69. (bônus)

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Caterine 🐍

Caterine: Sério que você não vai poder ver o seu filho, cara? — falo com Trovão.

Trovão: Posso escolher esses bagulho não, Caterine. Posso vacilar não, eles tão fazendo mó ronda por lá. — bufei — Um menor vai te levar, fica suave.

Caterine: Tá, eu vou com Patrícia. — ele se virou e saiu. Filho da puta que eu não largo nunca!

No começo eu realmente quis ter o filho, até porque era o único jeito de me prender a Trovão. Era foda escutar altas fofocas que eu era corna e principalmente, saber que eu levava chifre. E quando ele veio com uns papo de dar "rl", foi quando eu surtei. Tive que me humilhar pra ele não fazer isso, e minha única saída foi a gravidez.

Confesso que eu não queria perder minha mordomia, até porque eu não quero trabalhar de jeito nenhum, e um filho seria a solução para tudo isso. Fui na fé né, fiquei uns três meses sem tomar o remédio e aí deu no que deu. Mas foi quando Trovão veio com o papo de uma missão de três dias, eu estranhei demais. Até porque ele mal fazia missões, e agora tá fazendo pra caralho.

Eu liguei pra ele e escutei vozes de uma mulher, fiquei puta mesmo. A minha confirmação foi quando Jéssica me mandou fotos deles dois juntos, se beijando, ela sentada no colo dele e os caralho. Trovão e a puta da loira que ele tava de olho do pagofunk, não é de hoje que ouvir falar dela. Por onde passa chama atenção.

Só não mais que eu.

Tô só esperando a oportunidade de ver essa piranha na rua, vou quebrar no pau, tô grávida, mas não morta. E sim vivíssima! Eu nem queria terminar com ele, só fiz meu drama pra ver se ele tomava vergonha na cara, mas aí o bofe nem ligou, terminou mesmo. E foi lá que eu vomitei, e quando isso aconteceu, eu tive a confirmação que estava grávida. Ou seja, ele não vai se livrar de mim nem tão cedo.

Hoje era o dia da minha primeira ultrassom, provavelmente irei escutar o coração. Trovão nem vai, disse que a pista tá salgada, mas vou gravar tudo e mandar pra ele. Quero ele bem presente na vida no meu filho, até porque eu quero o dinheiro dele também. Um carro chegou e fui com Patrícia para o hospital. Ficamos esperando lá e não demorou muito para sermos atendidas.

— Boa tarde. — o doutor chegou na sala. — Vamos escutar esse bebezinho?

Caterine: Vamos! O quanto antes. — sorri. Ele sentou numa cadeira ao lado da cama e começou a mexer no computador ao lado.

— Você tem noção de quantas semanas você tem mais ou menos?

Caterine: Não, mas minha menstruação tá atrasada a umas três semanas. — ele assentiu.

— Vamos confirmar agora quanto tempo de gravidez você está. — passou um gel gelado na minha barriga — Só olhar para aquela televisão. — assenti.

Caterine: Será que vai dar para ver se é menina ou menino? — ele negou.

— Pelo o que você me falou está muito recente, mas provavelmente no terceiro ou quarto mês já dá para ver. — assenti.

Caterine: Não vejo a hora. — ele olhou estranho para a televisão — E aí?

— Você fez exame de sangue? — neguei.

Caterine: Não, foi o de farmácia, por que? — ele me olhou.

— Não sei nem como te falar isso, mas não tem nenhum feto aqui... — olho confusa — Você não está grávida.

Caterine: Não, tem alguma coisa errada aí, eu fiz o teste e deu positivo. Eu tô sentindo todos os sintomas, enjôos, menstruação atrasada, tudo!

— Provavelmente isso pode ser a gravidez psicológica. — nego com a cabeça — Olha, eu vou ter passar um exame de sangue para confirmar se é uma gravidez psicológica, e se isso acontecer, você vai ser encaminhada para fazer tratamentos com o psicólogo.

Caterine: Você tá de brincadeira? Eu não posso ter uma gravidez psicológica, como isso aconteceu?

— Às vezes acontece quando você quer muito engravidar ou não quer, mas fica tranquila, você vai poder engravidar outras vezes...

[...]

Realmente eu estava com uma gravidez psicológica.

Patrícia: Nossa, que horrível, Caterine! Nem imagino com tu deve estar se sentindo. — toca no meu ombro — Agora vai ser foda contar para Trovão.

Caterine: Tá doida, Patrícia? Eu não vou contar nada pra ele, vou continuar grávida na cabeça dele, e se possível, vou transar com ele de novo pra ver se dessa vez me engravida.

Patrícia: Mana, esse rolo nos vai dar certo não, e se tu não conseguir engravidar? E se ele ver que tua barriga não tá crescendo?

Caterine: Para isso existe barriga falsa, compro várias e tá tudo certo. Qualquer coisa eu digo que o bebê morreu, sei lá!

Patrícia: Cara, tu não presta! — gargalhei.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora