- Não vou dizer algo assim. Não vou conseguir. - balbuciei. Vi Duda sorrir.
- Vai mudar de ideia quando ouvir a gritaria dela. Ela está realmente agitada com a notícia.
- Imagino. Eu vou ligar para ela assim que eu chegar a minha mesa. Acho que meu celular deve ter descarregado para eu não ter ouvido. - olhei o relógio. Nosso horário de almoço acabara. Eu me despedi de Duda e fui trabalhar ciente e que eu tinha MUITA coisa para fazer.
Meu celular de fato estava descarregado em minha bolsa. Eu o coloquei para carregar e o liguei, havia varias ligações de Bela
Eu não liguei para ela, mandei apenas uma mensagem. Prontamente Izabela ligou. Não atendi. Ao invés disso estabeleci uma conversa por mensagem. A mesma estava puta comigo e queria me ver. Tentei dissuadí-la a um encontro hoje alegando cansaço, mas ela não me deu muito espaço.
Nós iríamos nos encontrar após meu expediente em um barzinho ao lado da empresa em que ela trabalhava. Eu estava absurdamente cansada, mas não poderia dizer não. Quando ela queria algo era difícil negar a ela.
"Vamos lá Júlia, acabe logo com isso!" pensei.
Bloqueei o celular após confirmar que iria. Eu o deixei carregando em cima da minha mesa e voltei ao meu trabalho.
Cansaço, muito cansaço.
Fim do expediente. Eu estava o bagaço. Desde que Bela foi demitida meu trabalho como contadora cresceu muito. Tentando ficar acordada, eu desliguei meu computador e recolhi meus pertences. Olhei o relógio do meu celular enquanto o desconectava do carregador. Ela certamente estava me esperando
Agradeci por não ter trazido a moto, eu não estava em condições de dirigir. A única coisa que faltava era comunicar a Mota sobre os meus planos para aquela noite. Eu já imaginava seu aborrecimento, visto que recusei seu convite de sair para jantar.
Levantei da cadeira e tive que me segurar para não cair, eu estava tão cansada que me manter ereta parecia um grande sacrifício. Peguei minha bolsa e segui para fora do meu cubículo. Meu celular soava indicando uma nova mensagem. Eu o peguei eli a mensagem de Bela me ameaçado de morte caso eu não fosse ao encontro. Sorri.
Respondi que estava a caminho. Fui até o corredor que me levaria à sala de João Pedro. Cambaleante, olhei para o chão enquanto caminhava o que agravou ainda mais o cansaço de meus olhos. Um tropeço e meu corpo foi para frente. Eu teria ido ao chão se braços nao tivessem me amparado. Eu reconheci o cheiro e o calor antes mesmo de ouvir sua voz.
- JÚLIA! VOCÊ ESTÁ Bem? - perguntou me firmando de pé. Eu encontrei os olhos cor de mel me fitando com preocupação.
- Eu estou bem eu só... - murmurei tentando me fazer entender.
- Eu não imaginei que você ficaria tão cansada. Deve ser por que você não dormiu bem. Vamos para casa. - ele disse segurando minha mão e guiando-me para caminhar até o elevador.
- Eu não irei para casa. - disse e João Pedro parou num solavanco.
- Por que Não? - perguntou surpreso e levemente irritado.
- Bela descobriu que reatamos e está me cobrando um encontro. Se eu nao for ela vai me azucrinar. Eu vou me encontrar em um barzinho próximo a empresa que ela trabalha.
Entramos no elevador executivo. João segurou minha mão. O rosto mostrava sua tensão.
- Eu posso ir com VOCÊ? - pediu. Suspirei pesadamente.
- Izabela não gosta de você. Melhor não. - o vi sacudir a cabeça em negativa.
- Júlia eu... - o mesmo começou.
- Olha, eu não vou demorar. Eu vou conversar com ela por alguns minutos e vou para casa.
- Acho uma bobagem isso. Você está cansada, deveria ir para casa descansar.
Estava claro para mim que João Pedro me tentava dissuadir de sair. Ele queria ficar comigo, suas atitudes amorosas sempre me surpreendiam.
Eu até o ouviria, mas se cancelasse eu não dormiria hoje. Izabela iria me atormentar. A fim de ter uma boa noite de sono preciso logo contar a ela minha versão dos fatos. Após conversar com ela irei de táxi para casa.
Mota fechou os olhos e com a mão livre colocou os dedos em suas têmporas.
- Vou levá la ao lugar. Não aceitarei sua negativa. - falou com convicção.
Eu não queria que ele me levasse, mas também
não queria discutir. Com os lábios franzidos pelo desgosto, balancei a cabeça para cima e para baixo em afirmaçao. O rosto dele suavizou se ante meu comportamento quase simpático.- Eu a levo e posso buscá la. Se você quiser eu posso até ficar em algum lugar nas proximidades assim quando você acabar de falar com sua amiga eu irei...
- Nem pensar João Pedro. Você me deixa lá e vai para casa. Ponto. - fui incisiva.
Ele certamente não gostou, ele não gostava quando as coisas nao eram do seu jeito, mas não disse nada.
Logo estávamos em seu carro. João dirigiu em silêncio até o barzinho onde Izabela me esperava. De fato o lugar era ao lado da empresa, devia ser o point onde os funcionários se encontravam ao final do dia. Naquele momento me ocorreu que eu poderia encontrar Leonardo. Era bem verdade que eu sugeri a ele mantermos contato, mas eu não estava preparada para encontrá-lo.
Após estacionar em frente do lugar João Pedro suspirou pesadamente. Recostou se em seu banco e olhou para frente. Eu o encarei sem entender o seu mal humor. Só por que nós estávamos juntos não significa que tudo seria como ele quer e que eu deixaria de ver meus amigos.
- Por que esse aborrecimento? Eu não entendo. - após ouvir minhas palavras Mota se dignou a olhar para mim. - Não vou deixar de viver a minha vida por que você quer. Eu não serei mais aquela Júlia que tinha você como o centro do mundo. - meu tom de voz era calmo, bem diferente do normal. Eu não queria que ele achasse que eu estava sendo grosseira.
Pelo medo como ele me olhava ele interpretou minhas palavras exatamente como eu queria.
- Eu sou o pior, você sabe. Tenho muitas características que me classificam como um ser desprezível ou pelo menos eu tinha tais características. Se têm algo que não mudou em mim é o meu egoísmo. E, embora ele esteja sempre presente, não é ele que está se manifestando agora.
- Então quem seria? Essa sua nova pessoa eu não conheço. - falei com sarcasmo, mas me contive ao ver a expressão do mesmo, era um misto de preocupação e tristeza.
- Leonardo está aí? - perguntou.
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"The contract" Adaptação Moju
Hayran KurguUm plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Júlia Mara Franco é envolvida em um esquema criado por João Pedro Mota acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Mota precisava casar para poder...