"Eu não tinha nada com Mota"

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- Bom dia meninas! - eu as cumprimentei cordialmente.

- Bom dia Júlia. - elas falaram em uníssono.

Avistei João Pedro me olhando dos pés a cabeça, a cara com uma carranca horrível.

- Bom dia João Pedro. eu o cumprimentei educadamente, algo que desenvolvi desde que me desapeguei dele. Peguei uma fruta de cima da mesa.

- Por que você não se senta e toma o café? - ele perguntou amuado.

- Eu vou comer a caminho do trabalho. - disse seguindo para a porta.

- Você tem tempo de folga para comer. Magdalena fez um café da manhã impecável. - não era a primeira vez que Ele tentava me convencer a passar algum tempo com ele. Eu inicialmente mostrava apenas meu aborrecimento por seus pedidos silenciosos, mas ultimamente eu apenas o olhava serenamente e seguia meu caminho.

- Eu tenho um compromisso antes do trabalho.  Tenha um bom dia,João Pedro

Disse seguindo para a saída. No elevador eu suspirei. Não iria demorar até eu sair da casa dele, eu já havia comunicado a Izabela que logo voltaria a minha antiga casa. Peguei na bolsa as chaves da minha moto (adquirida há uma semana) e segui para o estacionamento.

Por algum motivo lembrei-me de quando Mota viu a moto pela primeira vez. Ele olhou assustado para a moto quando viu que eu montava nela. Não fez perguntas nem nada, mas passou a me olhar todo mal humorado quando me vê montado na moto.

Coloquei o capacete e uma jaqueta de couro bege por cima do blazer. Rapidamente peguei a avenida, mas não em direção a empresa. Eu ainda tinha tempo de sobra e um compromisso inadiável. Fui em direçao a uma confeitaria simples que ficava próxima ao apartamento.

Ele já estava lá, reconheci de imediato a sua moto estacionada no meio fio. Estacionei ao seu lado e desci rapidamente.

- Está atrasada moça. - ele disse risonho. Levantou se da mesa em que estava sentado e veio me abraçar.

Eu o abracei fortemente feliz por estar naquele lugar, no círculo dos seus braços. Ah, como era bom encontrar amor! Uma pena que o amor no meu caso só era encontrado quando eu deixava a casa que vivia, mas logo isso iria mudar. Afastei me e o beijei com vontade.

- Bom dia amor. - murmurei entre seus lábios. Leo se afastou minimamente de mim.

- Vamos ao café? - pegou minha mão conduzindo-me a mesa que ele escolheu. Chamou uma atendente que nos ofereceu um cardápio.

Escolhi a primeira coisa que vi e Léo, com preguiça de analisar a comida ofertada, pediu o mesmo.

- Como foi a sua noite? - perguntou.

- Foi ótima! - sorri. Ele fez uma careta.

- Nessas horas você diz que a noite foi péssima porque você estava ao lado daquele prego do João Pedro. Se falar que a noite foi ótima eu começarei a pensar que vocês se reconciliaram.

Fechei a cara. Eu sabia que era brincadeira, mas não gostava dessas brincadeiras em que Leonardo insinuava que João Pedro e eu tínhamos algo. Ele notou que eu não curti o gracejo e tratou de se recuperar.

- Foi mau amor. É que, você sabe, eu não gosto muito da idéia de você vivendo com aquele cara e...

- É provisório. Izabela está procurando um lugar para ficar.

- Bela já está nessa procura tem um tempo. Você deveria enxotá la da sua casa.

- Amor... - murmurei risonha. Ergui minha mão e q acariciei no rosto. Ele beijou a palma.

- Paciência. Eu vou resolver isso logo. Agora vamos tomar o café. - disse olhando a atendente trazer nossos pedidos.

Minha vida dera uma guinada para melhor. Tudo aconteceu tão rápido que era difícil descrever com detalhes o que aconteceu. Fui humilhada por João Pedro no evento em que fui para fingir ser sua esposa. Eu o ignorei por uma semana. Léo voltou de uma viagem e confidenciou que me amava. Eu o evitei por uma semana sem saber o que fazer e, após
os sete dias, fiquei com ele. No início pensava em João Pedro quando o beijava, mas com o tempo, felizmente, eu vi Leonardo ali comigo. Nós estávamos namorando há um mês (Léo diz que nosso namoro começou com o nosso primeiro beijo).

Não era traição, eu não tinha nada com Mota. Embora fossemos casados no papel, nunca tivemos uma relaçao de marido e mulher. E eu estava feliz. Léo tinha uma luz própria e me fazia deixar de lado tudo, inclusive João Pedro. Eu havia perdido inclusive a vontade de olhar torto para ele, xingá lo e amaldiçoá lo como antes.

Essa deveria ser a maior prova de que eu estava me curando. Leonardo... No início ele era um refúgio para a minha dor, mas agora...

- Bom dia Jú! - Bela me cumprimentou radiante.

- Bom dia uma pinóia! Eu preciso do meu apartamento. Léo está me pressionando. resmunguei. - Bela fez cara de choro.

- Ah amiga, só mais um tempinho! - ela se ajoelhou diante de mim e juntou as maos.

- Tá Bela agora volta ao trabalho. - disse rindo.

Agora eu vivia bem humorada. Minhas amigas sabiam do motivo, claro, afinal o encontro com os casais era tradição nos fins de semana. Eu e Léo estávamos namorando.

- Olha lá, o Mota! - Izabela murmurou. - Não olhei. Aquela vaca da Kate está sempre olhando para você como se quisesse matá la. E o Jp também está olhando para você e...

- Izabela, eu não quero saber, tá legal? - disse azeda enquanto ligava meu computador.

- Ok. Novo assunto: barzinho com os casais fenomenais. Topa? Léo certamente vai querer ir.

- Se ele for eu vou. Só espero não estar muito cansada no final do dia.

Às vezes, devido a minha vida dupla de trabalho e diversão, sobrava trabalho a ser feito. Por vezes dormi tarde trabalhando em casa. Não reclamava, era bom manter mente ocupada.

Trabalhei com afinco querendo que a noite chegasse e eu me encontrasse com Leo, o homem por quem eu era apaixonada.
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(Kkkkkkk tadinha gente alguém avisa??)

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora