85.

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Lorena 🍇

Coloco a minha roupa, logo depois de ter terminado as fotos. Pego minhas coisas, me despeço das pessoas e vou caminhando até onde o carro dele estava. Assim que chego, cruzo os braços esperando ele abrir a porta.

Lore: Abre logo, para de brincadeira. — falo depois de passar um tempo esperando ele abrir. Ele destrava a porta e eu entro.

Trovão: Cara feia pra mim é fome, tá ligada? — coloco minha bolsa no banco de trás e olho para a cara de sonso dele.

Lore: E tu acha que eu tô com essa cara, por quê? — ele liga o carro.

Trovão: Chatinha você. — da partida.

Lore: Que ótimo, tô super ligando para sua humilde opinião. — sinto ele dar uma tapa na minha coxa — Vou revidar e vai ser pior pra você.

Trovão: Tenta. — quando fui revidar, ele segurou minha mão.

Lore: Tá com medo? — ergo a sobrancelha, ainda com ele segurando a minha mão.

Trovão: Não, pô. É por causa de que se tu revidar, eu também vou, aí vai ficar nessa. Pode até fazer mal pro bebê. — reviro o olho.

Lore: Tudo faz mal pro bebê? — ele me solta e eu me arrumo no banco.

Trovão: Faz. — nego com a cabeça, pegando meu celular — Quando é que vai saber se é menina ou menino?

Lore: Você puxando assunto? É até de se estranhar. — olho para a janela.

Trovão: Tô puxando assunto pra saber do meu filho, né de tu não. — continuo olhando para a janela.

Lore: É, mas seu filho tá dentro da minha barriga. — volto a olha para ele.

Trovão: Vai, pô. Deixa de putaria e fala logo. — me olha, mas logo volta a olhar para a pista.

Lore: Eu só tenho dez semanas, Trovão.

Trovão: Dez semanas? — pergunta sem entender.

Lore: Dois meses e duas semanas.

Trovão: Era mais fácil falar os meses logo. — nega — E nesse tempo dá pra ver se tem rola ou buceta, não? — olhei para ele com os olhos semicerrados.

Lore: Para de falar assim, ridículo. — nego com a cabeça — Não dá pra ver agora, só daqui a um ou dois meses, depende. Mas para de falar assim do bebê.

Trovão: É a verdade, pô. — bufo — E pro médico fazer aqueles bagulho de ultrassom? Quando vai ser?

Lore: Já marquei, o pré natal, quando for o dia eu te falo. Mas dá pra você ir? — pergunto com curiosidade.

Trovão: Só dizer o dia e o lugar.
Só tem que ser um lugar mais perto e que não seja cheio dos cana. — assenti. Ele foi puxando uns papos comigo, dizendo que era pra falar sobre o "bebê" e eu fingindo que acredito, as vezes ele até fugia do assunto.

Até que eu tava gostando dessa nova versão dele, mais descontraída, menos reservado e grosso, sem a marra. Sendo menos conservador, querendo se soltar mais comigo.

Trovão vai parando o carro em um restaurante e eu fico sem entender.

Lore: Me trouxe aqui para comer? — olho para ele.

Trovão: Pro meu filho comer, pra tu eu nem ligo. — ergo a sombrancelha.

Lore: Ai, ai. Vou fingir que acredito. — ele me ignora, saindo do carro e eu faço o mesmo. Entramos no local e eu fui percebendo que o local era muito chique, arrumado e organizado.

Eu não estava com uma roupa apropriada para usar nesses local, estava de cropeed e short jeans, o que sempre uso no meu dia a dia. Mas roupa não define nada. Fomos sentar em uma mesa e ele chamou o garson.

Trovão: Vai querer o que? — me entrega o cardápio. Faço meu pedido e ele faz o mesmo.

Lore: Sabe o seu eu tava pensando aqui? — ele me olha — A gente vai ter um filho e mal se conhece. — ele encosta as costas na cadeira e apoia e arruma o boné que usava na cabeça. Hoje ele estava de calção e regata, o que fazia suas tatuagens ficarem todas amostras. Kenner em seus pés, dois cordões no pescoço e um relógio no pulso.

Duvido muito que saiba ver o horário.

Trovão: E tu quer saber o que, pô? O que tem pra saber tu sabe. — passa a mão pelo cavanhaque.

Lore: Eu sei? Sei de nada, Trovão. — jogo meu cabelo todo para trás.

Trovão: Te falei meu nome hoje, que tu fez o maior drama quando eu não disse, e tá me chamando pelo vulgo. — cruza os braços na altura no peito.

Lore: Então quer que eu te chame de Victor? — ele sorri de lado.

Trovão: Sei não, porra. Faz o que tu quiser, fica ao teu critério. — tiro o olhar de mim.

Lore: Por que agora tu tá sendo um pouco legal comigo? — ergo a sobrancelha.

Trovão: Se eu sou chato tu reclama, se eu sou legal também. — volta a me olhar —Então fudeu, vou ser o que?

Lore: Não tô reclamando, só quero saber o motivo.

Trovão: Tu tá grávida de um filho meu, quero que nós tenha uma boa relação pra cuidar do moleque. Vai ser ruim pra ele crescer com os pais que se odeiam.

Lore: Então você não me odeia? — arrumo o decote do meu cropeed — Cara, então não estamos mais empatados, porque eu continuo te odiando.

Trovão: Tu se acha engraçada. Mas a real é que tu não tem um pingo de graça. — fala sério, fazendo eu rir.

Lore: Tu falou que quer ter uma boa relação comigo, né? — ele assentiu— Essa relação incluí você transar comigo? — ele rir de lado.

Trovão: Tipo isso aí mermo que tu falou. — semicerro os olhos.

Lore: Admite que tá se apaixonado por mim. — debocho e ele rir.

Trovão: Tu é iludida pra caralho. Se liga, Lorena. Porra de apaixonado, bagulho tilt do caralho. — nega com a cabeça — Posso mais querer transar com uma mulher que tô apaixonado? Agora foi que fudeu.

Lore: Tá vendo? Fica todo nervosinho só pra não assumir que tá apaixonado. — gargalho e ele me manda o dedo do meio.

Trovão: Vai se fuder. — olho para a carinha de puto dele.

O ogro tá bravo.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora