"Eu Sou Tao Desinteressante"

74 2 0
                                    

- Bem eu.. João... Senhor Mota esse... Eu não
vou poder pagara minha parte. sibilou. Eu sorri,
Pobre era uma desgraça mesmo!

- Você é minha convidada. Claro que serei eu a pagar seu consumo aqui. - pensei que ela iria desfazer
aquela cara de espanto quando me ofereci a pagar a conta, mas ela continuava apavorada.

- Não posso aceitar! Tudo aqui é muito caro senhor...

- Me chame de João Pedro, por favor. - virei-me para Sebastian. - Uma garrafa de seu melhor vinho tinto. Eu não desejo comer nada, mas a senhorita
certamente deseja. Diga-me Júlia, o que deseja
comer?-perguntei.

- Bem eu.. Eu quero algo bem leve e que não seja
uma comida esquisita. - que coisa tosca de se dizer. Essa garota era uma coisa!

- Então recomendo um salmão grelhado com
molho de menta para a senhorita. Um prato leve e saboroso. - Sebastian disse segurando uma risada assim como eu.

- Parece sem jeito com este ambiente. Perdão. Eu
deveria ter escolhido um restaurante enm que você pudesse se sentir bem. - disse só para que ela não tivesse a impressão errada de mim.

- Não se preocupe João Pedro. Não me importo. Então..
Não vai comer nada? Deveria comer se não comeu até agora.

- Estou sem fome. Beberei apenas vinho. Me
acompanhará? - a imaginei bebendo e o que
poderíamos fazer. Eu poderia embebedá-la e levá-la para a cama. Após transarmos eu poderia inventar que era muito religioso e que precisávamos casar.

Não, ia ser algo muito idiota. Além do que eu havia prometido que, por mais que casássemos, eu não iria tocar em Júlia

- Eu não bebo.- falou. Eu bem que esperava uma
resposta assim.

- Abra uma exceção agora. Eu não gosto de beber
sozinho. Não se preocupe. Você não ficará bêbada. -
insisti não para seduzi-la, mas por que odiava beber sozinho.

- Tudo bem. - ela concordou e logo estávamos
degustando de nossa taça de vinho.
Eu não conseguia tirar os olhos dela, precisava
planejar meu próximo passo e tinha de ser
cauteloso. Júlia não era como as outras mulheres.

- João Pedro, por que me convidou para jantar? -
perguntou subitamente. Eu estaquei. Não imaginava que ela seria tão direta. Cada vez mais diferente das mulheres com que eu costumo lidar.

- Não sabe? - perguntei enquanto servia o vinho.
Ela apenas apressou as coisas para mim. Que bom, já estava cansado de perder tempo.

- Não. Pode me explicar? Ainda é por se sentir grato por ontem?
Hmmm.. Ela era perceptiva. Eu teria que ter
cuidado com ela.

- Não Júlia. Não é apenas por isso. Como posso
explicar..Hmmm.. - como eu iria explicar para ela meu súbito interesse. Bom eu poderia dizer "Júlia quero ganhar grana as suas custas!". Será que sendo sincero eu melhoraria as coisas para nós dois?

- O que?- ela perguntou bem no momento em que sua comida veio. Ela pareceu desapontada.
Mais tempo para pensar. Pensar em como dizer algo como "eu estou apaixonado por você" sem vomitar.
Ela seria certamente a garota mais sem graça com quem eu já me envolvi. Eu só não esperava sujar minha lista de mulheres deslumbrantes que peguei com ela de forma permanente.

"Olha como ela come! Parece uma caipira tentando não fazer feio! Está até usando os talheres de salada para comer peixe. Que coisa deprimente!"-
pensei enquanto sorvia meu vinho. De uma coisa eu estava certo: eu não iria levá-la a nenhum evento empresarial na minha companhia.

Após comer tudo como a esfomeada que devia ser, servi vinho para Júlia. Murmurou um "obrigado" e continuou a beber sem tocar no assunto.- Então, retomemos ao assunto em foco. - disse e me servi de mais uma taça da garrafa de vinho.

- Você queria saber o porquê de eu convidá-la para almoçar, não é?

- Sim. - disse tão baixo que quase não ouvi.

- Serei direto, Júlia . Não é de o meu feitio enrolar. - falei. Eu queria encurtar toda essa história e me livrar logo da companhia dela.

- E o que tem para me dizer? Não consigo imaginar o que. Vai me demitir ou algo assim? - eu sorri.

Como alguém pode ser tão burro e não perceber
que tenho interesses sexuais? Bom, não exatamente
interesse sexual. A útima coisa que quero é me
deitar com ela. Porém eu fingia estar interessado, alguém mais perceptivo teria notado.

- Claro que não! Eu não demitiria alguém que tanto me fascina desde o dia em que impedi você de cair no corredor. - credo, como estava me custando dizer isso!

O rosto dela mostrou choque. Claro, ela não
esperava que um cara como eu dissesse que sente
fascínio por ela. Ela não tinha isso nem nos seus
sonhos mais otimistas.

- Mentira... - murmurou.

- Acha que estou mentindo? Por que mentiria pra você?

- Não sei João Pedro, mas acho difícil de acreditar que eu fascine você. Eu sou tão desinteressante! Eu... - fiz
sinal para o funcionário. Eu tinha que me conter
para não disparar a verdade e dizer algo como
"realmente eu devo ter fumado pedras de crack para mostrar interesse por vocêl".

- Sim senhor Mota?

-A conta. - retirei meu cartão com a gorjeta. - Sua
gorjeta.- disse aporntando para as notas. Sebastian saiu satisfeito.
Bem como eu imaginava do momento em que
saímos do restaurante até a empresa, Júlia
emudeceu.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora