"Boa noite princesa"

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Maratona = (6/15)

Leonardo nos guiou até o centro do salão próximo de Gustavo, Bela, Duda e Gabriel e começamos a dançar. A princípio fiquei dura como um pedaço de pau sem saber onde eu deveria colocar a mão.

Leo riu de mim, lógico, e colocou minhas mãos em seus ombros. Suas mãos enlaçaram me pela cintura puxando-me para mais perto. Rubra, virei meu rosto para o outro lado.

Até então eu nunca estive tão próxima de um homem, que não fosse João Pedro, sóbria. Balançamos para lá e para cá.

- Você dança bem. - ele disse.

- Obrigada pelo incentivo, mas sei que sou um horror dançando. Não levo jeito para a coisa. -  comentei vermelha como um pimentão.

- Pra mim você está dançando bem. - ele disse e arriscou me rodopiar.

Felizmente seu ato não nos derrubou. Voltamos à posiçao original dançando bem próximos um do outro.

- Eu sei que estou atrasado, mas lembra-se da festa na casa da Izabela?

- Lembro sim e eu não tenho que perdoar nada. Você nao fez nada. - disse.

- Tudo bem então. É que eu sou assim mesmo, quando estou pensando algo ponho para fora. Não meço as consequências do que digo. - Leonardo dizia enquanto dançávamos. Dei de ombros.

- Acho que prefiro alguém como você, que diz o que pensa.

- Que bom por que eu sou muito impulsivo. Então será que posso me redimir pela minha falta daquele dia?

- Ei, não precisa se redimir de nada.

- Mas eu quero. E não aceitarei uma negativa sua. - disse ente risos. Bufei.

- Vejo que não adianta dizer não então como pensa em se redimir? - perguntei curiosa com o rumo de nossa conversa.

- Pensei em um jantar, algo assim. O que você quiser.

- Que tal um cinema? Faz tempo que não vou e tem um filme que quero assistir. - disse e infelizmente me lembrei da epoca em que estava com João Pedro, antes do casamento. Das cosias que fazíamos juntos...

- Tudo bem, cinema. Hoje é quinta, que tal amanhã à noite. Eu pego você no seu trabalho.

- É, pode ser.

- Mas o seu marido não vai se importar? - ele perguntou trazendo a tona todo o mau humor que tentei reprimir.

- Não se preocupe com aquele ali, ele não ligaria nem se eu estivesse morta, que dirá um cinema com um conhecido. - falei com aspereza.

- Você não gosta do Mota, não é?

- Percebeu isso só agora Leonardo? - falei com sarcasmo.

- Eu já tinha percebido antes, mas... Você ainda está casada com ele? - ele perguntou sem parecer notar o quanto me desagradava ficar falando no dito cujo.

- Estou só no papel. Mas isso não importa, não quero falar disso. Então a que horas vai me buscar na empresa? - perguntei querendo que parasse de falar sobre mim.

- Que tal as sete? Ou está muito tarde?

- Não, pra mim está ótimo. As sete em frente à empresa onde eu trabalho. E por favor, vamos assistir a um filme de comédia ou ação, mas nada de romance! - exigi. Léo riu.

- Ok, o que você quiser. - Leonardo afastou se um pouco e me encarou. Pareceu achar a expressão facial que encontrou em meu rosto divertido. Fiquei sem graça e desviei o olhar.

- Então naquele momento fiquei hiperconsciente dele bem próximo de mim. De seu corpo quente, suas mãos firmes na base da minha coluna, a maciez da sua pele...

Afastei me. Não gostava do rumo que minha mente estava seguindo.

- Estou um pouco cansada. Acho que vou sentar e relaxar. - disse.

- Boa ideia, eu também.

- Assim sendo Leonardo sentou - se ao meu lado em noss: mesa. Nao ficou muito próximo nem fez perguntas sobre meu relacionamento. Ao invés disso perguntou sobre meu trabalho na empresa, se eu gostava de ser contadora, em que universidade eu me formei.

Fui respondendo as suas perguntas sentindo-me absorva de tudo. Ele era divertido, arrancou gargalhadas minhas facilmente enquanto contava situaçoes engraçadas da empresa. Não sei por quanto tempo conversamos, mas logo o bar foi esvaziando e os casais felizes que vieram conosco cansaram de dançar.

- É, acho que por hoje chega. Melhor nós irmos. Tem trabalho amanhã. - Duda disse. Eu concordei.

- Nem me lembre que amanhã tem trabalho! - Izabela resmungou enquanto seguíamos para a saída. Como não estava muito sóbria, Gustavo a ajudou a entrar no carro e assumiu a direção.

- Levo todos vocês e durmo com a Bela. - ele disse. Duda e Gab foram para os bancos de trás. Eu acenei para elas e logo éramos só nos dois, Leonardo e eu.

- Então eu levarei você para casa. - anunciou sentando na moto e passando meu capacete. Subi sem hesitar desta vez. Foi bem rápido.

Leo dirigiu acima da velocidade permitida, mas isso não me incomodou. Deixou me em frente ao meu condomínio.

- Obrigada pela carona e pela dança. - disse enquanto lhe entregava o capacete.

- Não precisa agradecer. E o encontro está marcado. - ele disse.

- Ah, claro. E será que poderia me dar o número do seu celular? Para o caso de acontecer algo. disse.

Leo apalpou os bolsos da jaqueta de couro que usava e tirou um cartão. No cartão estava seu nome (Leonardo Ferri), informações como e-mail e número de telefone e sua função na empresa concorrente que era de designer gráfico.

- Pronto. Espero que não precise ligar avisando que não poderá ir ao encontro.

- Isso tudo vai depender do que for acontecer amanhã, mas caso isso aconteça marcamos outro dia. - disse e isso pareceu deixar o garoto feliz.

- Certo. Boa noite princesa. - falou enquanto ligava a moto. Acenei e logo entrei no prédio.

A noite havia sido boa. Pela primeira vez não fui me divertir para atingir Jp, para provar que eu poderia seguir adiante como tenho feito no último mês. Eu realmente me diverti com meus amigos e com o meu mais novo amigo (se é que posso chamá lo tão prematuramente assim) Leonardo.

Olhei o relógio em meu pulso, eram duas e quarenta da manhã. Agora que estava em casa poderia sentir o cansaço me abater. Retirei os sapatos no elevador e o segurei com uma mão.

Fechei os olhos recostando-me na parede de vidro do elevador. Após alguns instantes o elevador para. Eu saí rapidamente do mesmo querendo chegar o quanto antes no meu quarto, deitar e só acordar amanhã.

Ao sair do elevador e dar os primeiros passos para as portas que me levariam ao apartamento, senti alguém atrás de mim. Parei e virei. Assustei me ao notar Mota parado a poucos metros de mim. Olhava me com uma expressão estranha.

- O que está fazendo aí? - perguntei com rudeza.

- Sou eu que deveria perguntar onde estava. Eu já estava pronto para procurá lá. - ele falou numa voz rouca. João Pedro estava muito estranho. Ignorei.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora