"É Ela"

99 3 0
                                    

Pov's Mota

Eu precisava desposar alguém, escolher esta pessoa cuidadosamente para que ela fosse bem aceita por Ana Júlia, claro. Kate já estava descartada, jamais a aprovaria. Melhor assim. Ela não levaria nossa união matrimonial como um contrato, levaria como um relacionamento.

Kate era gostosa, boa de cama, mas definitivamente não servia para outra coisa
que não fosse me dar prazer. Eu bem sabia que se enjoasse dela, Kate seria uma presença insuportável.

Eu precisava encontrar alguém, não seria difícil,
mas quem? Alguém que passasse pelos olhos
perscrutadores de minha irmã nåo seria fáci1,
Ana era uma pessoa desconfiada de tudo e de
todos.

Certamente pesquisaria a vida da pessoa que
eu escolheria para ter certeza de que não era uma prostituta ou atriz.

Os dias passaram..

Eu estava em uma sinuca de bico, mas não poderia me desesperar. Primeiro eu tinha que encontrar a pessoa em que Ana Júlia acreditaria para depois pensar em como iria lidar com essa farsa, se contaria a outra pessoa envolvida o plano ou não.

- E então meu amor? Quando iremos nos casar?
Kate disse naquela noite, estávamos em um motel de luxo. Kate estava nua deitada na cama, eu estava trajando um roupão do motel, fumava um cigarro.

- Casar? Do que está falando? - disse com descaso.

- Ora, eu vou me casar com você, não é? Quem mais aceitaria algo como casar com você apenas para você lucrar com um contrato?

- Bem... Eu irei procurar, - ouvi Kate bufar
claramente contrariada por não ser a escolhida.

- Só me dê um motivo para eu não ser a eleita nessa palhaçada, João Pedro.
Como imaginei... Kate iria questionar. Eu senti que iria me aborrecer e isso era algo que eu não queria.

Minha mente tinha que maquinar algo, mas o que?
Quem poderia? Ex-namoradas? Bem... A maioria
estava casada ou noiva ou pior: tinha filhos. Não que não fosse fácil fazê-las se separarem, mas Ana Júlia não iria aprovar eu causar uma separação.
Além disso, minha irmã nunca gostou de minhas antigas namoradas.

Amigas dela? Talvez. Mas Ana era estranha, a maioria de seus amigos eram homens,
quando eram mulheres estas eram lésbicas. Vai
entender!

Parece até que ela estava prevendo o
que iria acontecer, me colocando em uma situação difícil.

O que eu iria fazer? Quem? Alguma desconhecida, com passado limpo, que tivesse algo em comum com Ana Júlia... Eu teria que estar em alerta para não deixar a oporturnidade passar.

Começaria a encontrar a possível pessoa na empresa. Estava fora de cogitação procurar em bares ou festas.

Eu comecei a ficar mais atento, claro que minha
atitude enervou Kate, mas ela não poderia reclamar, ela sabia que ela jamais seria aceita por Ana.

Todas as funcionárias casadas, solteiras,
divorciadas, viúvas... Todas mostravam interesse
por mim. Algumas eram gostosinhas, mas não era preciso ter olho clínico para saber o quão vulgares elas eram.

Não seria fácil encontrar alguém
puritana, nem mesmo nas dependências do prédio.
A desesperança começando a me atingir. De repente
todas as mulheres que me cercavam pareciam putas.

...

- Esta foi à última reunião. Você pode almoçar
agora. - Kate disse.
Ela andava aborrecida por não ter sido escolhida e por ficar claro que eu estava à procura de alguém.
Bem, uma noite de prazer e uma jóia calariam sua boquinha carnuda.

- Não tenho tempo para isso. Tenho alguns contratos
para assinar. - falei categórico enquanto acendiaa
um cigarro, olhava a floresta de prédios pela minha grande janela.

- Mas você precisa comer algo gatinho. Vá
rapidamente ao refeitório. - ela sugeriu e decidi
aceitar. Eu havia apenas bebido uísque.

Caminhei casualmente até o refeitório ignorando os suspiros e murmúrios femininos. Claro que eu ainda estava à procura, mas sinceramente a futilidade parecia habitar em todas, ninguém dali iria me servir.

Olhei para o refeitório com uma quantia
considerável de pessoas e estaquei. Notei Ana Júlia animadamente com una moça.
A moça usava crachá, deveria ser funcionária.

Estranho.. Ana nunca foi de conversar com
funcionárias. Fiquei parado em um corredor
acompanhando a conversa.

A garota parecia um pouco envergonhada, mas minha irmã conversava animadamente com ela.
Quem era aquela garota? De que setor? Seu rosto era conhecido, eu já devo ter visto sua figura em algum lugar, mas não conseguia distingui-la no mar de rostos que via diariamente, principalmente quando
se tratava de mulheres.

A conversa das duas terminou juntamente como
horário do almoço. Fiquei ali analisando aquela camaradagem. A garota seguia para um corredor próximo ao meu. Eu a segui.

O plano se formando.
Ana Júlia a conhecia e parecia gostar dela, ela nāo parecia feia, mas era difícil dizer, eu a via de longe.

Meus pés caminharam mais rapidamente na
tentativa de alcançá-la. Ver seu rosto, saber seu
nome, seu setor, no mínimo. Ela foi a mais próxima na empresa que encontrei, pelo menos assim eu estava pensando. Caminhei mais rápido, ela não havia me percebido atrás dela. Estava quase colado a ela. Ela tropeçou, eu a peguei evitando uma queda.

- Puxa obrigad... - ela começou a virar e me olhou
Eu a vi, vi tudo em seus olhos castanhos, profundos.
Naquele momento desconcertante para ela eu
consegui pensar apenas em algo:
"É ELA! É ELA A ESCOLHIDA!".

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora