"Oi Amor!"

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Pov's Júlia

O tempo passa, mesmo quando nosso desejo é de
que permaneça estagnado.
Poderiam ter se passado dias, meses ou até anos, eu
não perceberia tal passagem. Ainda sim eu sabia
exatamente quando tempo eu e João tínhamos de namoro: dois meses e quinze dias.

Todos os dias eram um conto de fadas para mim,
mesmo que fizéssemos coisa banais juntos como
um café da manhă, um passeio no parque, almoço em algum restaurante de sua escolha ou quem  sabe um jantar em um ambiente mais opulento. Qualquer coisa ao lado dele era ótima e não sentia o tédio se apoderar de mim por não fazermos algo mais arrojado; Mota parecia compartilhar de minha opinião.

Eu disse tudo sobre mim para ele, cada detalhe
que cheguei a considerar insignificante, detalhes
Pessoais que nunca partilhei com ninguém. Pouco soube a seu respeito, ele não era de falar sobre sua pessoa, mas não me importei com isso. Claro que Bela e Duda estavam desconfiadas das
mudanças que se operavam em mim durante esses mais de dois meses, elas notavam o quanto eu parecia estar sempre feliz mesmo que a quantia de trabalhos em minha mesa fosse grande.

Por fim contei às duas que estava acontecendo comigo, meu envolvimento com João Pedro, não tinha como esconder delas por muito tempo. Bela ficou radiante, mas senti uma pontada de inveja em suas palavras. Dei de ombros. Se estivesse em seu lugar também
sentiria inveja.

Duda parecia feliz por mim e todos os dias eu
relatava as duas o que acontecia entre mim e
Meu novo namorado, elas ficavam em júbilo por isso. Embora eu fosse sua namorada não havia troca de intimidade em frente a todos, Mota dizia que era importante sermos discretos e acatei seu pedido. Ele não havia até agora me apresentado a sua família como sua namorada, mas não me importei. Eu não me importava com nada, nem mesmo se soubesse que
eu era só um passatempo.

Ao menos eu o tinha em meus braços e isso bastava. Aquela era uma manhă feliz de domingo. Eu e João Pedro estávamos completando três meses de namoro e o mesmo prometera a mim que iria me apresentar a sua
irmă Ana Júlia e ao cunhado Pedro. Eu não havia exigido tal coisa dele, claro que não! Ainda sim, na noite anterior, quando disse que iríamos jantar com sua família, eu fiquei radiante, estava radiante até agora. Essa era a prova de que eu não era um passatempo.

Acordei bem cedo com o intuito de arrumar meu apartamento, andava tão desleizada com a limpeza e organização que o local estava quase inabitável. Em parte decidi limpá-lo por que precisava me distrair com algo, estava tensa com o jantar com os familiares de meu namorado. Uma bobagem, eu sabia. Coloquei
uma música agitada em meu som, peguei os
produtos de limpeza, vesti apenas uma camisa velha e comecei o serviço.

De fato a limpeza ajudou-me a relaxar e acredito que estaria completamente relaxada até o anoitecer se meu celular não tivesse tocado.

- Droga! - resmunguei tirando as luvas de látex
e correndo, suja de sabão, até a sala onde havia
deixado meu celular. O atendi num átimo.

Alô? - perguntei ofegante.

- Não acredito! Você não consegue ainda reconhecer o número de celular do seu próprio namorado? Amor, assim você me deixa triste. - João disse do outro lado da linha, podia ouvir seu riso.

- Oi amor!- cumprimentei radiante. - Perdão eu
atendi tão rapidamente que não chequei quem
poderia ser. - sentei no braço do sofá, um sorriso que não conseguia retirar de meu rosto.

Bom dia amor. Não me diga que acordei você? - perguntou, sua voz parecia preocupada.

-Não. Acordei cedo e estou limpando o apartamento.

- Amor, importa-se se eu aparecer agora?- João
perguntou. Eu estaquei.

- Não, claro que não, mas... Pensei que só nos
veríamos ao anoitecer quando você viesse me
buscar para o jantar com sua família. Por um acaso o jantar foi cancelado?

- Não meu amor, não é isso. Tenho algo importante para conversar com você e... Bom... Acho que seria melhor falar antes do jantar. Posso ir até ai? - uma súbita
tensão tomou meu corpo. O que ele gostaria de
conversar comigo?

- Claro. Eu vou me arrumar, espero por você
aqui. Então até mais meu amor. Estou ansioso para vë-la. - Mota disse e me senti derreter. Ainda custava a acreditar que o mesmo me dizia tais coisas.

-Até mais. - desligueie me dirigi rapidamente para o banheiro, precisava estar de banho tomado e vestida quando ele chegasse.
Enquanto me ocupava em lavar meu cabelo, mil
especulações passaram em minha cabeça. O que
João queria falar comigo? Eu não conseguia pensar em algo bom. Senti um arrepio perpassar meu corpo quando minha primeira sugestão do motivo da conversa fosse o término do nosso namoro.

Tentei espantar logo tal pensamento sombrio. Se fosse terminar comigo ele não me trataria
tão carinhosamente ao telefone como sempre faz. Cansada de minhas próprias especulações, terminei meu banho e fui ao meu quarto vestir algo. Eu estava secando meus cabelos com uma toalha, após vestir uma calça jeans e uma camisa branca, quando a campainha tocou.

- Droga! - corri até a porta e a atendi. João Pedro estava lá de pé, lindo como sempre.
Era impressionante como eu ainda perdia a fala ao ve-lo. Ele me olhou de cima a baixo e sorriu.

- Bom dia. - disse dando-me um selinho antes
de adentrar completamente meu apartamento.
Sentou-se no sofá.

- Desculpe, não consegui terminar de me arrumar, devo estar horrenda! - reclamei caminhando para o corredor que me levaria a meu quarto - Vou terminar de me arrumar e já volto. - disse, mas ao chegar à entrada do corredor, próximo ao sofá, João puxou-me pelo braço e me fez sentar em seu colo.

- Não seja boba. Está linda como em qualquer
outro dia. - seus braços envolveram minha cintura puxando-me para mais perto do meu peito.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora