Cambio chegou.

Vários carros saíram do morro, com vários homens, entre eles, Victor. Ele não quis se despedir de mim e nem de Breno, o que me fez ficar com muita raiva dele. Apesar de ser o momento, ele é dessa vida, tá se arriscando, a gente não pode saber, se ele vai voltar ou não...

Mas ele disse pelo celular que não vai se despedir porque isso é "bagulho de quem vai morrer e eu não vou, pô". Do mesmo jeitinho que ele me mandou nas mensagens. A última coisa que ele me disse foi "Daqui a pouco eu tô aqui, loira. Quero dormir agarradinho contigo e com Breno, na paz, amo vocês".

E depois disso, foi quando eu chorei, vendo que ele não estava mais online e que as conversas não chegavam mais para ele. Pessimo.

Se ele não voltar, eu mato ele.

Mirele veio ficar comigo, até porque nem ela e nem eu queria ficar sozinha em casa. Então a gente vai ficar aqui, tentando distrair a mente juntas.

Mirele: Não vejo a hora de fazer três meses logo, pra saber o sexo dessa criança logo. — olho para a sua barriguinha no pequeno volume. Não dava para ver muito, mas no pé da barriga estava redondinho.

Lore: O vidente diz que é um menino, se ele acertar de novo, eu vou levar ele pro médico. — ela rir.

Mirele: Parece até aquela velha que olha pra barriga da pessoa e parece que olha dentro e vê o sexo. — concordo.

As duas não estavam nada bem, mas era melhor distrair a mente, do que ficar pensando nesses meninos. Já era seis horas da tarde, Breno dormiu a tarde e ainda não acordou. A gente chamou Helena pra vir para cá, pra pedir alguma comida e jantar, né. Ela disse que viria, só aguardando.

Mirele: Não queria ficar pensando, mas puta que pariu. — senta ao meu lado.

Lore: Sim. — resmungo — Eu to puta e com medo ao mesmo tempo... — escuto o chorinho do bebê — Pede a pizza, que eu vou ver como ele tá. — ela concorda e eu vou até o quarto de Breno. Entro no quarto, indo até o berço — O que foi, mamãe? — pego ele no colo, colocando a chupeta em sua boca. Sinto um cheirinho ruim vindo da sua fralda e olho dentro, vendo que estava cheia de coco.

Breno fez 5 meses um dia desses, acho que não faz nem três dias. Vou até o trocador e coloco ele em cima, que faz cara de choro.

Lore: Toma. — dou um brinquedinho para ele. Tiro sua fralda e enrolo, deixando separada para jogar no lixo. Limpo ele com o lencinho umedecido e troco sua fralda, deixando ele apenas com ela. Hoje o dia tava tão quente, que Breno só dormiu de camisetinha na tarde e agora parece que tá mil vezes mais calor. Rio de Janeiro e seu clima...

Pego Breno no colo e vamos andando até a sala, que Mirele estava no celular.

Lore: Vai pra sua tia. — levo Breno até ela, que pega o bebê no colo.

Mirele: O bebê da titia acordou. — dá um cheirinho nele que rir para ela — Você tá rindo, amor. — faz cosquinhas na barriguinha dele que rir. Nego com a cabeça e vou pra cozinha, para preparar o suco de laranja dele.

Preparo o suco e boto na mamadeira, indo levar até o meu bebê.

Lore: Toma, dá pra ele. — dou a mamadeira para ela que começa a dar o suco para ele, que vai bebendo tudo. Deito no sofá, pegando o meu celular e entrando no WhatsApp. Nada das minhas mensagens chegar para ele.

Respiro fundo e resolvo mecher em outra coisa e não ficar me preocupando muito com isso. Escuto uma batida na porta e levanto do sofá, indo até a porta. Deveria ser Helena, já que os seguranças liberaram. Abro a porta, vendo ela na minha frente.

Lore: Entra, mona. — ela entra e como sempre, com a sua vergonha de sempre, mas é assim mesmo, jaja ela se solta. É só questão de custume.

Ela tem um jeito de traumatizada, fico com pena dela. Tudo que passou no antigo relacionamento, várias coisas chatas. De foder um.

Helena vem até o sofá e se senta, toda envergonhada.

Mirele: Oiá, tua tia, Breno. — tira a mamadeira da boca dele e limpa com o paninho. Meu neném olha para Helena e fica encarando ela, mas é só ela abrir um sorriso pra ele, que ele sorrir também — Pega ele. — dá o neném para ela.

Helena: Oi, amor. — segura ele em pé no seu colo — Você é tão esperto. — dá um cheirinho nele, que rir.

Lore: Essa fase é a melhor, tô amando essa fase dos 5 meses. — pego a chiquinha dele com a água e entro para ela — Da pra ele. — ela senta ele em seu colo e começa a dar a água para Breno — Uma alergia sem fim.

Outra batida na porta, e dessa vez eram os seguranças, já que eu escutei um "patroa". Fui até a porta e peguei as duas pizzas, agradecendo a ele, que não fez questão nenhuma de olhar para o meu corpo, mas sim para a minha cara.

Quem quer ficar vivo, faz de tudo para isso.

Frase que Victor falou para eles.

Ele é possessivo ao nível máximo.

Lore: Vamo comer, galera. — olho para Marley, que vem atrás de mim — Você não, bonito, você já comeu. — coloco as pizzas na mesa e vejo as meninas vindo na minha direção. Pego o refrigerante da geladeira, juntos dos copos, pratos e talheres — Pode me dar ele, que se não ele não te deixa comer em paz — pego Breno em meu colo.

Eu tentava fingir que estava tudo bem, mas na realidade não estava nada bem. Eu sentia meu peito doer, eu só queria que todos eles e principalmente Victor passassem pela aquela porta, mostrando que deu tudo certo.

Era a única coisa que eu pedia a Deus nesse momento.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora