50.

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Lorena 🍇

Fomos entrando em um papo, até que chegaram no papo que eu mais me interessei.

Daiane: Fiel de alguém? — fala comigo e eu olho para ela. Minha resposta queria ser "não", mas infelizmente não podia dizer aquilo.

Lore: Sou sim, do Trovão. — falo tentando ser o mais natural possível e Jéssica me olha.

Jéssica: Trovão? — olho para ela, que não tinha uma cara muito boa e assenti. Será que era ela? Acho que não...

Jéssica: Ué, mas ele... — para de falar, percebendo que provavelmente não devia falar aquilo.

Lore: Continua. — faço um sinal com a minha mão para ela continuar e ela nega.

Jéssica: Nada, eu acho que eu me confundi. — levanta da cadeira, com uma cara pessima. Ela estava esquisita, parecia que tinha descoberto algo que não gostou nada de saber — Vou no banheiro, já volto. — fala com as meninas e sai andando.

Daniele: Nunca ouvi falar do Trovão, Cássio nunca me falou sobre ele. — olho pra ela.

Lore: É né, meu marido é bem reservado. — cruzo as pernas. Guardo na mente esse nome, Cássio. Pode ser ele, ou não.

Lore: Vocês são de que morro? — tento perguntar de uma vez.

Natália: Eu sou do alemão. — fala. bebendo a bebida. Ou seja, não é Natália. Pode ser Jéssica, Daniele, Daiane e Helena.

Quando Daniele ia responder, uma moça chama todo mundo para almoçar. Que ódio, quando eu tava quase sabendo quem é a mulher do tal dono do Realengo... Todas levantamos e vamos em direção a cozinha, indo fazer nossos pratos.

Sinto trovão atrás de mim, agarrando minha cintura, até porque ele seria o único que faria isso, todos homens tinham mulheres, e os que não tinham, sabiam que éramos um casal. Ele se encostou em mim, chegando perto do meu ouvido.

Trovão: Descobriu alguma coisa? — fala com sua voz grave e baixa, não queria, mas me arrepiei todinha.

Lore: Só sei que uma é do alemão, e outra o marido se chama Cássio, o resto eu não sei. — me virei pra ele e vi ele assentindo.

Trovão: Tem tempo ainda. — assenti e ele saiu de perto de mim. Até que a gente tá parecendo um casal, nem parece que a gente só falta se matar todos os dias.

Monto meu prato e sentei ao lado delas, começando a comer. Elas tavam falando sobre outras coisas, e eu resolvi não comentar mais sobre. A única que ficava mais reservada era Helena. E Jéssica não dirija a palavra a mim.

Depois me ofereceram bebida e eu aceitei. É um pecado do caralho negar álcool. Esse risco eu não corro.

[...]

Eu já tinha bebido pra caralho e tomado muito banho de piscina.

E nada delas comentarem de onde são. As vezes falavam de algo de onde moravam, mas nunca o nome, devem tá devendo, só pode. Com o que eu bebi eu estava feliz, por isso parei. Não estava no meu normal, e não gosto de ficar assim quando não tô em um lugar que eu conheça as pessoas. Já se passavam das dez da noite.

Trovão chegou em mim duas vezes mandando eu colocar uma roupa. Falando que eu não era pra ficar "desfilando de biquíni por aí". Pra ele, como ali eu era "mulher" dele, seria falta de respeito da parte dele, deixar a mulher desfilando de biquíni por aí, enquanto tinham vários homens casados. Haha, fico rindo da cara dele, isso sim.

Posso fazer o que se eu sou gostosa e eles olham? O único que ela tem que fazer é ter respeito pela mulher que eles tem. Ainda veio com o papo de "o que eles vão pensar se mim?" Nem dei moral, tô ligada que aqui eu sou mulher dele, mas não vou deixar de usar a minha roupa por causa desses bofe não. Eles que controlem o pau na calça. São casados e devem respeito a mim e as mulheres.

Saio da piscina e olho para trovão, que estava sentado, conversando com uns homens e com o cigarro no bico. Sempre estava assim, na sua postura e fumando seu baseado. Algumas mulheres mesmo com maridos e acompanhadas de alguns homens olhavam pra Trovão.

Principalmente aquela Jéssica, ficou o tempo todo olhando pra ele. E no momento ela estava olhando.

Não perdi a oportunidade de chegar até ele, que me olhou sem entender. À bebida faz você fazer coisas que sobria nunca faria.

Lore: Tô cansada, amor. — sento em seu colo, toda molhada e de biquíni. Ele me olha e respira fundo, se segurando ao máximo pra não surtar. Gosto assim.

Trovão: Nós já vai. — falou seco, tava puto, se segurando. Ai, ai. Passo meus braços meus braços pelo seu pescoço e encaro seu rosto. Ele olha pra mim e logo tira o olhar, levando seu baseado que estava entre os seus dedos até a boca e traga, soltando a fumaça para o lado, pra não ir em mim.

Com certeza eu não estava normal, até porque eu não me passaria por isso sóbria, ia ficar só esperando ele, ou se não iria subir sozinha. Mas eu tava querendo mesmo é provocar ele, do mesmo jeito que ele me provoca.

Trovão: Tampa esse bagulho. — fala baixo e me da a camisa dele, que estava em seu ombro, apontando para a parte de baixo do meu biquíni. Olho para os homens e alguns olhavam pra mim e outros não. São safados, e olhe que tô com o trovão aqui, imagina se não. A maioria tem mulher e ficam nessa. Pego a camisa sem relutar e passo pela minha cintura.

É desconfortável ser olhada por todos como se fosse um pedaço de carne, é tão difícil ser mulher.

Trovão: Já vou indo, já é? — fala com os homens. Todos eles concordaram, fizeram toque de mão e ele me manda levantar. Levanto e ele me coloca na sua frente, começando a andar.

Tudo para os homens não olharem pra minha bunda, certeza. Ele pensa que eu não tô ligada na dele.

Mas mesmo assim, agradeço por isso, estava desconfortável em ver isso. Eles estavam com as mulheres deles e não tinha o mínimo de respeito. Algumas viam isso e pagavam de doida, talvez por medo de apanhar ou por medo de perder eles. Sempre assim.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora