06.

20.7K 1K 65
                                    

Trovão ⛈️

Hoje tá um dia maneirão.

Baile tá indo tudo nos conformes. Quadra já tá toda pronta, botei até Orochi pra tocar, comigo é assim, se não for pra fazer o bagulho bom, eu nem faço. Planejei tudo certo, desde a semana que vem. Investi uma grana aqui, mas tenho certeza que o lucro vai ser grande pra caralho.

Rato: Tá ficando foda o baile, Trovão. — olho para ele, que chega perto de mim.

Trovão: Tô ligado. — ele pega o basedo da minha mão — Qual foi, caralho? Faz um pra tu, porra. — falo com ele, puto. Filho da puta, porra.

Rato: Mó preguiça. — pega o isqueiro do bolso e ascende, colocando na boca. Eu olho pra ele e nem enxergo, papo reto.

Trovão: Só não te mato porque tenho dó. — me encosto na parede e pego outro baseado no bolso — Me dá o isqueiro. — ele me dá e eu coloco o baseado entre os lábios. Levo o isqueiro até ele e ascendo, devolvo para ele e trago o cigarro, jogando a fumaça para o alto.

Rato: Ou tu não me mata porque tu me ama? — olho para ele e nego — Fala aí, tu ama teu melhor amigo, né não? — reviro os olhos e olho as pessoas fazendo a arrumação do baile — Responde, pô.

Trovão: Que porra de melhor amigo, bagulho de frango do carai. — olho pra ele — Quem ama cu é rola, agora sai de perto de mim.

Rato: Ai meu monstrão, vai me morder? — traga o cigarro — Gosto que me de tapa na cara também, viu? — fala com uma voz fina.

Trovão: Puta que pariu. — jogo a cabeça pra trás. As vezes eu pergunto o que eu fiz pra merecer isso.

Rato: Dá um sorrisinho pra mim que eu saio. — mando dedo do meio pra ele — Caralho, mané. — olhei pra ele curioso — Agora que eu percebi que nunca vi um sorriso teu. — coloca a mão na boca — Tu tem dente? — nego com a cabeça. Esse puto me tira do sério, papo reto.

Trovão: Vai tomar no cu! — levanto a camisa e tiro a arma da cintura, apontando pra ele. — Vaza, bora! — falo alto.

Rato: Sabe nem brincar. — fez voz de choro e levantou as mãos em rendição — Já tô indo, amor da minha vida. — sai de perto de mim, indo em direção dos vapores. Um dia eu mato, sem brincadeira.

Rato e eu se conhece desde menorzinho. Posso dizer que ele é um parceiro pra todas as horas. Moleque é dahora, me irrita, mas é maneirinho. Às vezes eu até chego pra contar uns bagulho pra ele, mas sempre só o básico. Ele que chega falando da vida toda, se deixar, abre até a perna pra mim, mané. Maltrato o mano pra caralho, mas ele não cansa não, vive no meu pé, loucão.

Quando eu penso que eu vou ter paz, chega meu pai pra me botar trabalho.

Pedra: Tu tá até tomando jeito, tá andando na linha, tô até curtinho teu trabalho. — olha para o baile sendo montado e eu trago o cigarro.

Trovão: Vindo de você é uma surpresa. — falo e ele me olha, cruzando os braços. — Foi mal aí... — coço a cabeça.

Pedra: Retiro tudo que eu disse, por isso tu vai buscar Michele lá na barra. — arruma o fuzil em suas costas.

Trovão: Barra? — pergunto.

Pedra: Caralho, tu é surdo, mané? Sempre repete os bagulho que eu falo. — fala, puto.

Trovão: É pra ter certeza, pô. — me desencosto da parede — E se a pista tiver salgada?

Pedra: Tá não. — encosta na parede ao meu lado — Tu acha o que? Tô a mais de vinte anos nessa vida, sou nascido e criado, acha que eu não ia ver o bagulho? — olho pra ele.

Trovão: Tô ligado. — vejo um menor chegar perto de nós. — Qual foi? — pergunto e jogo o baseado no chão, pisando logo em seguida.

Kaká: Tua mulher tá brigando com Yara, Trovão. Tão caindo no maior pau. — escuto ele falar e jogo a cabeça para trás. Nego com a cabeça e olho pro coroa, que me olhava.

Pedra: Quando eu te falo o bagulho tu não bota fé! — respira fundo. — Vai nós dois e tu vai dar uma lição naquela mandada, ou tu dá, ou eu dou! E quando tu aparecer desfilando pela rua com ela careca, não reclama, porra! — sai de perto de mim, puto. Ele tava bolado.

E eu também, qual foi? Não é nem a primeira e nem a segunda vez no mês que ela faz isso. Meu pai já avisou pra caralho pra mim. E eu falo com essa filha da puta, mas quem disse que ela segue o que eu falo? Papo reto, vai tomar uma porrada e ficar trancada em casa pra aprender!

Saio da quadra que nem um doido, pego minha moto vou em direção ao lugar. Assim que cheguei vejo ela em cima da menina. Caterine dá duas de Yara, a mina tava sem nem como se defender. E tinha uma amiga dela só dando chute em Yara. Pegaram na covardia! Mandei um menor tirar Patricia de lá e fui até Caterine, puxando a mesma pelos cabelos. Assim que ela se virou e viu que era eu, começou a querer crescer pra cima de mim.

Caterine: Me solta, seu filho da puta! — começa a tentar a bater no meu peito, mas eu sou mais rápido e seguro os pulsos dela.

Trovão: Tu se prepara pra surra que tu vai levar! — olho para as pessoas que estavam lá — Bora, vaza todo! — todos começam a se virar para sair e alguns continuam vendo aquilo — BORA, PORRA! — pego minha pistola da cintura e atiro pro alto, vendo todos começarem a sair rápido — Paulinho, leva a mina pro posto e dá toda ajuda que ela precisar — ele assente — Tu Santana, dá uma coça bem dada em Patrícia. — ela me olhou e começa a se debater e negar. Foi na onda dessa vagabunda e se fudeu!

Comecei a puxar Caterine até o meu carro que eu mandei um menor trazer e joguei ela lá. Fechei a porta e olhei para trás, vendo meu pai vindo na minha direção.

Pedra: Espero que essa tenha sido a última vez, se não essa filha da puta tá fodida, e eu não vou querer saber que é tua mulher não! Vai ser cobrada como qualquer outra que estivesse no lugar dela seria. — passa por mim e abre a porta do meu carro. — Tu tá muito fodida, papo reto! — ela olhou pra ele, seu olhar era de medo. E eu fiquei na minha, ele e o chefe faz o que quiser! E na real, ela merece!

Pedra: Deixei passar, mas na próxima tu se prepara. Fique torcendo pra não ter, mas se tiver, tu já tá esperta. — fecha a porta com tudo e vai saindo dali puto.

Outra Dimensão [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora