- Não.. Não pare... - sussurrou perdida.
Eu me afastei enquanto ria maliciosamente.- Se for uma boa menina hoje e me ajudar terá mais.
- disse e a puxei para beijá-la.Um beijo cheio de vontade que beirava a violência.
Kate sentou-se em meu colo e agarrou fortemente
meu colarinho fazendo-nos aprofundar o beijo.
Tive de afastá-la antes que transássemos ali mesmo.- Kate, gatinha, nós temos muitos afazeres hoje.
Deixemos isso para mais tarde.- Você promete Mota?
- Prometo. Hoje à noite ficaremos juntos. - Kate
abraçou-me radiante.
Estranho.. Eu gostava de ter Kate por perto pelo
prazer que ela me proporcionava, mas quando não estávamos nus sobre o outro eu me incomodava em estar com ela. Afastei Kate de mim e seguimos para minha sala.Eu ainda não havia visto a tal Júlia. Bom.
Se eu a olhasse muito, aquela mulher nada sexy,
eu corria o risco de desistir. Tinha de traçar algo
para me aproximar dela, contava com o fim do
expediente para fazer algo.Meu dia transcorreu normalmente, cheio de tarefas.
Kate estava com um sorriso de orelha a orelha, devia ser pela minha promessa. Mal tive tempo para fazer as refeições, passei o dia em reuniões chatas.- Oi João Pedro. - Ana Júlia entrou em minha sala após a última reunião. Estava radiante, perversamente radiante. Nem me dei ao trabalho de tirar meus olhos da papelada para vê-la.
- Oi Ana. O que quer? - perguntei indiferente.
Ela caminhou e sentou-se em uma poltrona emn
frente a minha mesa.- Hei! Isso não é jeito de falar comigo! - esbravejou.
Eu deveria estar com raiva pela sinuca em que
estava graças a ela, ter de casar com uma derrotada só para agradá-la. Bem, às vezes eu me esquecia de coisas banais como esta e lembrava-me agora que ela e seu marido Pedro eram os únicos familiares que
eu tinha.- Como quer que eu fale? "Olá minha irmä querida"?
- perguntei com deboche.-É um bom começo. E ai? Achou sua futura esposa?
Espero que saiba escolher irmão. Vou investigar a vida dela. - ela disse desafiadora.- Não se preocupe. A candidata escolhida não terá falhas. Não poderá dizer "não" a ela.
- Isso é o que vamos ver. Ah, Pedro vai para a fazenda neste final de semana. Ou melhor, nós vamos. Você vem?
- Não sei. Vou estar ocupado.
- Bom, se você for me avise. Tchau. - Ana Júlia
levantou-se contornando a mesa e beijando-me na bochecha. Eu sorri.Claro que Ana sabia que eu não iria à fazenda. Eu não ia aquele lugar desde a morte de nossa māe.
Mamãe amava a fazenda. Ir até aquele lugar era
motivo de recordações boas e era por isso que
eu não queria ir para lá. Suspirei. Eu odiava ter
lembranças familiares, me deixavam... Vulnerável.Fim de expediente. Kate estava no toalete feminino retocando a maquiagem, iríamos jantar e ir a um motel de luxo.
Sai de minha sala, conversava ao telefone com
um repórter interessado em uma reportagem com minha pessoa. O titulo era "João Pedro Mota, o mais novo empresário do momento".Algo assim. Para mim a revista queria apenas puxar o saco para tirar proveito de meu status.
...
Eu a vi. Seguia para o elevador, devia estar cansada, pois mantinha os olhos fechados enquanto seguia para o elevador de funcionários. Presa fácil.
Continuei falando com Scott, o repórter, enquanto seguia apressado para o elevador.
Aquele elevador năo era utilizado pelos altos
executivos como eu, apenas pela escoria da
empresa.Júlia não me percebeu em primeira instância após entrarmos juntos no elevador. Talvez não fosse bom que percebesse de imediato. Fiquei de frente para a porta ainda falando com o idiota do repórter.
Pronto, nós estávamos no mesmo elevador. O que eu deveria fazer? Puxar assunto? Mas isso era tão atípico de mim! Eu precisava criar uma situação que nos unisse de algum modo, situação em que eu tivesse desculpas para falar com ela.
Encostei-me no fundo do elevador como ela fazia. Júlia fechou os olhos. Foi naquele instante que vi o botão de emergência para parar o elevador.
Era minha única chance, já estávamos chegando ao térreo. Júlia estava distraída então me inclinei rapidamente para frente apertando o botão. O elevador para. Ok agora eu precisava me concentrar. Desliguei o celular e comecei a pensar na encenação. Precisava ficar próximo da garota,
mas...
O que faria? Ah, claustrofobia!-Que droga! Parece que o elevador parou. -
murmurei mexendo meu celular.
Agora precisava desligá-lo de alguma forma... Fingi ligar para Kate enquanto desligava o aparelho.- Kate, o eleva... Alô? Alô? - aparelho desligado.
Agora eu tinha que me aproximar.- Bosta!-murmurei.
Júlia continuava parada, olhando para o chão. Droga, ela não estava reagindo como eu querial Será que isso significava que ela não estava interessada?Não, eu não iria me desesperar! Continuarei com o plano inicial.
- Estamos presos neste elevador. Você teria um
celular para avisar que estamos presos aqui? Meu celular descarregou. - disse.
Finalmente a demente age. Parecia atordoada.- Não eu.. Eu não tenho celular. - murmurou
enquanto caminhava e apertava freneticamente os botoes.
Agora eu ia começar o meu teatro.Júlia continuou:
- Alguém vai perceber que o elevador parou. E
só nós esperarmos um pouco mais e.. - ela dizia
enquanto eu arfava e tombava para frente. Como eu imaginei, Júlia me segurou antes que eu caísse.
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"The contract" Adaptação Moju
FanfictionUm plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Júlia Mara Franco é envolvida em um esquema criado por João Pedro Mota acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Mota precisava casar para poder...