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Trovão ⛈️

Ela pensa que eu vou ficar correndo atrás dela. Ela que fique aí, pensando mermo.

Porra, essa mina me testa a paciência que ela sabe que eu não tenho. Eu me seguro pra caralho, pra não falar merda. Eu respeito, mas também quero respeito. Porque dá merma forma que eu mudei pra tentar ser menos grosso, menos frio com ela, eu posso muito bem voltar a ser assim.

Me esforcei pra caralho, porque Lorena foi a primeira mulher que eu amei de verdade, e pensei em ter um futuro mermo, pique família e os caralho. Criei sentimentos e com eles fui aprendendo a tratar ela bem e a ser mais carinhoso, mermo sendo do meu jeito, eu ainda sou carinhoso com ela.

Mas, porra, ela tem que entender que nem tudo é do jeito dela, ela quer que seja tudo do jeitinho perfeito dela. Isso estressa a mente do cara, faz eu perder a paciência com ela.

Lorena esquece que é mãe e tem um filho , Lorena esquece que é casada, Lorena esquece que a vida que ela tinha antes, já foi embora, agora ela tem outra vida. E ela tem que se acustumar, pô. Ou se acostuma, ou eu não sei mermo, papo reto!

Eu deixei a minha vida de lado pra poder viver ao lado dela, construir uma família. Eu aprendi a dar valor a ela, e vi que ela bastava, não precisava de ninguém. Nunca pensei em trair ela, com ela, eu me sinto tranquilo e não quero dar esse desgosto pra ela. Agora, eu aprendi que se eu quero trair, é melhor eu meter o pé, do que fazer a mulher que eu mais amo de besta. Sofrer pra caralho.

Não nego que ela dão em cima de mim, mesmo eu tendo mulher e elas sabendo muito bem disso, sempre tem umas que insistem. Eu apenas corto a onda delas e sigo em paz.

Eu amo ela, pô. Eu não preciso de mulher nenhuma, só ela e pronto.

Mas hoje, eu não tava bom, eu não tava afim de me estressar mais ainda com ela. Preferi sair e distrair a mente.

Ela quer jogar sujo, mas esquece que eu também sei jogar.

Os menor me chamaram pra uma resenha que vai ter, começa de três da tarde.

Eu evito muito ir pra esses lugares, desde que eu tô com ela, que eu só vou pra onde ela pode ir também. Quando Breno nasceu, eu parei de ir mermo, mas as vezes, tem que marcar presença. Até porque agora eu sou o chefe.

Esse bagulho de comandar o morro tá sendo complicado, mas aos poucos eu tô pegando a manha. Falta pouco pra eu pegar esse fudido do Câmbio é viver em paz.

Sinto tanta pra caralho do meu coroa, as vezes eu fico pensando no que aconteceu e sinto uma dor no peito. O que aconteceu com ele, foi a pior covardia, papo reto. O próprio irmão.

Gosto de ficar pensando muito nesses bagulho não, a saudades bate e as lembranças também.

Mas é assim mermo. A gente da vida do crime, entramo sabendo que o nosso fim é cadeia ou morte. Do mermo jeito que aconteceu com ele, pode acontecer comigo.

Mas eu peço a Deus que espere meu pivete crescer, ter sabedoria, poder cuidar da mãe dele. Quero viver por anos com a minha família, Deus sabe. Quero ter mais filho com Lorena, viver a nossa vida.

Eu e ela briga pra caralho, mas eu não vivo sem essa mandada do caralho. Essa diaba que meche com a minha mente é meteu um feitiço no bandido.

Apesar das nossas brigas, nossos momentos são inesquecíveis.

E quando eu pegar ela, vai ser sem pena. Porque eu o ódio que eu tô e saudade, eu quero botar pra fuder na buceta dela. Só transei com ela uma vez depois do resguardo e ainda fiz ela quebrar, mas não vejo a hora de ficar de boa com a dona e poder meter até ela pedir arrego.

Termino de passar o meu perfume masculino e vou até o espelho, colocando meus cordões de ouro. Me olho no espelho, e passo a mão pelo cabelo molhado. Todo de preto, naquele pique, todo trajado de lala.

Saio de dentro de casa indo em direção ao meu carro, olho para a minha moto e vejo que ela tá suja. Vou mandar algum menor levar ela em um lava jato. Mô cota que eu não saio com ela, vou até usar depois.

Marley sai de dentro de casa e eu nego com a cabeça.

Trovão: Bora, Marley. Entra pra dentro. — falo pela janela, fazendo ele abodecer o meu comando.

Pego o radinho, mandando duas motos ficarem na minha contenção. É no morro, mas sempre tem que tá de contenção, agora sendo dono é assim. Falo com os menor que ficam na segurança da casa, avisando que jaja iriam ter que trocar de turno.

Pouco tempo eu chego no lugar que era a resenha e saio do carro, mandando os menor ficarem ligado. Pego meu celular, vendo que Lorena me bloqueou e respiro fundo, entrando dentro de lá.

Já avisto os manos e vou andando até eles, que me veem e já abram o sorriso, parecendo que tão no dentista.

Trovão: Qual foi? Tão no dentista, porra? — chego até eles.

Rato: Já chega assim, chefão. — vem com as putaria dele.

Trovão: Rum, tô tão bom hoje. — me encosto, olhando para a música alta. Altos cara aqui, cheio de mulher, uma putaria do caralho.

Nando: Isso é falta de transa. — olho pra ele serinho.

Trovão: Vou ficar calado aqui na minha paz. — pego o baseado do bolso e levo até o bico, ascendendo ele logo em seguida. Dou um trago tirando ele da boca, entre os dedos — Bota um copo aí pra mim. — peço para Guilherme, que derrama whisky em um copo e me dá.

Afim de desestressar a mente.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora