"Eu queria sentir a sua pele"

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- O que está fazendo? - perguntou. - Não deveria estar circulando por ai falando com as pessoas? - e entao notei que estava incomodada com minha aproximaçao.

-Está brincando! E perder a chance de ser tratado como seu marido pro você? Disso eu não abro mão! - falei enquanto a puxava mais para mim. O seu perfume, seu calor, me entorpecia.

- Não abuse Mota. Caso o contrário esqueço a merda do dinheiro. - esbravejou.

Um grupo veio nos cumprimentar. Júlia desfez a carranca e era toda sorrisos. Isso me irritou. Aqueles sorrisos eram para os outros, eu os queria para mim. Só para mim.

Procurei me aproveitar que ela estava no papel de boa esposa e acariciei sua cintura.

Minha imaginação fluía pensando nas possibilidades daquela noite. Se me desse um pouco de espaço eu poderia...

- Senhor Mota... - a voz me chamou. Eu a reconheci de imediato. Alec, filhinho de papai conhecido pelas mulheres que conquistava. Nada bom. - Ah entao esta é a sensação do evento. Sua esposa é adorável. disse pegando a mão da minha esposa e a beijando. Sou Alec, tenho negócios com o seu marido.

Eu tinha que me controlar afinal de contas o pai de Alec era um dos meus principais clientes. Ele não manteria seus negócios se eu aleijasse o seu filho.

- É um prazer conhecê-lo Alec. Meu marido não disse que tinha um conhecido tão... Garboso. - Júlia disse olhando-o com malícia. Alec pareceu se envaidecer com seu ato. Eu fiquei ali sentado ao seu lado olhando tudo como uma pamonha.

- Não somos tão próximos. João tem uma maior proximidade com o meu pai. Estou aqui unicamente para representá lo, já que meu pai não pôde estar aqui. - Alec ficou se justificando e blá blá blá, mais que viadinho!

- Então Alec obrigado pro vir nos cumprimentar, agora se nos dá licença, temos muitas outras pessoas a cumprimentar. - disse enquanto levantava me puxando Júlia comigo.

Pouco me importava se estava sendo grosso! Ela logo se manifestou.

- Hei, o que está fazendo? Você foi rude com aquele rapaz, sabia? - falou.

Continuei a caminhar.

- Não ligo se fui rude! Como você disse são todos bajuladores que lucram com as minhas conquistas. Eu posso até mandá los a merda e ainda sim me tratarao bem. - disse áspero.

Se eu soubesse que olhares seriam voltados para ela eu não teria pagado ela para me acompanhar naquele evento. Teria escolhido algo mais íntimo.

Júlia continuou a agir como a esposa perfeita, mal me olhava. É, o evento não estava saindo como eu queria. Ao invés de me aproximar de Franco, tudo aquilo estava me afastando dela. Eu precisava fazer algo. Durante alguns minutos pensei no que fazer enquanto continuava a receber cumprimentos.

Em um determinado momento notei que ela se apresentava com seu nome de solteiro.

- Sou Júlia Mara Franco. - disse.

- Mota, Você se esqueceu de seu sobrenome de casada, meu amor. - disse ao pé do seu ouvido. Eu estava fazendo muito isso naquela noite. Aproveitando para abraçá la e falar coisas ao pé do seu ouvido.

E então...

- E como jovem empreendedor deste ano nós presenteamos o senhor João Pedro Mota Moraes com este evento e com este prêmio em minhas mãos.

Eu estava acostumado a receher prêmios pelo meu excelente desempenho na empresa, mas aquela noite era especial. Especial porquê, ainda que forçada, eu era o centro das atenções de Júlia . Subi no palco e peguei o prêmio ofertado por Richard. Eu me aproximei do local onde o microfone estava posicionado. Mesmo sabendo que receberia um prêmio, eu não havia preparado um discurso. Não precisava me preparar, bastava dizer obrigado e descer do palanque. Mas naquela noite eu diria algo mais.

- Costumo apenas agradecer a prêmios, mas esta noite, devido à presença de uma pessoa, eu falarei um pouco mais. Quero dedicar esse prêmio a uma... - olhei envolta. Júlia não estava próxima do palco. - Uma pessoa. Minha esposa, pela primeira vez, veio me acompanhar. Sinto-me maravilhado pela sua presença. Eu dedico esse prêmio a ela.

Claro que eu pretendia dizer mais coisas, no entanto ela não estava por perto.

Recebi palmas enquanto descia apressado do palco. Onde diabos ela estava?

Muitas pessoas vieram ao meu encontro me parabenizar. Eu os cumprimentei rapidamente enquanto meus olhos perscrutavam o salão. Apenas balbuciei um "obrigado" abrindo caminho entre os convidados. Finalmente a vi, mas o que vi não foi nada bom.

Júlia com Alec dançando juntinhos. A música lenta soava embalando o casalzinho. Eu enterrei minhas unhas na palma. Comecei a me aproximar sorrateiramente a tempo de ouvir o filho de uma puta pedir para MINHA MULHER mais uma dança.

QUE PORRA É ESSA? ESSE VIADINHO NÃO SABE QUI ELA É MINHA MULHER?

- Júlia terá mais uma dança, mas será comigo, seu marido. - disse.

Os dois me olharam. Eu olhava para Alec amaldiçoando-o a arder nas profundezas do inferno usando biquíni.

- Senhor Mota. Eu estava... - balbuciou desconcertado. Ele sabia pelo modo como eu o olhava que muito provavelmente eu cancelaria o contrato que tinha com o pai.

- Distraindo a minha mulher em meu lugar como pude perceber. Não há razão para fazê-lo mais Alec. Eu estou aqui e agora serei o centro das atenções de minha adorável esposa. - disse logo tomando posição e pegando o que era meu, ou seja, Júlia.

Ela ficou desnorteada enquanto eu a puxava ainda mais colado ao meu corpo. Balançamos para lá e para cá. Eu podia sentir o calor de sua pele, seu perfume, suas curvas sinuosas... E mesmo que estivéssemos tão próximos, não bastava pra mim. Júlia se recompôs colocando suas mãos em meus ombros e fitando além de mim. Eu me aproximei e sussurrei em seu ouvido:

- Eu deveria descontar sua atitude do seu "salário".

- Que atitude? - perguntou. Eu me afastei um pouco para ouvi - la melhor, mas quando precisei falar voltei a me aproximar e assim falar ao pé do seu ouvido.

Chegava a hora de provocar. Eu queria incitá la, provocá la, fazê-la reagir a mim. E eu queria que a sua reação nos levasse a algo bom, um passo no nosso relacionamento, ao desconhecido.

- Preciso mesmo relatar? Fiz um discurso apaixonado pelo recebimento daquele prêmio insignificante e esperei que minha amada esposa estivesse me observando, batesse palmas quando eu finalizasse o discurso. Ao invés disso você estava dançando com aquele babaca! - esbravejei.

Meus lábios se aproximaram da curvatura de seu pescoço, hipnótica a sua pele alva.

- E daí? Não cometi nenhum pecado! Só estava dançando. Acho que tenho o direito de um pouco de diversão, não tenho? - falou brava.

Eu não a estava ouvindo direito. Eu queria sentir a sua pele na minha língua.

- E por que a sua diversão é apenas com os outros e não comigo? Tem ideia do quanto eu poderia entretê-la? - beijei seu pescoço. Júlia arquejou. Eu estava perdendo meu controle, mas era algo tão bom!

- O que pensa que está fazendo? - perguntou confusa com meu ato.

Eu nem ao menos conseguia raciocinar direito.

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora