"Eu estou muito decepcionada com você"

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- JOÃO PEDRO! - Ana Júlia gritou. Ótimo.

- Hmmm eu acho que vou esperá lo no estacionamento. - Kate murmurou e seguiu toda cheia de pose para fora, ignorando o olhar de ódio que Ana lhe desferiu. Ela lançou, após a saída de Kate, seu ódio para mim.

- SEU DESGRAÇADO!

- Boa tarde Ana Júlia! É bom vê-la após dois meses. Como foi na África? - perguntei cheio de deboche sentando-me na poltrona.

- Eu estava conversando com a Júlia. Ela tá um lixo! Nunca a vi mais deprimida. João Pedro, eu sabia que você era ganancioso, mas esperava que deixasse isso de lado para dar a ela algo mais que tristeza.

- Olha Ana Júlia não me vem com sermão não!
- Você sabia que isso iria acontecer, deveria ter contado a verdade. Por que não contou? lancei para ela um olhar de acusação. Ela tinha a sua parcela de culpa na história. Ela calou se e fitou o chão.

- Eu esperava que você não cometesse o mesmo erro do nosso pai. Você viu como nossa mãe sofreu e odiou nosso pai por isso. E agora age como ele agiu. Eu estou muito decepcionada com você. - ela murmurou. A veracidade em suas palavras me deprimiu.

- Você não é a única. Tem muita gente decepcionada comigo, até eu mesmo - levantei - Eu tenho trabalho.

- Jantar na minha casa as oito. Leve-a, não custa nada. - os olhos de minha irmã pediam. Eu concordei.

- Estarei lá e Júlia estará comigo - disse enquanto saia.

...

Eu estava avoado, nada que alguém percebesse. Pensei no jantar, em convidar Júlia e comprar algo bonito para ela usar. Um pouco de felicidade nao faria mal aos dois. Após o almoço, deixei Kate na empresa. Ela me fez perguntas, para onde eu iria. Disse que iria para casa rapidamente. Ela sabia que eu estava mentindo, mas nada disse. Fui a uma boutique cara, comprei um vestido azul até os joelhos para Júlia e sapatos brancos.

Ela não era nada vaidosa, mas certamente iria gostar do meu presente. Procurei esconder os embrulhos no carro. Se Kate visse e soubesse que era para Júlia ela iria me infernizar.

Mais trabalho. Será que o dia seria tão atarefado? E foi. Fiz tudo sentindo a impaciência me tomar. Eu não via Júlia desde manhã, queria logo contar a ela que iríamos jantar com Ana Júlia. Provavelmente Minha irmã já havia dito, mas ela deveria estar pensando que eu não a levaria.

"Ela vai ficar contente. Desde o casamento eu nunca a presenteei ou a levei para algum lugar." e era verdade.

Franco não fazia questão de presentes, mas eu sabia que desejava sair comigo. Algumas vezes sai para eventos promovidos pela empresa. Ela, como minha esposa, deveria me acompanhar e ela sabia disso. Ela jogava indiretas, desesperada para que eu a levasse, mas eu não levei e fui ríspido. Eu poderia compensar agora, ou talvez compensá la mais vezes. Não ia tirar o pedaço se eu passeasse com ela.

E Kate veio até mim ao final do expediente toda risonha.

- Vamos para o meu apartamento amor? - ela perguntou abraçando-me. Eu a beijei rapidamente sem nenhuma vontade.

- Tenho um jantar com Ana Júlia. Depois. - disse afastando-a de mim já seguindo para o estacionamento.

Já eram sete horas. Olhei para o espaço que Franco ocupa, mas não havia ninguém lá. Estranho. Geralmente ela me espera. Enquanto seguia para o estacionamento eu olhei todos os cantos, mas não a encontrei.

"Será que foi para casa? Geralmente ela me espera. Uma das poucas coisas que faço por ela é levá la e trazê-la do trabalho. Liguei para o seu celular, algo que nunca fiz até então. Ninguém atendeu.

"Deve ter ido para casa." pensei e rapidamente entrei no carro.

Rapidamente cheguei ao meu apartamento.

A primeira coisa que estranhei é que o apartamento estava em silêncio. Procurei pelas empregadas, mas não as encontrei.

"Devem ter ido embora." segui para o quarto de Júlia, deveria estar lá.

Em minhas mãos o que comprei para ela. Sorri em antecipação ao sorriso dela. Abri a porta.

Júlia - chamei procurando não demonstrar muito entusiasmo. Eu não poderia esquecer de agir com frieza, mesmo quando meu estado de espírito era diferente.

Quando a vi entrei em choque.

Subia o zíper de uma de suas botas de cano médio. Os cabelos castanhos e lisos e presos num rabo de cavalo. Estava maquiada, muito bem maquiada, algo incomum. Usava uma saia preta de pregas e uma camisa branca de mangas compridas colada ao corpo. Ela me ignorou enquanto ainda calçava a bota.

Eu não sabia o que pensar, eu nunca a vi com roupas tao ousadas antes, Ela ficou ereta e virou se para me olhar. Seu olhar era diferente, morto. Nunca a vi lançar um olhar tao indiferente.

- Então Ana Júlia deve ter falado do jantar, mas não acho que deveria ir com estas roupas. É inadequado - resmunguei, mas verdade seja dita eu não estava incomodado com as roupas, mas com o que elas provocavam em mim. Excitação.

Ela veio caminhando em minha direção e parou a centímetros de mim. Inclinou se e aproximou seus lábios dos meus. Sussurrou.

- Aproveite o jantar - disse e senti um arrepio perpassar todo o meu corpo. Eu fiquei paralisado enquanto ela passava por mim. Só consegui me mexer quando ouvi a porta da sala ser ruidosamente fechada.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora