Trovão ⛈️
Passo a mão pela cama, a procura da minha mulher, mas não sinto ninguém. Abro o olho e pego meu celular.
Tinha que tá na boca, mas tô aqui. Qual foi? Mereço porra, quase duas semanas dormindo lá em Michele, tava cansado porra, lá não é a merma coisa que a minha casa não, onde aqui eu já sou acostumado, moro com a minha mulher e o meu filho, tu se pega numa rotina e pra sair dela, tem como não, pô.
Um dia lá já foi a minha casa, mas hoje em dia é a casa da minha família. Meu irmão tá esperto pra caralho, tem dois anos e poucos meses, parece que vai fazer três, fala tudo, pô. Gosto do menor, meu pai todinho. E morre de ciúmes da mãe dele.
Ayarla tá como? Continua morando lá, terminou os estudos, tudo indo na paz, fez um curso de maquiagem e trabalha com esses bagulho aí, tem um pá de seguidores aí, tá correndo atrás do dela. Ela e Nando terminaram, não deu certo o bagulho e cada um pro seu lado.
Mas eu prefiro assim, o mano era certinho, via que andava na linha com ela, mas se não deu certo o bagulho, o melhor foi fazer isso. Tanto ele, tanto ela tão solteiro, e pretendo que a minha irmã fique assim. Mas também fiquei puto quando terminaram, mó cota pra eu aceitar essa porra, Lorena na minha mente, pra acabar nisso, de se fuder, porra.
Mas graças a Deus que ela tá correndo atrás do dela.
Levanto da cama e vou no banheiro fazer os bagulho. Depois saiu do quarto e vou atrás das minhas vidas.
Escuto uma música de criança vindo da televisão e chego na sala, fazendo o menor me olhar, junto da mãe dele, que passava pano no chão.
Breno: Olha, papai. — olho para a televisão, onde tinha um bebê cantando aquela porra de "baby shark", bagulho tava em inglês, sei não desses caralho não.
Breno sabe desses bagulho decorado, nesse bebê, na patrulha canina, aquele homem aranha, tanto do desenho, que puta que pariu. Mas o menor também é de raça, boto ele pra brincar na rua, boto pra andar da bicicleta de rodinha dele, menor ver as crianças e já corre pra brincar também, tanto eu e tanto a mãe dele faz isso.
Nós não quer ter um filho metido a rico só porque tem tudo do bom, graças a Deus meu menor tem tudo do bom e do melhor, tudo que o garoto quer, ele tem, mas também não é assim não pô. Por enquanto que ele é pequeno, tem os bagulho, mas quando crescer e não fizer por merecer, vai perder, comigo é assim. Vai ter uma hora que ele vai ter que correr atrás do dele.
Quero que Breno seja criado como qualquer menorzinho daqui do morro, até porque ele mora em um. Tem que crescer esperto e sabendo dos bagulho.
Queria mermo que ele não seguisse o mesmo caminho que eu segui e que o avô dele seguiu, tanto que o caminho do avô dele foi esse, a morte, o meu eu não sei, papo reto, mas sei que só tem aquelas duas alternativas. Mas eu espero que demore pra caralho pra isso acontecer.
Trovão: Tô vendo, pô. — passo por ele e sento no sofá, puxando ele pra dar um cheiro no garoto. Meu pivete que puxou ao pai, lindo pra caralho. Solto ele e me viro pra patroa, que está passando o pano no chão — Bom dia, loira. — ela se vira pra mim com uma cara feia — Qual foi? — levanto na mesma hora e ando até ela, parando em sua frente.
Lore: Sai. — me empurra, mas eu continuo parado — Estou puta.
Trovão: Eu fiz o que agora, amor? — passo as mãos pela a sua cintura.
Lore: Você me maltratou ontem, tô toda ardida! — gargalho e ela continua com uma cara feia — Sai, a gente ainda não voltou. — tira minhas mãos da sua cintura e sai andando com o bagulho.
Trovão: Nós não voltou o que, Lorena? — começo a seguir ela — Tá maluca?
Lore: Pois é, não quer dizer que só porque eu transei com você, que a gente voltou. — joga a água suja no ralo.
Trovão: Tu merma disse que a gente voltou.
Lore: Não lembro disso saindo da minha boca. — passa por mim, indo até a cozinha e eu olho para a comida pronta no fogão.
Trovão: Para de brincadeira, loira. — chego perto dela, passando os braços por trás dela.
Lore: Aceita que agora a gente tem uma amizade colorida. — me afasto dela, que se vira para mim com sua cara de deboche.
Trovão: Qual foi, Lorena? Ta de brincadeira comigo, filha da puta. — já falo começando a ficar puto — Que porra de amizade colorida, mandada.
Lore: Pois é! Agora você vai ter que aceitar. — sorrir debochada — A gente é amigos, que ficam quando eu quiser. — pega o prato infantil de Breno e vai até o fogão, começando a botar a comida do menor.
Trovão: Eu não sei que porra eu fiz pra merecer isso, papo reto. — passo a mão no rosto.
Lore: Você vai lavar lavar os pratos do almoço e lavar o banheiro da sala. — olho para ela — Sorte sua que eu já lavei o banheiro do meu quarto e do quarto de Breno. — encaro a mulher, diabenta na minha frente — Breno, vem comer. — vai até a mesa e coloca o prato na mesa — Ah, e vai dar comida pra ele, porque eu vou lavar meu cabelo agora. — sai andando.
Puta que pariu.
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Outra Dimensão [M]
Fanfiction+16| "somos tão iguais e ao mesmo tempo tão diferentes..."