"Ela Me Deixava Vulnerável"

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- Eu não acreditava nisso, até que vi você na
empresa há dois anos. Depois disso passei a
acreditar. - murmurei incapaz de desviar meus
olhos dos dele. Mota tinha um sorriso mais acentuado agora.

- Bom, muito bom. Então eu tenho sorte. Eu
realmente não queria esperar ter que te conquistar. - falou aos sussurros, seu hálito fresco em meus lábios, eu quase podia sentir o sabor..

-Júlia?

- O que?- perguntei, entorpecida.

-Quer namorar comigo?

Eu estaquei. Antes de pensar em algo, antes
de novamente ser tomada pelas dúvidas pelo
comportamento estranho de João Pedro. Ele me beijou de um jeito muito mais intenso, muito mais persuasivo que ontem. Eu estava caindo...Caindo... Eu estava
em um precipício.
Quando João deixou meus lábios,
as mãos em minha cintura enquanto minhas mãos descansavam flácidas em seu peito, eu sussurrei.

- Sim.
Nada mais foi dito aquela noite.

Pov's Mota

Enquanto eu dirigia, Júlia tinha os olhos fixos em
qualquer parte do carro.. Menos em mim. Aquilo
me deixou surpreso por que geralmente minhas
companhias femininas não tiravam os olhos de mim
e sua boca do meu.. Melhor não pensar muito nesse
tipo de coisa. Perguntei-me se Júlia poderia ser uma "Maria gasolina".. Ela só olhava o carro! Eu tinha que quebrar aquele clima incômodo.

Costumo, com
mulheres mais interessantes, quebrar a timidez
colocando minha măo em sua coxa, não que eu fosse
fazer isso com Júlia.

Quando eu vi ela esperando-me no estacionamento
acreditei que a batalha já estava ganha, mas agora,
vendo-a tão calada, fiquei confuso. Será que ela não
tinha gostado do beijo? Talvez fosse lésbica, isso
explicaria muita coisa. Mas se era assim.. Por que
ela tinha aceitado a carona comigo?

- Então.. Perdoe-me pelo que fiz. - disse esperando
que assimo clima melhorasse, mas Júlia continuou
como um zumbi ao meu lado, isso me enervou.
O que essa garota queria? Ela me pareceu mais e
mais uma péssima escolha. Quando estacionei o
carro em frente ao seu prédio eu soube que iria correr, não correu. Isso me surpreendeu e me
deixou esperançoso de que a garota fosse ceder. Ela
continuou ali parada e calada no banco do carona.
Ok, eu ia ter que ter muita paciência com aquela
ameba com pernas.

- Eu acho que deixei sua vida uma bagunça, não
é? Desculpe-me por isso. Não era minha intenção te prejudicar, mas.. Se eu deixasse para lá eu teria problemas. Deixar essa oportunidade passar seria um erro. - e certamente seria, um erro de milhares de dólares - Agora.. - eu ergui minha mão e toquei em sua bochecha. Tenho que admitir que a pele dela era macia e não tinha aqueles quilos de maquiagem que mais pareciam reboco na cara. - Me diga uma
coisa:

- por que está assim tão assustada, tensa? - eu
estava curioso, tinha que admitir.
Ela era sem dúvida a mulher mais estranha com
quem já lidei. Uma incógnita na forma de mulher.
Eu não entendia suas ações, nunca! Júlia abaixou a cabeça e a torrente de palavras me surpreendeu.

- Eu não sirvo pra você. Eu não sou o seu tipo. Eu
não entendo como, de repente, você passou a se
interessar por mim. Eu não estou assustada, eu
estou confusa. - ela disse sem olhar para mim.
Afastei-me dela e olhei para o pára-brisa, na calçada
una mulher muito gostosa caminhava e, ao me
notar, piscou para mim. Eu tive que dar atenção
aquela coisa gostosa, eu me perguntei se Júlia
perceberia eu tirando meu cehlar para tirar uma
foto da loira gostosa.

Espere, Júlia tinha dito algo pra mim e eu tinha que responder.
Eu pensei que seria fácil lidar com ela, mas lá estava ela desvendando tudo. Ela sabia que ela não era adequada para mim e estava me questionando. Eu ia ter que ser um ótimo ator agora.

- Eu entendo sua desconfiança. De fato é estranho alguém como eu estar interessado em alguém com você. era muito mais do que estranho, era bizarro. - Um sonho para ela e um pesadelo para mim. - Mas isso é estranho para os outros, Júlia, não pra mim.

Pronto, atuação digna de Oscar. Júlia virou-se e
me olhou, os olhos com certa emoção. Aquilo me
deixou um pouco vunerável. Ela era a única que me deixava vulnerável, humano... E eu odiava isso. Eu iria inventar um compromisso e me desfazer logo dela, não estava sendo saudável ficar próximo a ela.

Para a minha surpresa, Júlia reagiu. Pegou-me pelo colarinhoe puxou-me para beijá-la.
Eu fiquei tão em choque por sua atitude que
passamos algum tempo apenas com os lábios
colados. Parece que ela não era experiente no
quesito beijo, então o papai aqui teria de fazer
tudo.

Coloquei uma mão em sua nuca, afastando
os cabelos do lugar, puxando seu rosto para mim
enquanto outra mão envolvia sua cintura. A
princíipio eu apenas mantive meus lábios nos seus, roçando-os, mas sentia necessidade de aprofundar o beijo. Por que fiz isso? Por que essa ånsia em explorar aquela boca? Simples: por que a boca, assim como tudo nela, era virginal.

Eu adorava virgens, saber que eu era seu primeiro e que ela sempre me usaria como referência quando estivesse
com outro.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora