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Trovão ⛈️

Ela me testa.

Essa mina testa minha paciência. Falei o bagulho e ela não cumpriu, vai ser cobrada da melhor forma. Se fosse outra pessoa seria cobrado, então é a merma coisa pra ela.

Trovão: Hoje eu não quero me estressar não, tá ligada? — levo meu baseado até a boca e dou um trago — Quero paz, então eu só vou perguntar mais uma vez. — trago novamente— O que eu te falei pra fazer? — me desencosto da parede e chego bem perto dela. Cara a cara mermo.

Lore: Bofe, tua mãe, madrasta, sei lá! — coloca o cabelo para atrás — Me chamou pra vim pro chá, não iria fazer essa desfeita, né? — olho para a minha mão e jogo o cigarro no chão. Ela não parecia tá com medo, tava normal.

Trovão: Não interessa, caralho! — falo alto e volto a olhar para o seu rosto — Eu falei um bagulho e tu não botou fé, filha da puta! A favela é de quem, porra? — olho bem em seu olho.

Lore: Primeiro, fala baixo, tem algum surdo aqui? — deu uma leve empurrada para me tirar de perto dela — Segundo, já que tu manda na favela, porque tu não mandou eles me barrarem na entrada? Passei por lá e eles nem ligaram! Ou seja, você bem queria que eu viesse. E terceiro, tu acha que é quem pra tá gritando assim comigo? Te dei essa liberdade não, Trovão! Se tu sabe falar alto, eu também sei, caralho! — fala no mesmo tom que eu. A garota me peitou mermo. Quando eu ia falar algum bagulho, Ayarla chegou lá.

Ayarla: Parem de se pegar e venham, vai começar a revelação! — fala e sai rápido. Lorena volta a olhar pra mim esperando uma resposta.

Trovão: Tua sorte foi a revelação, mas fica suave, vou nem te falar nada, nós vai se bater ainda! — ela respira fundo e fecha os olhos, abrindo logo em seguida. — Quando chegar o momento, quero ver se tu vai ter essa marra todinha que tu tá tendo, mas sustenta teu b.o em porra? Quero ver se a merma marra que tu tá tendo agora vai ter no desenrolo! — me viro e saio dali, me esbarrando no ombro dela. Deixa ela, vai ver só. Tô muito bonzinho com essa diaba!

Voltei pra lá e eles já estavam preparando os bagulho lá. Fiquei só de canto olhando, mas com o puto do Rato enchendo minha mente. Ele parece que nasceu grudado em mim, porra.

Rato: Se for menina eu vou fazer um pivetinho pra eles namorarem. — respiro fundo e ignorro ele — Pô, apostei dois mil que é menina, tem que ser. Já tenho a mulher da minha vida pra meter o pirraia nela. Aí nós vai fazer parte da merma família quando meu pivete se casar com a tua irmã. — olho pra ele sem paciência.

Trovão: Tu tem o que na cabeça, moleque? Arco íris? — falo puto — Caralho, porra!

Rato: Tá estressado, vida? — afina a voz.

Trovão: Te fuder pra lá, viado do caralho!— ele rir e muda a postura, ficando sério. Menor doido, na moral. Começou a putaria lá, maior viadagem pra dizer se ia ter rola ou buceta, mané! Mó cota depois, começou a sair uma fumaça azul atrás deles dois. Tá vendo, pô? Eu digo, é um pivete. Começou a comemoração pra lá e pra cá, não tava vendo a hora pra partir pra casa. Já sabia que era meu irmão e pronto.

Rato: Caralho, perdi dois mil conto. — nega com a cabeça e bota a mão na boca — Gostei não, me dá dois mil aí, amor. — olho pra ele e mando o dedo do meio.

Trovão: Não sei como eu te aturo, papo reto. — nego com a cabeça.

Rato: Então tu me atura? Pensava que não, mas isso já é um progresso, daqui a pouco tá me assumindo. — sinto uma vontade de rir fudida, mas me contentei com um sorrisinho de lado.Na mesma hora ele sorriu.

Rato: Nem tô acreditando, mané! Tu sorriu, porra! Primeira vez em anos que tu sorri, caralho! — me balançou — Já tava começando a pensar que tu não tinha dente.

Trovão: Vai infernizar outro! — saio de perto dele e ele ficou lá, surtando, gritando. Moleque deve me amar mermo.

Olho para Lorena se despedindo dos meus coroas e indo em direção a saída, mexendo no celular. Ali era meu momento.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora