"Você Acredita Em Amor A Primeira Vista?"

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Eu estava tão desnorteada, mas não demorou pro ódio se apoderar de mim por eu não ter dito logo o que eu sentia.

- MERDA! DROGA! - gritei enquanto ia até as
almofadas do meu sofá e as atirava como louca.
Eu era deprimente! Estava deixando de ser feliz por que era idiota, burra, imbecil!
E naquele momento eu prometi a mim mesma que a manhā seguinte seria diferente.

Não, eu não tinha me produzido toda, isso não
fazia parte de mim. Por fora eu era a mesma, mas por dentro eu me sentia melhor. Eu não iria me acovardar, eu chegaria até João e iria expor meus sentimentos mesmo que isso fosse prejudicial para mim no final
Claro que eu não fui de imediato à sala de Mota, isso eu iria deixar para depois.

Fui para minha cabine, Bela quicava da cadeira e sorriu quando me viu.

- Júlia ! Que bom que você veio!

- E desde quando eu falto, Bela?- falei com
escárnio sentando em minha cadeira. Ela virou-se na cadeira totalmente para o meu lado.

-E ai, como está como Mota? Se encontrou com ele?
Ele a convidou para sair, a convidou para subirem para o quarto dele e..

- Bela, por que acha que tenho novidades sobre
Mota para contar? - perguntei com indiferença.
Mas havia algo no meu olhar que deixou Bela
desconfiada, mas ela deu de ombros.

Eu não podia dizer nada a ninguém, não sem antes
saber se eu tinha algo com João Pedro. Eu iria confirmar o que exatamente tínhamos.
Horário de almoço. Antes de ir ao refeitório, eu fui à sala de João Pedro. Levei alguns papéis fingindo que iria entregar a ele, papéis de escritório.

Na verdade
eu iria entregar um bilhete para que João fosse
ao terraço do prédio da empresa após o final do
expediente.
Eu passei pela porta...

- Com licença senhor Mota
..Mas não ovi lá.

- Ele não está agora. - Kate, a secretária, virou-se
com uma carranca para o meu lado. Eu me recolhi. -
O que você quer?

- Eu queria entregar a ele algo, um documento.
- disse e retirei do meio da papelada o envelope
com meu bilhete, passei para as mãos de Kate. -
Entregue para ele assim que ele chegar, por favor.
E um documento que exige urgência. - eu não sei
se mentia de forma convincente, mas Kate deu de ombros.

- Claro, eu entrego. - caminhou em direção a mesa de João Pedro enquanto eu ia para o refeitório.
Bem como eu imaginei, o nervosismo se apoderou de mim impedindo-me de comer. Bebi apenas uma água e voltei para meu setor esforçando-me para
trabalhar. Não foi algo fácil, ainda sim eu consegui
ser uma empregada mediana.

Bela olhava-me de
esguelha, ela parecia desconfiar de mim. Prometi a mim mesma que quando tudo estivesse esclarecido eu contaria a Bela, afinal se João Pedro não fizesse
questão de esconder eu também não esconderia.
As horas foram passando em um borrāo.

- Tem certeza que não quer sair Júlia?- Bela
perguntou, Duda ao seu lado. Era fim do
expediente.

- Não meninas eu agradeço, mas eu estou com dor de cabeça. - menti. Se dissesse que era cansaço Bela  não iria acreditar, ela me viu muito agitada na nossa cabine.

- Tudo bem. Tome algo para a dor de cabeça Júlia. Duda falou maternal, era típico dela. Eu gostava de Duda, ela era legal.

- Claro. Divirtam-se. - eu disse e as vi convergir para o elevador junto com muitos funcionários.
Eu não queria chamar atenção para mim por isso a invés de pegar algum elevador eu peguei as escada foram boas pernadas até chegar ao terraço que quase nunca era frequentado por alguém, a não se por alguns funcionários que iam fumar.

Estava quase escuro, frio. A porta que dava acesso
ao terraço estava aberta, isso não era surpresa. Eu me aproximei do parapeito ficando na direção da porta, encostei-me lá. Não me inclinei muito, não queria ficar tonta olhando a grande altura ou algo assim.
Eu esperei e esperaria o tempo que fosse por que
alguma coisa dizia que eu deveria ficar. Eu fiquei e fiquei..

Uma hora se passou
"Por que ele não veio? Será que ele recebeu a carta? E se a tal Kate não entregou?" - pensei.
Cansada pelo dia estressante que estava tendo
emocionalmente, decidi ir embora.
Eu não cheguei a me virar. Apenas senti algo
quentinho ser colocador nos meus ombros. Virei-me
abruptamente para ver João Pedro apenas com uma camisa branca de botões visto que seu paletó estava em cima dos meus ombros, encostou-se no parapeito como eu fazia.
Mota olhava para frente, para a noite bela que fazia, fiz o mesmo que ele.

- Encontrei seu bilhete. - disse. Tentei me recompor,
era a hora da verdade. - Fiquei surpreso e muito
feliz por ter marcado o encontro. - ele parecia
perdido em pensamentos.
- Fico feliz que tenha ficado feliz. João Pedro eu.. Eu sinto muito pelo modo como me comportei. É que é difícil de acreditar que uma pessoa como você esteja interessada em mim. - falei e minha voz soou amarga.

Eu tinha muita falta de amor próprio! João ficou
de lado. Um braço apoiado no gradil do parapeito.
Ergueu a mão esquerda colocando uma mecha do meu cabelo para trás.

- Você não devia se menosprezar assim sabia Júlia?

- Por que eu? De todas as mulheres que você deve conhecer, por que eu? - eu perguntava frenética.
Eu precisava entendê-lo, precisava acreditar nesse sonho!

- Júlia, você acredita em amor a primeira vista? - ele
perguntoue se aproximou de mim. Eu congelei.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora